3 destaques dos Lusitanos na 4ª jornada da RE Super Cup 2024

Francisco IsaacOutubro 13, 20245min0

3 destaques dos Lusitanos na 4ª jornada da RE Super Cup 2024

Francisco IsaacOutubro 13, 20245min0
Uma derrota por 36-00 frente aos Black Lion trouxe mais dúvidas e preocupações do que certezas e respostas sobre os Lusitanos

Os Lusitanos visitaram a Geórgia e saíram de Tbilissi com uma derrota por 36-00, permitindo que os campeões em título da Rugby Europe Super Cup chegassem à área de ensaio por seis vezes, sendo o pior resultado registado frente à franquia georgiana. Estes são os 3 principais destaques.

MVP: DUARTE CARDOSO (FORMAÇÃO)

Entrou ao 17º minuto por virtude da lesão de Pedro Lucas e mostrou que tem reais chances de poder ser um futuro titular na selecção nacional. É notório o talento do formação do Cascais Rugby, com a velocidade do passe a partir do ruck a ser de um patamar alto, conjugando bem com o poder de aceleração, condição física e skills aprumados que garantem uma saída de bola de calibre alto e capaz de fazer dano no bloco contrário. Nos últimos vinte minutos foi quando conseguiu brilhar mais, tendo sido claramente um dos melhores em campo, numa tarde pouco conseguida dos Lusitanos.

PONTO ALTO: A ENTRADA EM FORÇA DOS SUPLENTES

Se na primeira metade do encontro os Lusitanos consentiram 24 pontos, já na segunda deu-se uma clara melhoria, consentindo apenas metade e até terem estado próximos de marcar pontos, falhando esse objectivo por pequenos detalhes. Foi precisamente nos últimos 20 minutos que tivemos os Lusitanos em melhor forma, com uma série de jogadores a se sobressaírem e a tentarem a lutar com todas as suas forças para tentar chegar à área de ensaio contrário ou evitar que o estrago fosse maior. Duarte Cardoso, o formação jovem do GDS Cascais, foi um dos melhores, com a velocidade de passe e constante energia a oferecer outro dinamismo à sua equipa, causando alguns problemas no bloco contrário.

A experiência de António dos Santos foi importante e até deu outra força à formação-ordenada, com essa fase-estática até a ser sinónimo de penalidades conquistadas. António Andrade e Guilherme Costa foram essenciais para garantir outra palpitação ao bloco avançado, com o asa do Técnico Rugby a conseguir dois turnovers no ruck. Numa equipa que parecia à deriva, a verdade é que o banco de suplentes quis oferecer outra réplica com vários dos atletas utlizados a terem ganho um merecido destaque neste encontro e a poderem a estar nas cogitações da selecção nacional no futuro.

PONTO MENOS POSITIVO: BATALHA NO CONFRONTO FÍSICO PERDIDA

Raras foram as portagens de bola em que os Lusitanos conseguiram ganhar significativos metros ou forçar a equipa contrária a recuar de forma constante, o que complicou a missão da franquia lusa em aplicar e fazer fluir a estratégia ofensiva. Os avançados sofreram de uma lentidão notória quando comparado com os Black Lion, com alguns internacionais portugueses a estarem algo apáticos em momentos em que se pedia agressividade e inteligência rápida para ganhar ao adversário. Já o bloco dos 3/4’s sentiu dificuldades para conseguir encontrar espaços ou tentar calmamente atacar a linha-de-vantagem quando o recuo no terreno de jogo era sistemático. Adicionar a isto as várias placagens falhadas, algumas de jogadores com uma vasta experiência internacional.

Apesar das melhorias sentidas nos últimos 15 minutos, a verdade é que os Lusitanos foram massacrados no contacto físico no arranque do encontro, não conseguindo encontrar soluções mesmo com as brilhantes artimanhas de Manuel Cardoso Pinto, Manuel Vareiro ou Duarte Cardoso (como já dissemos, excelente entrada) ou as tentativas de José Paiva dos Santos em levar o jogo para a frente. Um ponto a rever e que tem sido um problema nas últimas duas temporadas dos Lusitanos.

Gostava de deixar um curto “P.S.:” no final desta análise ao Black Lion vs Lusitanos. Após a conclusão do encontro, alguns adeptos lançaram a ideia que os Black Lion não deviam participar nesta competição por se tratarem de uma equipa profissional/semiprofissional, enquanto a franquia portuguesa é preenchida por atletas amadores ou com um estatuto especial que quase se assemelha ao semiprofissionalismo, mas ainda longe de um patamar estável. Esta ideia é errada e assemelha-se a aquela vontade de alguns do rugby nacional se manter totalmente amador e longe dos principais holofotes. É fundamental para os Lusitanos continuarem a jogar contra o Black Lion em anos vindouros – caso a Rugby Europe Super Cup se mantenha, uma dúvida neste momento -, pois apresenta um desafio que prepara os atletas da selecção nacional (ou os que estão próximos desse nível) para os Test Matches internacionais, sejam eles na janela internacional de Inverno/Verão ou o Rugby Europe Championship. Custa perder por 36-00, quando em 2021 os Lusitanos se bateram e ficaram a escassos pontos de derrotá-los? Custa. Mas é importante ter noção de que neste momento os Lusitanos ainda vivem numa realidade distinta, com o staff técnico nacional a ter utilizado mais de 30 e tal jogadores nesta temporada. Nenhuma selecção cresce a ganhar por 20 ou 30, pois há lições importantes nas derrotas ou nas vitórias por poucos pontos.


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