3 destaques da final do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacJunho 20, 20224min0

3 destaques da final do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacJunho 20, 20224min0
Os Crusaders são os campeões do Super Rugby Pacific 2022, e contamos quais foram os três destaques desta final da competição

Os Crusaders são os primeiros campeões do Super Rugby Pacific – e mantêm o controlo dos títulos do Hemisfério Sul desde 2017 – depois de silenciaram totalmente os Blues numa final que foi marcada pela intensa chuva… e pelos erros em excesso do alinhamento da franquia sediada em Auckland.

O último artigo dedicado aos destaques da 1ª edição do Super Rugby Pacific, com nota alta para um segunda-linha lendário do rugby mundial.

O SKILL: UM GRUBBER DE MATERA PARA SELAR A VITÓRIA

Quantos avançados teriam coragem para recorrer a um pontapé numa final de campeonato? Poucos, e Pablo Matera, asa dos Crusaders, entra nesse clube distinguível depois de ter desenhado um excelente grubber que acabou por valer o 3º ensaio dos campeões do Super Rugby Pacific, terminando em grande a sua ligação com a super equipa da Nova Zelândia – deverá mudar-se rumo ao Japão. Atirar um grubber numa final, onde ambas as equipas estão sujeitas à pressão mais alta da temporada, só está ao alcance daqueles que realmente sonham com a glória, fugindo ao padrão do comum e normal, sabendo que caso corra mal pode acabar por resultar em algo de especial para a equipa contrária. Porém, Pablo Matera nunca tremeu na preparação deste pontapé que terminou com Sevu Reece a festejar o seu 10º ensaio da temporada, conseguindo fazer aquilo que as equipas de Scott Robertson muito gostam de tentar: apanhar o adversário desprevenido.

A linha defensiva dos Blues sumiu aceleradamente em direcção ao internacional argentino, com os jogadores mais próximos a preparem-se para a placagem, o que criou uma espécie de bolha de espaço nas costas da franquia de Auckland… Matera viu esta falha, programou o pontapé com toda a astúcia e arquitectura infalível e arriscou no momento certo, resultando num belo ensaio que levou os fãs dos Crusaders a entrarem em festa antecipada. Visão de jogo bem trabalhada, capacidade de excelência no aproveitar o erro do adversário e nota máxima no sentido de risco, conferindo um sabor do tango argentino desportivo a esta final da oval do Super Rugby Pacific.

O JOGADOR: WHITELOCK REINA NAS ALTURAS

Começamos com um stat que vai surgir no destaque seguinte para explicar o porquê de termos escolhido Sam Whitelock como o melhor jogador desta final: Blues perderam dez alinhamentos em nove introduções suas, com sete a serem caçadas ou desviadas por Sam Whitelock. Sem plataforma de jogo, a franquia dos Blues acabou por ficar longe do controlo da posse de bola, e, desta forma, de conseguir montar as fases necessárias para chegar mais perto da área de ensaio contrária.

Este impacto do alinhamento dos Crusaders sob o seu adversário foi nuclear para que fossem capazes de amordaçar a linha de 3/4s dos Blues, com o segunda-linha dos All Blacks a mostrar-se como um comandante astuto e inabalável nas fases-estáticas, garantindo mais oportunidades de ataque como facilitar a vida no ter que defender menos, invertendo a popularidade de jogo de uma forma categórica. Pode não ter corrido mais que dez metros com a oval nas mãos, ou não ter sido o defesa com maior número de placagens (8 e mais dois turnovers no ruck), mas a presença imponente no ar, e a raça de querer lutar são elementos suficientes para o destacar como MVP da final.

O STAT: BLUES SEM PLATAFORMA ESTÁVEL

Como dissemos, a franquia comandada por Leon MacDonald falhou em toda a linha no que toca à estratégia para as fases estáticas, perdendo dez alinhamentos e duas formações-ordenadas, o que acabou por significar na total perda de plataforma de ataque estabilizado e de não permitir às linhas atrasadas dos Blues de mostrarem o seu melhor. Confusão total, críticas tanto para Kurt Eklund, que até tinha realizado uma estupenda época, como para os pods de salto dos Blues que nunca souberam se adaptar à agressividade de disputas dos Crusaders, caindo numa apatia total e sem que ninguém tivesse tido capacidade de calibrar em qualquer momento, significando isto quase como um admitir de derrota quando o encontro ainda se desenrolava.

Perder mais de 50% das introduções no alinhamento, cinco das quais realizadas nos últimos 10 metros atacantes, e não conseguir responder à fisicalidade da avançada dos Crusaders que entrou em campo para simplesmente dominar, é sinal que os Blues ainda têm algum caminho a percorrer no futuro próximo, isto se querem chegar ao título de campeão.


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