5 “baixinhos” do rugby que se agigantaram/agigantam dentro de campo

Francisco IsaacJunho 21, 20216min0

5 “baixinhos” do rugby que se agigantaram/agigantam dentro de campo

Francisco IsaacJunho 21, 20216min0
Altura nem sempre significa ser superior e estes 5 jogadores mostraram/mostram exactamente isso! Qual destes 5 jogadores de menor dimensão física te impressiona mais?

Diz a gíria que o rugby é um desporto para jogadores altos e pequenos, entroncados ou finos, com peso a mais ou a menos, abrindo portas para tudo e todos que queiram fazer parte de uma equipa! Contudo, nos dias de hoje a maioria dos atletas profissionais ostentam uma dimensão média de 1,82 metros, colocando a questão se os mais “baixos” têm espaço na modalidade. Neste artigo escolhemos 5 jogadores que medem no máximo 1,75 metros de altura e que não joguem como formações (seria mais fácil preencher o artigo desta forma), tendo marcado uma era, um período ou uma equipa/selecção na sua carreira!

Qual deles o mais surpreendente em termos de feitos/altura?

SHANE WILLIAMS (PAÍS DE GALES)

Altura: 1,70 m

Foi um dos pontas mais revigorantes a passar pelo rugby, detentor de uma passada electrizante, uma criatividade única e uma alegria fantástica que deu outra forma e potência às pontas do País de Gales durante 11 anos, conquistando Grand Slams e idas a Mundiais da modalidade, sem esquecer os quatro títulos de campeão do PRO14 (na altura Celitc League e PRO12) durante a sua estada pelos Ospreys. Shane Williams tem uma história impressionante no rugby galês, ascendendo ao estatuto não só de referência mas também de lenda, seja pelos incontáveis ensaios que marcou (58 em 85 jogos, que o faz do maior marcador de ensaios do País de Gales) ou por aquela postura de querer desafiar constantemente o “destino” e até os maiores adversários, como o próprio relata,

“Eu gostava de fazer pouco daqueles adversários que eram maiores…gostava de correr e passar por eles, mas havia um que me atemorizava: Paul O’Connell. Trocámos alguns trocadilhos, mas ainda hoje somos bons amigos!”

1 metro e 70 centímetros de altura, 194 ensaios em toda a carreira, uma imagem espectacular de um jogador leal, perigoso e altamente explosivo que trouxe cor ao rugby durante a primeira década dos anos 90!

CHESLIN KOLBE (ÁFRICA DO SUL)

Altura: 1,71 m

É agora um dos jogadores-coqueluche dos Springboks, depois de alguns anos em que a maioria dos adeptos dos Stormers, sul-africanos ou mesmo em geral não davam mérito ao fantástico polivalente 3/4’s, muito devido à sua altura. A verdade é que Cheslin Kolbe é um dos atletas mais virtuosos do rugby, “rei” de uma troca de pés que nem os maiores placadores podem garantir uma placagem completamente segura e eficaz, somando-se aquela inteligência mordaz que explora as deficiências de qualquer cortina defensiva contrária, como mostrou frente à Inglaterra na final do Rugby World Cup 2019. Não se limita a correr com a oval nas mãos, sabe construir fases de jogo, tem uma noção de quando atacar a bola no ar, que opções técnicas a escolher, entre outros detalhes que o tornam um dos jogadores mais especiais a galgar metros no Planeta da Oval! Com um Mundial no “bolso”, um Rugby Championship e um título de campeão do TOP14, Kolbe é neste momento aquele molde de atleta que todos os treinadores procuram nas suas equipas.

DAMIAN MCKENZIE (NOVA ZELÂNDIA)

Altura: 1,75 m

Está no limiar dos nossos critérios, mas era impossível não escolher um dos jogadores mais fantásticos de se ver jogar do desporto: Damian McKenzie. Com um 1,75 centímetros de altura, o Yellow Flash é aquele factor de jogo que leva a qualquer adepto acordar mais cedo e a procurar um link no computador ou televisão só para ver o que vai inventar e criar ao serviço dos seus Chiefs, sendo ele o melhor exemplo da forma de jogar típica do Super Rugby. Elétrico, dinâmico, fantasista, perito no jogo ao pé, esgotam-se os elogios a um número sem fim de qualidades de um dos defesas mais espectaculares do rugby, que fez desesperar a Nova Zelândia quando se lesionou em Abril de 2019, motivando uma alteração profunda na forma de jogar dos All Blacks. A somar a esta altura, há ainda o pormenor do peso: 82 kilos. Ou seja, como os exemplos de Kolbe (mais musculado, sem dúvida mas mesmo assim “leve”) ou Teulet, McKenzie não é facilmente parado apesar da leveza para um desporto como o rugby.

MARC ANDREU (FRANÇA)

Altura: 1,70 m

Internacional pela França por 7 ocasiões, símbolo do Racing Metró 92, clube pelo qual fez 32 ensaios em quase 90 jogos, colecionador de títulos no rugby francês e um ponta enigmático com um par de pés altamente assustador que chegaram a “enterrar” Sébastien Chabal em mais do que uma ocasião, Marc Andreu mostrou que a altura pouca importava em jogo aberto. Campeão do TOP14 pelo Racing Metró (2016) e Castres Olympique (2013) e da PROD2 pelo RC Toulon (2008), Marc Andreu preencheu a sua carreira como jogador com pergaminhos dourados tanto pelos 82 ensaios marcados em 15 de carreira, a postura de nunca desistir e estar constantemente a lutar pela equipa e pela agilidade em desmontar estruturas defensivas contrárias, sendo um ponta que transmite aquele rugby champagne que faz parte do ADN do rugby gaulês. 1,70 de velocidade vertiginosa e genialidade técnica ímpar, estes são duas frases associadas à carreira de Marc Andreu.

ROMAIN TEULET (FRANÇA)

Altura: 1,63 m

Alcunha? Robocop. Recordes? 3102 pontos convertidos pelo “seu” Castres, clube que serviu durante 13 consecutivas temporadas. Posição? Defesa. Romain Teulet foi um dos jogadores mais baixos a passar pelo rugby francês e mundial profissional, e mesmo não tendo conseguido chegar aos Les Bleus enquanto jogador – assumiu o papel de treinador de pontapés da França durante 2014 e 2015 -, não deixou de ter uma carreira fantástica e de constante desafio perante aqueles que repudivam-no por causa da sua dimensão física em termos de altura. A velocidade louca e a forma como conseguia aguentar as constantes cargas e placagens de alta agressividade, são duas marcas excepcionais de um defesa que ajudou o Castres ser campeão completamente improvável do Top14 em 2013, para além da European Shield em 2003.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS