Lobos 7’s: 5º lugar numa campanha de duas “velocidades” em 2022

Francisco IsaacJulho 4, 20224min0

Lobos 7’s: 5º lugar numa campanha de duas “velocidades” em 2022

Francisco IsaacJulho 4, 20224min0
Portugal não conseguiu o apuramento para a 2ª divisão das World Series, mas há pontos positivos a tirar da campanha dos Lobos em 2022

A seleção nacional de 7’s masculina encerrou o Rugby Europe 7’s Championship com um 4° lugar na etapa de Cracóvia (excelente organização do princípio ao fim, oferecendo realmente a verdadeira sensação do Mundo dos 7’s) que equivaleu o 5° lugar na classificação geral deste campeonato europeu da variante. Em comparação com 2021, os “Lobos” dos 7’s realizaram uma campanha de igual qualidade, conseguindo atingir as meias-finais numa das etapas, mas sem conseguir somar o objectivo máximo de se apurarem para disputar a segunda divisão das World Series, lugares tomados pela Alemanha e Bélgica (a realizar nos próximos 8 meses, nos moldes actuais), o que acaba por ser um problema em termos de tentar garantir alguma visibilidade e investimento para a variante.

Com uma seleção que tem recebido pouco tempo de jogo nos 7’s, já que só conseguiram efectuar um torneio de preparação antes de começar a campanha europeia, os resultados acabam por ser os esperados, isto visto de fora, com vários atletas a recolherem as suas primeiras experiências nesta variante o que dificulta o trabalho do staff técnico.

Onde Portugal perde para seleções como Alemanha (vice-campeões em 2022) ou Bélgica, seleções que estão neste momento no mesmo patamar que Portugal – Espanha não entra nesta equação, pois está já num nível superior em termos de consistência, apesar da derrota para os “Lobos” na fase-de-grupos em Cracóvia – e a tomar mesmo o lugar das Quinas no cenário europeu? Colocando de lado a parte física, pois cada seleção tem a sua própria estratégia e sinergias (a Alemanha opta por ter jogadores mais fortes e menos expedidos na parte técnica), nota-se uma diferença no ritmo de jogo especialmente se a jornada competitiva for mais sobrecarregada, a exemplo do que se passou no Lisboa 7’s desta época, o que inflige dano no aguentar a passada do princípio ao fim e garantir sucesso em jogos mais disputados, entrando depois a questão da atitude defensiva e do aproveitar oportunidades. E

Escasseando claridade sobre qual é o objectivo central de Portugal em relação com os 7’s, e qual será o futuro em termos de planeamento quer na participação internacional (que torneios irão participar, que equipa, etc) ou nacionais (quando será reposto o circuito nacional de 7’s, há espaço para fazer alterações, entre outras questões), é importante frisar que a ausência de um planeamento bem focado a todos os níveis poderá custar um retrocesso sem precedentes a uma variante que continua a ter importância a nível mundial. Deixando de lado esta questão, é altura de frisar três atletas que lideraram e se apresentaram em boa forma nestas Series da Rugby Europe.

JOÃO ANTUNES

O melhor jogador de Portugal do início ao fim desta campanha de 2022. O internacional português foi considerado pela larga maioria dos comentadores e treinadores adversários como a maior ameaça dos “Lobos”, impondo uma riqueza de jogo a Portugal, sobretudo no conseguir criar roturas defensivas na linha de vantagem, onde a parte da “imaginação” faz a diferença no dar outra alegria à forma de jogar desta seleção. Sete ensaios e mais de duas dezenas de jogadas de alto brilhantismo, foram elementos capitais para Portugal atingir o 5° lugar destas Series.

DIOGO SARMENTO

O segunda/terceira-linha conseguiu se apresentar em forma nas duas etapas, ocupando bem o lugar de enforcer, ou, em português, de “bigorna” com o choque físico a fazer a diferença em diversas disputas junto ao breakdown ou na placagem. Com alguns ensaios marcados durante estes dois fins-de-semana, Diogo Sarmento esteve especialmente bem em Cracóvia, onde a fisicalidade e agressividade colocada frente à França e Alemanha foram bem notadas, terminando em alta neste Rugby Europe 7’s Championship.

RODRIGO FREUDENTHAL

Sweeper que tem margem de progressão para de afirmar na variante, o 3/4s luso manobrou com qualidade os seus colegas, principalmente no ataque, com alguns pormenores de mestria e que valeram pontos aos “lobos” em determinados jogos. Não sendo um jogador extremamente veloz, a agilidade e manobrabilidade foram elementos chave, com uma grande exibição registada frente à Itália.

Posto isto, e  apesar do resultado não ter sido o melhor, Frederico de Sousa e os seus jogadores irão participar no apuramento para a última fase de qualificação europeia do Mundial de 7’s (será na Cidade do Cabo entre 9 e 11 de Setembro deste ano), com quatro vagas disponíveis para os primeiros classificados deste torneio que será realizado a 16/17 de Julho.


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