3 destaques da 2ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacFevereiro 27, 20225min0

3 destaques da 2ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022

Francisco IsaacFevereiro 27, 20225min0
Nova jornada do Super Rugby Pacific e Francisco Isaac escolhe os melhores momentos neste artigo semanal sobre a competição

Depois de uma primeira jornada bem emotiva e carregada de momentos brilhantes, a 2ª jornada foi do mesmo nível com alguns jogadores a subirem ainda mais na escala de heróis – como Ardie Savea -, como explicamos nestes três destaques.

O SKILL: UM OFFLOAD AÇÚCARADO DE FAINGA’ANUKU

Mais uma semana, mais uma exibição de pompa e circunstância dos Crusaders, que novamente ofereceram ao público (em casa) alguns dos melhores momentos da jornada, seja pelos goose steps de Will Jordan, os jackals de Tom Christie (já vai em 50 placagens efectivas e nenhuma falhada em dois jogos), a brutalidade física de Tamaiti Williams ou o génio refrescante de Leicester Fainga’anuku, tendo uma das acções do ponta sido escolhida como o “skill” da semana. Tivemos vários momentos especiais nesta 2ª jornada do Super Rugby Pacific, não há dúvidas disso, desde o passe genial ao pé de Ian Prior, ao cross-kick acertado de James O’Connor, o sidestep de Salesi Rayasi, mas foi aquele offload mágico do ponta dos Crusaders para as mãos de George Bridge que acabou por arrebatar a nossa atenção, já que demonstra a eficácia e perícia de um dos atletas mais cativantes deste início de competição, e passemos agora à sua explicação ou desdobramento.

Fainga’anuku recebeu a oval com espaço antes do contacto, e num par de milésimos de segundo analisa como a defesa se mobiliza, optando por entrar entre o 2º centro e o apoio exterior, explodindo no momento preciso, agarrando assim os seus adversários sem que o braço que carregava a oval ficasse imobilizado, permitindo concluir a sua acção com um offload simples, mas genial.  A rapidez de movimentos, a agilidade fácil e bem calculada, e a destreza em conseguir se desenvencilhar dos seus potenciais placadores sem perder o controlo da oval, mostram todo o esplendor deste 3/4’s da franquia mais galardoada do Hemisfério Sul, conseguindo registar mais uma exibição em alta após uma 1ª jornada sensacional.

O JOGADOR: HÁ FORMA DE PARAR ARDIE SAVEA?

Ensaio no último minuto que deu uma vitória sumarenta aos Hurricanes ante os Blues, e que levou a grandes festejos da formação de Wellington que registou assim a sua primeira vitória no Super Rugby Pacific 2022, e quem foi o “salvador” destes canes? Ardie Savea. Galopante, intratável no contacto, uma voz dilacerante e poderosa, o 3ª linha dos All Blacks foi excepcional na maior das suas acções no encontro, com e sem bola, impondo aquele ritmo alucinante que faz tremer os seus adversários ou, pelo menos, que os deixa arrasados quando têm de tentar parar um dos melhores jogadores do Hemisfério Sul, que tornou a ser uma das principais unidades da equipa liderada por Jason Holland.

E o que nos dizem os números? 70 metros conquistados, sete defesas-batidos, uma quebra-de-linha, quinze placagens – três dominantes -, dois turnovers no breakdown, dois offloads, dezasseis portagens de bola, tendo sido um dos principais dinamizadores da avançada dos Hurricanes que foi ganhando balanço até conseguir conquistar a reviravolta no suspiro final do encontro, para o gáudio dos seus colegas de equipa – lembrar que este encontro foi jogado fora de Wellington devido às normas impostas pelo governo neozelandês. Ardie Savea foi imparável, tempestivo e uma unidade eletrizante que só sossegou quando derrubou os Blues nesta 2ª jornada do Super Rugby Pacific.

O STAT: FRASER MCREIGHT, O REI DOS TURNOVERS

Difícil escolher o stat ou dado mais “louco”/importante desta 2ª ronda do Super Rugby Pacific, já que havia alguma margem de dúvida, isto devido às 25 placagens efectivas de Tom Christie, as 5 penalidades consentidas pelos Waratahs – de nada lhes valeu no fim de contas -, os três ensaios de Salesi Rayasi, ou os 130 metros devorados por Mark Tele’a, abrindo-se aqui um jogo de escolhas díficil de gerir. E então qual é o stat que optámos por? Os dois turnovers e 21 placagens de Fraser McReight, asa dos Queensland Reds, que continua a ser um dos principais caçadores de oval no ruck e contacto, impondo-se como uma ameaça constante para os portadores de bolas e o seu apoio, ajudando aos campeões em título do Super Rugby AU a somarem uma segunda vitória consecutiva neste início de temporada do Super Rugby Pacific.

Voltamos a repetir, 21 placagens efectivas (sim, Tom Christie dos Crusaders somou 25, não nos podemos esquecer desse pormenor) e 2 turnovers em 80 minutos, forçando ainda dois erros de passe dos Waratahs, com isto a dar alguns balões de oxigénio aos Reds em momentos importantes e de maior pressão neste encontro. A qualidade das placagens – maior parte são “limpas”, ou seja, consegue rapidamente se levantar e reposicionar e até disputar os rucks -, a percepção de como atacar o adversário e a “fome” para atacar o breakdown faz de McReight um dos principais defesas desta competição.


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