3 destaques dos Lusitanos do 5º/6º lugar da RE Super Cup 2023
Ponto final na temporada dos Lusitanos, que saíram de Amesterdão com uma vitória, terminando no 5º lugar da Rugby Europe Super Cup, isto depois de um jogo em que a franquia portuguesa esteve a perder na maior parte do encontro, só encontrando a vitória no tempo-extra.
MVP: MANUEL CARDOSO PINTO (PONTA)
Três jogadores estiveram a um nível alto e todos eles foram importantes para a vitória: Tomás Appleton, David Wallis e Manuel Cardoso Pinto. Em especial o ponta foi decisivo para a vitória dos Lusitanos com dois ensaios, 130 metros conquistados, cinco quebras-de-linha, dez defesas batidos, dois offloads, abrindo caminho para alguns (senão a maioria) dos melhores momentos da formação portuguesa. O último ensaio foi inacreditável, com o atleta da Agronomia Rugby a sair em sprint dos próprios 22 metros, tirando da frente contínuos defesas até chegar, gloriosamente, à área-de-ensaio.
Num encontro em que os Lusitanos estiveram longe do seu melhor, com erros constantes em diversos parâmetros – a formação-ordenada e a conquista da linha-de-vantagem foram dois desses -, o fulgor ofensivo de Manuel Cardoso Pinto, Nuno Sousa Guedes e Tomás Appleton elevou a equipa para o patamar necessário. A mudança de centro para abertura por parte de Tomás Appleton foi de aplaudir, já que o capitão não só conseguiu garantir uma boa fluidez de jogo, como abriu a defesa belga diversas vezes para assistir Vasco Durão, Francisco Costa e Campos e Nuno Sousa Guedes nas quberas-de-linha. Uma palavra de força para os suplentes que foram decisivos na obtenção desta vitória, com Francisco Costa e Campos (espectacular no jogo aéreo e no contacto) e David Wallis a entrarem com tudo e com ganas, ajudando o conjunto português a dar a volta a um jogo que a certa altura parecia bem tremido…
It's the @PortugalRugby's Lusitanos who take control in extra time against the Devils. pic.twitter.com/9xms4oNJUQ
— Super Cup (@RESuperCup) December 16, 2023
PONTO ALTO: A VITÓRIA ESTEVE NOS SUPLENTES
Já mencionámos no ponto anterior que a mudança de Tomás Appleton para a posição de abertura alterou por completo com o encontro, mas é fulcral reforçar o quão inspirador foi a entrada dos suplentes, com Francisco Costa e Campos a brilhar totalmente em todas as suas investidas, sendo que foi dele que nasceram algumas ocasiões boas de ataque, para além de ter marcado 5 pontos. Não foi uma prestação positiva colectivamente, como o próprio treinador-principal João Mirra disse por outras palavras no final do encontro, com a primeira-parte a ter sido uma tragédia complicada de analisar, isto porque os Brussels Devils chegaram a estar a dominar mais de trinta minutos interruptos com só umas parcas aparições da equipa portuguesa no ataque ou defesa.
A entrada do banco de suplentes foi fornecendo a equipa não só de energia como de motivação, com as “ganas” dos 8-extra a ter sido a vitamina-X que garantiu este 5º lugar. É nestes jogos que certos jogos conquistam o seu lugar em futuras temporadas, e jogadores como Duarte Azevedo voltaram a relembrar que estão cá para chegar de novo aos “Lobos”. O médio-de-formação trouxe outra qualidade de passe, exigência na execução do plano de jogo e uma cabeça mais clara e convincente no sair a jogar a partir do ruck. João Mirra soube mexer na equipa e isso foi nuclear para terminar com uma vitória.
Uma salva para os estreantes João Cunha, André Cunha, Francisco Costa e Campos e Santiago Lopes!
PONTO A MELHORAR: INEFICÁCIA E INDISCIPLINA
A primeira-parte e momentos da segunda foram preocupantes, com um influxo de erros que não são esperados dos Lusitanos, uma franquia que em 2021 foi à final da Super Cup e em 2022 esteve perto de repetir o feito. Se a formação-ordenada esteve “coxa” em derivados momentos, a não-conquista da linha-de-vantagem durante largos períodos de jogo foi gritante e que retirou qualquer poder ofensivo a um conjunto pejado de “Lobos”, alguns deles do Mundial. Foram 14 penalidades e um cartão amarelo, foram seis erros na formação-ordenada, três no alinhamento, com os Devils a efectuarem 10 placagens dominantes, o que demonstra a “facilidade” com que os atletas portugueses se deixaram placar.
Há aqui um ponto extra a ressalvar e que é importante que todos os intervenientes tenham em atenção: não podem ser repetidos os erros do passado, especialmente aquele passado entre 2011-2015. Retornar a essa estrutura e decisões só vai prejudicar o crescimento do rugby nacional e vários membros do antigo corpo técnico que esteve no Mundial já alertou para esse facto, apesar de derivados sujeitos quererem desmerecer essas afirmações como críticas infundadas. O rugby português não pode viver do passado, especialmente daquele que criou divisões constantes e que quase quebraram por completo com a comunidade oval lusa.
Brussels Devils regain the lead with this wonderful score by Victor Andre! pic.twitter.com/yCGVZ1h5Gs
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NÚMEROS E DADOS DO JOGO
Pontuador máximo: Manuel Cardoso Pinto – 10 pontos (2 ensaios)
MVP: Manuel Cardoso Pinto
Chutador: Nuno Sousa Guedes (2 pontapés de conversão) – 4
Turnovers: João Granate – 2;
Ensaios: Manuel Cardoso Pinto (2), Nuno Sousa Guedes, Francisco Costa e Campos, Jorge Abecassis, Vasco Leite, João Cunha e João Granate.