3 pontos da prestação dos Lobos no RE Championship 7s Series

Francisco IsaacJulho 2, 20244min0

3 pontos da prestação dos Lobos no RE Championship 7s Series

Francisco IsaacJulho 2, 20244min0
Portugal fechou em 4º lugar no RE Championhip 7s Series numa das melhores temporadas para a selecção nacional 7s masculina

Um 4º lugar na geral, um bronze conquistado em Hamburgo e confirmação do apuramento para as Challenger Series 2025, numa temporada de consolidação de vários jogadores jovens que passaram a fazer parte da formação treinada por Frederico Sousa e Pedro Leal. Mas houve evolução em comparação com 2023? Quem foram os melhores e principais destaques? Três destaques da temporada dos Lobos dos 7s no Rugby Europe Championship 7s Series.

EVOLUÇÃO OU ESTAGNAÇÃO?

Para responder à questão do título: evolução em todos os sentidos. Comecemos pelas mais básicas, como a posição na tabela final em que Portugal fechou a época no 4º lugar a meros dois pontos de apanhar a Alemanha no 3º lugar, uma clara melhoria em comparação à temporada passada, em que os Lobos dos 7s terminaram em 5º e a 8 pontos do primeiro lugar do pódio. E em termos de pontos marcados e sofridos? Houve uma melhoria ligeira nos pontos concretizados, com 287 (um crescimento de 21) e sem qualquer evolução nos sofridos (184 no total), o que ajuda a explicar, em parte, os resultados finais obtidos. A maior derrota consentida por Portugal foi diante da França em Makarska, com um 12-40, enquanto a maior se deu ante a Ucrânia por 52-00, também ocorrido na Croácia.

Vitórias mais significativas tivemos quatro, três das quais ante adversários directos como a Alemanha (em Hamburgo), Bélgica e Geórgia, tendo também conseguido derrotar a França em uma ocasião, algo que oferece uma ideia muito positiva do crescimento auspicioso da selecção nacional masculina. O bronze conquistado em Hamburgo pôs fim a um longo período sem chegar ao pódio de uma competição de 7s da Rugby Europe, algo que pode ser um alento e demonstração que os 7s nacionais podem fazer melhor se os recursos, investimento e condições foram de outra qualidade, algo que não aconteceu em 2024, mesmo com a participação nas Challenger Series.

EQUIPA CONSOLIDADA

Um ponto importante e que uma parte do público não se apercebe, é a necessidade de uma selecção de 7s ter uma base sólida e sem grandes mudanças de ano para ano, algo que tem acontecido quase sistematicamente com os 7s nacionais. Para além disso, Portugal passou uma fase em que não conseguiu identificar os melhores jovens ou da necessidade de dar aos bons novos talentos tempo para crescerem e ganharem experiência, o que pode terminar em resultados negativos. Posto isto, em 2024, e após umas Challenger Series algo decepcionantes, Portugal engatou porque a equipa cresceu graças a essas três etapas especiais da World Rugby. Guilherme Vasconcelos, Sebastião Stilwell, Vasco Leite e Vasco Durão mostraram que vieram para ganhar um lugar na equipa; Fábio Conceição, Manuel Vareiro (temporada de classe do jovem abertura do GD Direito) e Manuel Fati consolidaram os seus lugares como jogadores de importância alta; João Vaz Antunes, Rodrigo Freudenthal (o polivalente 3/4s do Belenenses Rugby está de volta ao seu melhor); Duarte Moreira, Frederico Couto, João Rosa e José Lima injectaram uma experiência que deu outra dose de confiança à equipa.

Em termos de ensaios marcados, Fábio Conceição foi o melhor marcador com nove toques-de-meta, seguido de Manuel Vareiro (6) e Guilherme Vasconcelos (4). Manuel Vareiro converteu 29 pontapés, um marco importante e que deu outra confiança e margem em resultados mais apertados, como no confronto pelo bronze em Hamburgo (14-12 para os Lobos). Ao todo, 14 jogadores marcaram pelo menos um ensaio nestas RE Championship 7s Series, algo que também ajuda a reforçar o crescimento e desenvolvimento da equipa nacional portuguesa.

O QUE SE SEGUE

Infelizmente, a temporada dos 7s terminaram em Hamburgo após seis meses longos e que nem sempre correu da melhor forma para a selecção nacional masculina. O sucesso conquistado no circuito europeu é um ponto altamente positivo, mas que só foi possível com a experiência adquirida das etapas anteriores da Challenger Series. Ou seja, para 2025 ser mais positivo, é importante que haja um investimento sério e verdadeiro nos 7s, com torneios, jogos de preparação e estrutura, permitindo aos atletas se desenvolverem e estarem melhor preparados para os torneios que importam, enquanto o staff técnico terá oportunidade para perceber quem serão os melhores activos para a temporada.

Por outro lado, será importante criar cada vez mais uma divisão entre quem joga 7s e o XV, podendo existir excepções (caso de José Lima em 2024, algo que não vai acontecer em 2025 por via do apuramento para o Mundial de Rugby 2027). O bronze conquistado só foi possível com muito trabalho e sacrifício, e é importante que se tenha noção bem desses dois pontos. O rugby nacional não pode estar constantemente em modo “reiniciar” por via que isso só representa instabilidade e fracasso.


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