3 destaques da 7ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacAbril 4, 20225min0

3 destaques da 7ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacAbril 4, 20225min0
Michael Hooper regressou aos seus Waratahs e contamos tudo neste artigo sobre o que se passou neste jornada do Super Rugby Pacific 2022

Chiefs e Hurricanes ofereceram o melhor jogo do fim-de-semana, com Ardie Savea a fazer algo de especial nesta 7ª jornada do Super Rugby Pacific 2022, que explicamos em três destaques diferentes!

O SKILL: SEGUIR RÁPIDO, UMA LIÇÃO DE ARDIE SAVEA

Um dos vários truques da larga panóplia de pormenores técnicos e tácticos de Ardie Savea, é o seguir rápido, de forma a explorar uma defesa que está em falta e em recuo, aproveitando deste modo para explorar algumas debilidades espontâneas que o adversários terá dificuldade de limar ou limitar nessa situação. Frente aos Chiefs, o 3ª linha e nº8 volto a fazer excelente uso dessa sua particularidade técnica, já que ao minuto 72 o All Black pediu a oval ao seu companheiro Jamie Booth, quando o árbitro tinha acabado de assinalar uma penalidade a favorecer os Hurricanes, com Ardie Savea a tocar rapidamente com o pé e a seguir em rompante por entre a defesa contrária, passando pelos seus adversários até conseguir chegar o perto suficiente da área de ensaio, rodando por uma última vez para chegar ao ensaio.

O que tem este de skill de tão especial? A inteligência para ler rapidamente o momento, a capacidade de não ser parado na primeira placagem ou acção defensiva limitadora sofrida e a sagacidade para manter o corpo activo com o objectivo de chegar o mais longe possível com a oval em seu poder. Esta “filosofia” de Ardie Savea favoreceu os Hurricanes novamente, e confere outro gosto ao Super Rugby Pacific, merecendo o destaque de ser um dos skills da semana, já que o seguir rápido é uma particularidade que existe no rugby para manter o jogo e a bola activa por um maior período do tempo.

O JOGADOR: VINAYA HABOSI, UM PONTA FADADO PARA O ESPECTÁCULO

Acabou por não ser uma jornada positiva para os Fijian Drua, que esperavam poder arrancar mais uma vitória neste Super Rugby AU diante dos NSW Waratahs, franquia que está a passar uma fase de reconstrução do seu plantel e identidade, o que poderia abrir uma possibilidade para os seus adversários conseguirem a proeza de atingir a segunda conquista em 2022.

Porém, e apesar da derrota por 14-38, o MVP da semana tem de ir para Vinaya Habosi, o explosivo ponta que está a captar as atenções de tudo e de todos neste Super Rugby, devido a quatro características: velocidade e explosão quase ímpar, possuindo todo um poder de aceleração que tem deixado os adversários mais rápidos por terra; destreza e técnica de pés, aplicando alguns dos side-steps mais venenosos, com Jordan Petaia a ter caído num desses numa jornada anterior; segurança na recepção dos pontapés, optando por rapidamente sair em contra-ataque invés de seguir numa sequência de pontapés; e umas mãos de “ouro”, o que torna qualquer acção ofensiva sua como uma situação de alto perigo e que possivelmente pode catapultar os Drua para territórios mais avançados.

Este combo de qualidades valeu-lhe mais uma prestação de um patamar de excelência com 110 metros conquistados (4º jogo que ultrapassa os 100 metros), 5 defesas batidos, 1 quebra-de-linha, 1 ensaio, 2 offloads, três passes, completando também 9 placagens efectivas (foi o terceiro 3/4’s com mais número de placagens neste encontro) e três recepções a pontapés. O ensaio de Habosi foi mais um requinte entre os vários banquetes deliciosos de truques e pormenores que realizou na presente temporada, acelerando em direcção à área de validação sem que ninguém tivesse as pernas necessárias para o bloquear, impondo a lei da velocidade e destreza no Super Rugby Pacific.

O STAT:  CARTÕES EM EXCESSO… UM MAU SINAL PARA O SUPER RUGBY

A 7ª jornada do Super Rugby Pacific trouxe ao de cima a pior característica possível de qualquer competição e que deverá forçar a medidas drásticas no futuro, seja por parte da SANZAAR (que não parece estar muito preocupada) ou World Rugby, pois só nesta ronda foram admoestados 6 cartões amarelos e 5 cartões vermelhos, numa elevação dos níveis de agressividade ou de pouca noção dos limites para um grau minimamente preocupante. Lembrar que a competição de franquias do Hemisfério Sul é a única a deter o carácter especial do cartão vermelho não ser uma medida definitiva no encontro, pois ao fim de 20 minutos a equipa avermelhada pode voltar a apresentar 15 jogadores, tirando assim algum peso desse cartão ou das acções que possam levar a essa situação, permitindo aos atletas ir até para lá do limite, mesmo que isso signifique arriscar serem expulsos.

Não só têm se registado mais cartões vermelhos, como a SANZAAR tem despenalizado jogadores através dos comités de disciplina, impondo um protocolo de despenalização pouco clara e que parece estar mais assente na linha de proteger o espectáculo, do que defender os atletas, castigar quem agiu fora da normalidade e de infligir às equipas algum tipo de castigo quando permitem os seus atletas ir para lá do exequível. Ninguém vai ficar incomodado com uma equipa que fique reduzida a 14 jogadores cedo no encontro, pois o primeiro pensamento deve ir para a defesa da integridade física dos atletas, e de se querer impor outros comportamentos a jogadores que continuam a entrar de ombro no contacto, ou a não pensar no seu adversário quando realizam uma acção mais violenta e menos pensada, blindando o Super Rugby Pacific de críticas complicadas em relação à sua postura em relação a este assunto.


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