Francisco Isaac3 momentos das meias-finais do Mundial de Rugby 2023
As meias-finais podem ter tido menos espectáculo e disputa em comparação com os quartos-de-final, mas houve espaço para grandes momentos, alguns dos quais decisivos e que marcaram mais um fim-de-semana de jogos deste Mundial de Rugby 2023.
HANDRÉ POLLARD NÃO TREME NO MOMENTO FINAL
Aos 78 minutos, e depois de mais uma falta na formação-ordenada da parte da Inglaterra (Ellis Genge cedeu a posição corporal no momento em que Vincent Koch aplicou pressão), Handré Pollard apontou aos postes, mesmo estando a mais de 50 metros de distância, no meio de chuva e algum vento. O dez suplente dos Springboks, que tinha entrado em campo aos 30′, não teve dúvidas, não se questionou e não olhou sequer para outra solução ou alternativa… postes, acabou a conversa.
Com todos os olhos postos em si – uns quantos desviaram o olhar porque não aguentavam ver se o abertura iria marcar/falhar -, Handré Pollard ajeitou a oval, olhou para os postes e, com toda a mestria possível, desenhou um pontapé menos-ortodoxo, convertendo aqueles que seriam os 3 pontos da vitória dos Springboks. Foi aquilo que os anglo-saxónicos chamam de “clutch”, somando um pontapé difícil, num momento crítico, como se nada fosse. Um dos momentos do fim-de-semana, e um episódio que marcou a história destes Springboks no Mundial de Rugby 2023.
OX NCHÉ ENTRA EM CAMPO
Quando aos 49′ Steven Kitshoff saiu de campo, cansado, numa altura em que a Inglaterra dominava as fases-estáticas e as operações de jogo, para ser substituído por Ox Nché, o encontro mudou totalmente de figura. O muito amado pilar da África do Sul, que é conhecido como um dos maiores especialistas da formação-ordenada e por dizer que “Salads don’t win scrums“, foi simplesmente monstruoso naquela meia-hora, arrancando cinco penalidades nos 8 vs 8, obliterando quer Joe Marler ou Ellis Genge, naquilo que foi uma ajuda essencial para a reviravolta dos “Springboks“.
Normalmente dá-se este destaque a jogadores da linha de três-quartos, que numa fúria galopante podem arrancar uma super quebra-de-linha ou uma captação aérea de excelência que eleva a sua equipa para outro patamar, mas neste jogo, a chamada para dentro de campo de Nché foi um momento de viragem, e algo que ficará para a história destes gloriosos “Springboks“. Realmente “saladas não ganham jogos”… os pilares é que sim!
WILL JORDAN IGUALA LOMU E HABANA
Aos 25 anos, Will Jordan atingiu os 31 ensaios pelos All Blacks – está a 18 de atingir a marca de Dough Howlett, o melhor marcador de sempre de ensaios pela mítica selecção das antípodas – e, melhor que tudo, oito foram marcados em pleno Campeonato do Mundo, igualando as marcas de duas lendas da modalidade: Jonah Lomu e Bryan Habana.
Aos 25 anos e com ainda muito tempo pela frente na carreira, o surpreendente ponta/defesa ensacou um hattrick numa meia-final, e até podia ter sido um poker caso Richie Mo’unga tivesse simplesmente passado a bola mais uma vez na direcção das suas mãos. Quando Jordan marca o seu 3º ensaio, sentiu-se história a se escrever, já que igualou mitos com toda uma simplicidade e genialidade estupenda. Aos 73′, Jordan fez história e agora está a um ensaio de ser o único jogador a marcar 9 ensaios num só Campeonato do Mundo, sendo que este foi o 1º torneio do versátil All Black.
