3 destaques da 6ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacMarço 28, 20225min0

3 destaques da 6ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacMarço 28, 20225min0
Moana Pasifika fizeram história e somaram a primeira vitória no Super Rugby Pacific, com a análise da jornada a cabo de Francisco Isaac

Jornada história no Super Rugby Pacific, com os Moana Pasifika a derrubarem os Hurricanes, registando a sua primeira vitória na competição, isto para além dos Crusaders e Chiefs terem propiciado outro encontro de alto nível e o retorno de Beauden Barrett à competição! Fica a saber qual foi o Skill, Jogador e o Stat da 6ª jornada da maior competição de franquias do Hemisfério Sul.

O SKILL: O DUMMY PASS QUE ENGANOU MEIO CHIEFS

Crusaders e Chiefs ofereceram novo espectáculo aos fãs do Super Rugby Pacific, com os homens de Scott Robertson a somarem os 4 pontos após 80 minutos de grande luta, exigente disputa e que foi decidida por momentos de brilhantismo, a maioria protagonizada por David Havili (três assistências para ensaio, numa exibição de gala do centro) que esteve envolvido no skill desta semana para o Fair Play, pois foi ele quem meteu a oval nas mãos de Sevu Reece, seguindo-se um sprint imparável do ponta e o tal truque para ludibriar o 15 opositor, Kaleb Trask, com este a cair no engodo do internacional All Black.

A combinação da alta velocidade e explosão com o desenho técnico perfeito – e o bom apoio de Fletcher Newell à ponta -, proporcionou a Sevu Reece uma abertura total da última linha de defesa dos Chiefs, entrando na área-de-ensaio de forma gloriosa e intocável, merecendo o pleno e total destaque nesta jornada. É só ver e apreciar o desenho técnico do movimento de mãos, olhos e pés de Sevu Reece, que cronometrou todo este skill ao pormenor para produzir um dos melhores “rasgar de rins” da competição até agora, com o melhor adjectivo a ser “sensacional” ou “demolidor”, sem necessitar de recorrer a uma tentativa de atropelo ou hand-off.

O JOGADOR: MANASA MATAELE DÁ CORES VIRTUOSAS À FORCE

Num fim-de-semana “gordo” em termos de ensaios e pontos, com a larga maioria dos encontros do Super Rugby Pacific a levarem com uma avalanche de excelentes momentos, jogadas, combinações, placagens e estratégias, o duelo entre a Western Force e os Brumbies foi um dos melhores, com a formação de Canberra a segurar um 39-38 mesmo tendo jogado, praticamente, uma parte inteira com menos um (cartão vermelho a Tom Banks, lembrando que ao fim de 20 minutos entra um jogador para o seu lugar).

No meio dos vários hipotéticos heróis, vilões, anti-heróis e afins, Manasa Mataele subiu ao nosso palco do “Jogador da Semana” não só por uns dados rídiculos, e do qual já falaremos a seguir, mas pelo factor diferenciador colocado ao serviço da Force, chegando a ser ele uma das razões pelo qual os Brumbies chegaram a temer pela derrota, isto porque o ponta tanto criou pânico nos passes ao largo do adversário, ficando à espera para interceptar a oval, como aconteceu num dos seus dois ensaios, para além de ter capturado cinco pontapés altos, com a taxa de aproveitamento do jogo ao pé a subir quando Banks não estava jamais em campo.

Olhemos então para os números: 180 metros conquistados, dois  ensaios, nove defesas batidos, três tackle-busts, quatro quebras-de-linha, dois offloads, duas placagens e ainda uma intercepção extra (felizmente para os Brumbies, esta não acabou num terceiro ensaio), impondo medo a cada nova arrancada ou quando recebia a oval nas suas mãos. Simplesmente perfeita a exibição de um dos melhores pontas do Super Rugby Pacific, que está a deixar marca na Force, numa procura incessante por se afirmar como uma das maiores ameaças do Hemisfério Sul tanto no ataque ou na luta pelas bolas que vêm pelo ar.

O STAT: “PESCAR” COM OS MOANA PASIFIKA!

Hurricanes foram as primeiras vítimas dos Moana Pasifika neste Super Rugby Pacific, isto depois do encontro ter ido para um prolongamento (Golden Point), altura em que a estreante franquia foi capaz de acreditar mais e chegar ao ensaio que lhes valeu os primeiros 4 pontos na competição. Como é que isto aconteceu? Uma perita aula de bem defender, especialmente no contra-ruck, ou seja, no breakdown, departamento do jogo em que os Moana Pasifika arrancaram dez bolas, forçando os Hurricanes a recuar e a perder, desta forma, uma boa hipótese de chegarem aos pontos.

Nenhuma equipa tinha registado este número de turnovers num só jogo na edição de 2022 do Super Rugby, marcando a competição com este detalhe que acabou por fazer a diferença entre perder e ganhar, entre jogar mais um encontro nesta competição ou conseguir fazer história frente a um dos principais candidatos. Henry Stowers (o asa foi responsável por três turnovers), Josh Kaifa, , Samiuela Moli ou Tima Fainga’anuku foram só alguns dos melhores “pescadores” dos Moana Pasifika, sendo que o ensaio da glória final adveio também ele de um turnover, com Tau Koloamatangi a arrancar a bola do chão quando os Hurricanes estavam a entrar nos 22 metros adversários, seguindo-se o pontapé de Danny Toala, com o próprio ponta a ir buscar a oval e a confirmar a vitória.

Uma boa defesa pode ser uma chave para algo especial, e uma defesa que detém a arte do turnover é decididamente a melhor forma de escancarar a porta para feitos históricos!


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