3 destaques do 1º Jogo do Torneio de Qualificação do Mundial 2023

Francisco IsaacNovembro 6, 20225min0

3 destaques do 1º Jogo do Torneio de Qualificação do Mundial 2023

Francisco IsaacNovembro 6, 20225min0
Portugal entrou da melhor forma no Torneio de Qualificação do Mundial de Rugby 2023, e Francisco Isaac conta-te o que se passou nesta 1ª jornada

Portugal garantiu uma vitória bonificada no primeiro jogo do Torneio de Qualificação para o Mundial de Rugby 2023, com os “Lobos” de Patrice Lagisquet a efectuarem uma reviravolta no marcador depois de um início de jogo mais tremido, impondo um ??-14 frente a Hong Kong, que analisamos ao pormenor neste artigo.

MVP: TOMÁS APPLETON (CENTRO)

Raffaele Storti, Nuno Sousa Guedes e Rodrigo Marta foram sensacionais com a oval nas mãos, oferecendo uma arma destruidora a Portugal, especialmente em situação de contra-ataque, juntando-se a José Madeira, José Lima e Samuel Marques como os principais destaques deste primeiro jogo do Torneio de Qualificação rumo ao Mundial 2023.

Contudo, e sem querer descurar a prestação de qualquer um destes nomes mencionados, o MVP deste encontro vai para Tomás Appleton, o capitão português Dois turnovers, sete placagens, em que duas foram extremamente decisivas para colocar um travão em acções de alto perigo de Hong Kong, duas quebras-de-linha, três assistências para quebras-de-linha de parceiros seus, e ainda uma assistência para ensaio, completando uma exibição de enorme nível e que foi fulcral para os “Lobos” durante a 1ª parte. O momento de forma é de excelência sobretudo na forma como lidera a equipa, apresentando-se constantemente ao serviço sem recuar ou dar espaço para o que adversário aproveite os erros de Portugal.

Liderança, agressividade, fisicalidade e vislumbres de genialidade, esta é a combinação explosiva que o capitão de Portugal apresenta jogo após jogo, sendo um dos pilares essenciais deste conjunto que sonha com o Mundial de Rugby 2023.

PONTO ALTO: CONTRA-ATAQUE MORTÍFERO E FOCO CERTO

Esquecendo os primeiros 20 minutos, altura em que Hong Kong realmente colocou sérias dificuldades aos “Lobos”, e que o conjunto português concedeu uma série de penalidades desenecessárias, a forma como os homens de Patrice Lagisquet foram capazes de dar vida ao contra-atque, abrindo uma autêntica passadeira em diferentes situações demonstra que, com a bola nas mãos, são a selecção mais perigosa e eficaz neste Torneio de Qualificação rumo ao Mundial 2023.

Tomás Appleton e José Lima compuseram um par de centros que foi governando o jogo, permitindo a Jerónimo Portela e Nuno Sousa Guedes ter espaço para perceber como e onde podiam causar mais falhas na defesa contrária, seguindo-se Raffaele Storti e Rodrigo Marta lançados para explorar os erros e criar as melhores situações de ataque. Ao forçarem estes espaços e erros, o contra-ataque português foi criando temor e nervos em Hong Kong, que se viu forçado a cometer penalidades para desacelerar a movimentação ofensiva de Portugal (uma boa parte não assinalados pela equipa de arbitragem, que permitiu o jogo do chão se exceder a um ponto extremo, por vezes) e fornecer plataforma de ataque ao conjunto português, que não aproveitou da melhor forma na maior parte das ocasiões.

Para além disto, somar uma formação-ordenada de calibre alto, um alinhamento que criou disrupção no conjunto contrário, e uma defesa que raramente cedeu erros dentro dos últimos 20 metros, apesar do tal excesso de penalidades cometidas.

Mike Tadjer, talonador da selecção portuguesa, explicou que o “calor tornou o jogo mais complicado (…). Os nossos alinhamentos têm de melhorar, porque quando entram bem obtemos uma vantagem no jogo, como se viu.”.

PONTO A MELHORAR: DISCIPLINA, DISCIPLINA E DISCIPLINA

18 penalidades cometidas, com um par delas a oferecer dois ensaios a Hong Kong a partir de um alinhamento. Demasiadas faltas no chão, que só não significaram algo pior porque os “Lobos” souberam responder à altura, mesmo quando reduzidos a 14 jogadores, forçando erros de handling ao adversário, o que acabou por insuflar alguma motivação-extra para a selecção das Quinas. Já tínhamos alertado que este deambular no risco da legalidade/ilegalidade das leis poderia ser uma aposta de alto risco, dependendo sempre como o conjunto de arbitragem visse a acção portuguesa.

É importante ter noção de que com os Estados Unidos da América, esta indisciplina poderia fornecer um sem número de hipóteses e soluções aos Eagles, especialmente na construção de plataforma de jogo, aspecto onde os norte-americanos são extremamente possantes e especialistas. Sem grandes falhas nas fases-estáticas, foi no jogo no chão que Portugal mais insistiu nas penalidades, um ponto a rever e que será, com toda a certeza, solucionado antes do encontro da próxima semana frente ao Quénia. Um ponto a ressalvar, no entanto, foi a excelente resposta dos “Lobos” em momentos defensivo-chave que mesmo sabendo estar com os olhos do juiz-de-jogo em cima, conseguiram manter o foco e voltar ao seu melhor quando Hong Kong procurava insistentemente por pontos.

Tomás Appleton, capitão da selecção nacional, explicou que “todos os árbitros têm um critério diferente, e nós demorámos a adaptar-nos às exigências do de hoje. Quando voltámos a nós, e o que verdadeiramente somos, entrámos naquilo que o jogo pedia.”.


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