A caminho do sonho conquistado: “Lobos” e o Mundial de 7’s

Francisco IsaacSetembro 5, 20225min0

A caminho do sonho conquistado: “Lobos” e o Mundial de 7’s

Francisco IsaacSetembro 5, 20225min0
Portugal entra em campo esta sexta-feira no Mundial de 7's e Francisco Isaac conta-te o que precisas saber sobre a selecção nacional

A capital da África do Sul, Cidade do Cabo, vai receber o Campeonato do Mundo de 7’s 2022 nos dias 9, 10 e 11 de Setembro, sendo uma das mais míticas cidades desta variante da modalidade (é “casa” de uma das etapas das World Series) o que só vai aumentar o boom e interesse de todos por esta competição que vai decidir os novos campeões do Mundo do seven-a-side. Portugal, com a sua seleção masculina, é uma das 40 seleções presentes (24 no masculino e 16 no feminino) e até terá a honra de fazer o pontapé de início do torneio, com esse encontro a ser frente à Irlanda (está no Circuito Mundial de 7’s e terminou no top-5 em 2022) agendado para as 07h45 (hora portuguesa) nestes 32 avos-de-final. Lembrar que uma vitória coloca Portugal entre as 12 melhores da competição, seguindo-se novo jogo. Caso os “Lobos” não conseguiam derrotar a Irlanda, mantém-se no torneio até apurar a posição final.

Esta será a sexta participação de Portugal no Mundial de 7’s, tendo estado presente nas edições de 1997, 2001, 2005, 2009 e 2013, e só falhou 1993 e 2018 desta competição lendária da variante. Com um extraordinário 10° lugar conquistado em 2005 (na altura a seleção foi representado por alguns dos jogadores mais emblemáticos do rugby português do início do século XX, como Pedro Leal, Diogo Mateus, Vasco Uva, Martim Tomé, Diogo Coutinho, entre outros), Portugal sempre teve história nos 7’s muito pelo querer dos jogadores e de alguns membros do staff técnico, que foram conseguindo algumas proezas nesta variante e, agora em 2022, terão a oportunidade de voltar a escrever um novo capítulo com letras douradas.

Para isso, o seleccionador nacional Frederico Sousa, acompanhado pelo director de equipa Francisco Martins, o preparador-fisíco Lino Rebolo e o fisioterapeuta Jan Jacques, seleccionou os seguintes 12 jogadores para estarem presentes na capital sul-africana:

Nota para a presença de Nuno Sousa Guedes, um dos atletas que mais atenção arrebatou nos últimos anos de Portugal nas World Series, dando uma ajuda extra a um contingente liderado ainda por Rodrigo Freudenthal, Vasco Ribeiro, João Vaz Antunes e Diogo Sarmento, para além da nova coqueluche sub-18, Manuel Vareiro (lembrar da espectacular exibição frente à Espanha que resultou no apuramento de Portugal para este Mundial).

Um contingente competente, maduro e com já alguma experiência nos 7’s, Portugal tem margem para realizar uma boa competição, apesar do sorteio não ter sido o melhor, uma vez que a Irlanda tem conquistado um espaço alto nesta variante, muito por conta do físico (a altura da maioria dos atletas irlandeses permite-lhes chegar aos pontapés altos com mais eficácia, isto sem falar da capacidade aeróbica) e técnica (não faltam jogadores fadados para side-steps de excelência ou passes de longa distância), sendo, desde logo, um adversário complicado como ponto-de-partida para a competição.

Caso Portugal ganhe, segue-se a Inglaterra, selecção que já está apurada directamente para os 16-avos de final, entrando novamente em campo no dia 9 de Setembro; na situação de derrota frente aos irlandeses, os “Lobos” irão defrontar o Chile ou Alemanha na disputa pela taça Bowl, com este encontro a estar agendando para o dia 10 de Setembro.

É, sem dúvida, alguma uma missão complicada mas Portugal tem a capacidade técnica, táctica e mental para realizar um Mundial de excelente nível, com os atletas convocados a terem as qualidades necessárias para surpreender os adeptos dos 7’s, e vale a pena tentar explicar o que é que esta equipa pode oferecer neste torneio:

– Ataque organizado: com Rodrigo Freudenthal à distância a organizar, pacientemente, as unidades e combinações ofensivas, caberá a Nuno Sousa Guedes e João Vaz Antunes “vestir” a camisola de criativos, com capacidade para forçar sucessivas roturas no bloco adversário, especialmente em contra-ataque;

– Defesa compacta: pode não parecer, mas esta seleção portuguesa consegue erguer um bloco defensivo inteligente e que vai se adaptando às circunstâncias, faltando só um pouco mais de experiência para ser capaz de atenuar as equipas mais agressivas no contacto (Portugal tem maior percentagem de vitórias frente à Espanha do que à Alemanha nos últimos três anos, isto quando os “Leones” estão dois níveis acima dos germânicos), departamento onde Vasco Ribeiro, Diogo Sarmento, Rodrigo Freudenthal são especialistas;

– Virtuosismo: é uma habilidade/capacidade inerente aos jogadores portugueses e que desbloqueia certas situações ou consegue inverter o momentum adversário. Se Nuno Sousa Guedes é um dos actuais maiores fantasistas do rugby Tier 2, João Vaz Antunes ou Manuel Vareiro não ficam muito atrás, podendo abrir um universo de oportunidades para José Paiva dos Santos, Diogo Rodrigues, Fábio Conceição ou Duarte Moreira explorarem e chegarem aos ensaios;

Olhando para estas quatro valências, Frederico Sousa tem soluções concretas para terminar entre os melhores 16/17 do Mundial 2022, com esta edição a apadrinhar o regresso dos “Lobos” ao segundo maior palco da variante, depois de ter falhado o apuramento em 2018. A Sportv vai transmitir em directo todas as incidências e podem acompanhar toda a competição por lá.


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