3 destaques da 5ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacMarço 21, 20225min0

3 destaques da 5ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacMarço 21, 20225min0
Mais uma jornada, mais uma série de grandes momentos neste Super Rugby Pacific que Francisco Isaac analisa neste artigo

Sem grande parte dos encontros do lado neozelandês devido a adiamentos forçados, o Super Rugby Pacific mesmo assim teve direito a uma jornada recheada de grandes jogadas, momentos e muito mais como contamos neste artigo da 5ª ronda da maior competição de franquias do Hemisfério Sul.

O SKILL: APISALOME VOTA E UM CARIMBO DE ALTA QUALIDADE A JAKE STRACHAN

A cada nova semana que passa, os Fijian Drua vão tentando impressionar e conquistar os nossos “corações”, demonstrando um virtuosismo imenso tanto com a oval nas mãos como sem ela, naquilo que é o espírito fijiano associado ao rugby e ao desporto do mais alto nível. Nessa linha de pensamento, o skill que escolhemos para vangloriar nesta semana foi a bela e estupenda placagem de Apisalome Vota, com o centro a infligir Jake Strachan como se tratasse de um aríete de aço contra uma portão, colocando o seu adversário completamente imobilizado no chão, sem qualquer reacção.

Foi uma placagem perfeita, de acordo com os manuais de instruções? De certa forma, sim, pois o centro colocou-se ao nível da cintura, envolveu o seu adversário com os braços, impulsionou todo o seu corpo para a frente, arremessando-o no chão sem possibilidade de fuga ou de desenhar um offload – a oval seria conquistada pelos Fijian Drua no momento imediato – seguindo os passos todos que a boa regra da placagem tradicional manda: posicionamento, postura, atitude e combinação dos elementos físicos com o técnico.

O embate físico, o fragilizar do adversário e o facto de conseguir disponibilizar a oval para ser resgatada por um dos seus colegas, demonstra toda uma cultura de rugby especial e que facilmente segue as leis do jogo, como fornece um excelente momento de rugby aos adeptos, percebendo estes o real impacto de uma placagem legal, baixa e bem trabalhada. Os Fijian Drua podem não ter conseguido uma vitória nesta jornada do Super Rugby Pacific, mas a verdade é que estão cada vez melhores a todos os níveis, seja no dar show a atacar (mais um par de ensaios que facilmente estão no Top dos melhores da temporada) ou defender, como mostrou Apisalome Vota!

O JOGADOR: PITA GUS SOWAKULA, O HOMEM DOS MIL E UM SKILLS

Que início de época para Pita Gus Sowakula, o homem-ensaio dos Chiefs, o homem-offload da franquia de Waikato, que com aquele jeito especial tem lançado autênticos “incêndios” nas defesas adversárias, seja pela facilidade em tirar um offload da cartola quando todos menos esperam, ou por de repente arrancar um turnover no ruck ou maul e sair a jogar com toda uma naturalidade desconcertante, e por impor um virtuosismo e irreverência contagiante, marcando positivamente a estratégia de jogo da sua equipa.

Na visita ao reduto dos Moana Pasifika, o n.8º voltou a ser demolidor em todas as acções que se envolveu no encontro, com três offloads, tendo um dos quais assistido para o ensaio de Jonah Lowe, um ensaio, duas quebras-de-linha, dez placagens efectivas, dois turnovers, uma intercepção e um par de outros dados estatísticos que só nos ajudam a comprovar o quão excelente foi Sowakula nesta 5ª ronda do Super Rugby Pacific. Genialidade em bold, é o que se pode dizer de um dos 8’s em melhor forma neste arranque de temporada, registando novos números minimamente interessantes, oferecendo outra dose de ameaça aos Chiefs, que estão quase afinados ao ponto de puderem disputar este Super Rugby Pacific até à fase-final, sendo Pita Gus Sowakula um dos elementos fundamentais para atingir o sonho de uma final em 2022.

O STAT: REBELS CORREM MUITO MAS… NÃO GANHAM

Foram a equipa que mais metros correu com bola neste fim-de-semana de Super Rugby, e aquela que menos ensaios marcou, ficando aqui assinalando um dado “estranho” mas importante de reter para tentar perceber a exibição e derrota dos Melbourne Rebels na visita aos NSW Waratahs. Como é que de Kevin Foote foi capaz de somar 550 metros de conquista e só conseguir um ensaio, com os restantes pontos a advirem de pontapés bem esboçados por Matt To’omoua? Falta de finalizadores? Ausência de um plano de jogo eficiente nos últimos 15 metros? Cinismo defensivo do adversário? Uma combinação destes elementos ou razões e outras? Possível, e vamos começar por olhar para os maiores devoradores de metros, a começar por Glen Vaihu, ponta de 21 anos, que foi um dos principais nessa métrica, tendo o jovem 3/4’s australiano percorrido 140 metros, quebrando a linha em quatro ocasiões e ludibriando adversários em seis situações, isto em 14 portagens de bola realizadas… três das quebras-de-linha terminaram em pontos, com To’omua a apontar aos postes e sair do meio-campo adversário com três pontos.

Até aqui tudo bem, contudo quando começamos a olhar para o restante do espectro, percebemos que os Rebels não conseguiram aplicar boas plataformas a partir das fases-estáticas dentro dos 22 metros dos Waratahs, perdendo o controlo da oval por 22 ocasiões (o máximo desta jornada), um número alarmante e que ajuda a perceber o porquê da franquia de Melbourne não ter sido mais feliz nesta 5ª ronda do Super Rugby Pacific. O talento está lá, os jogadores também, faltando um pouco mais de afinação e trabalho de modo a realmente passar de um rugby com “perfume” mas inconsequente par algo ameaçador e eficaz.

 


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