3 Destaques da 2ª ronda das Seis Nações 2022

Francisco IsaacFevereiro 14, 20226min0

3 Destaques da 2ª ronda das Seis Nações 2022

Francisco IsaacFevereiro 14, 20226min0
Dan Biggar chega às 100 internacionalizações e com uma exibição de gala que merece destaque neste artigo de análise à 2ª ronda das Seis Nações

Segunda ronda das Seis Nações 2022 e a França está perene no topo da classificação, isto depois de derrubar a Irlanda num jogo rico em emoções, com um momento a ser analisado ao pormenor neste artigo dos três destaques da semana!

O MOMENTO: AQUELA FORMAÇÃO-ORDENADA DA FRANÇA…

Como não falar daquele ensaio de Mack Hansen? Que pontapé, que apoio, e que crença! Mas não, o momento da jornada para o Fair Play não vai ser o já tão badalado ensaio do ponta irlandês na derrota em França, mas sim daquele formação-ordenada que Cyril Baille forçou Tadhg Furlong a completamente ceder e, dessa forma, manter o momentum do jogo nas mãos dos Les Bleus de Fabien Galthié. O pilar foi monstruoso em todos os momentos do contacto, seja a carregar a oval, a placar, a sair do maul ou, como tal dizíamos em cima, na formação-ordenada, e pedimos para irem até ao minuto 37-38 deste super embate na Cidade das Luzes para perceberem porque é que é o momento da semana.

A França já liderava confortavelmente com um 16-07, colocando uma enorme pressão na Irlanda, com esta a sentir profundas dificuldades para encontrar espaço para jogar ou sequer ter capacidade para empurrar o adversário para o trás, caindo assim num vaivém de erros e falhas estratégicas que nem as suas principais individualidades conseguiram resolver. Formação-ordenada para os Les Bleus à entrada dos últimos 25 metros, encaixe perfeito e… bem, o que se seguiu foi a melhor poesia possível para os amantes deste choque dos 8 contra 8, com a seleção da casa a simplesmente fazer o que lhe apetecia a partir do segundo que a oval entrou em cena. O traquejo de Cyril Baille em conseguir fazer um dos melhores primeiras-linhas do Mundo ceder sem grande possibilidade de resposta é uma imagem que evoca uma tremenda confiança desta França que continua perene no topo da classificação, faltando ultrapassar mais alguns obstáculos até atingir o sonho, e são esperados mais momentos como este protagonizado pelo pilar e a avançada francesa.

O JOGADOR: DAN BIGGAR REINA EM CARDIFF

Centésima internacionalização (e um dos com mais jogos nas Seis Nações) e que jogo do actual capitão do País de Gales, Dan Biggar, que não só converteu os pontos necessários para dar a vitória aos adeptos galeses, como foi essencial para bloquear o seu homólogo contrário Finn Russell, impedindo-o de ter mais espaço de manobra especialmente naquelas saídas ao pé que detêm aquele perigo iminente de poder colocar em xeque uma equipa. O dez galês deu uma masterclass em como ir limitando o raio de acção do bloco contrário, conferindo pontapés de soberba qualidade que não davam grande margem de manobra a Stuart Hogg, Darcy Graham ou Duhan Van der Merwe para poderem sair com espaço ou terem oportunidade de desenvolver situações de profunda ameaça, com isto a limitar a capacidade de ataque da Escócia, ficando entregues ao avanço territorial via pontapé (onde nunca realmente lucraram) ou pelas fases-estáticas.

Ou seja, Dan Biggar foi organizando o jogo tacticamente, onde a experiência e perícia na coordenação de como a sua equipa se devia mover em determinados pontos ou períodos do encontro fez uma diferença monumental ao ponto que os galeses estiveram sempre por cima do resultado, gerindo opções e à procura das melhores oportunidades para somar pontos, tendo o histórico abertura somado 15 pontos dos 20 conseguidos pelo País
https://twitter.com/VMSportIE/status/1492559519179841536de Gales, incluindo um drop que selou o resultado final e a vitória dos Dragões Vermelhos nesta segunda ronda das Seis Nações 2022!

O BRAÇO-DE-FERRO: A LIGAÇÃO DOMBRANDT-SMITH-MARCHANT É O FUTURO?

A Inglaterra foi até Roma garantir 5 pontos e ascender assim ao 3° lugar nesta segunda ronda das Seis Nações, lançando uma série de novidades, entre elas o lançar de Alex Dombrandt como 8, Joe Marchant como 13, entre outras, que acabaram por significar um jogo relaxado e uma vitória folgada para os homens de Eddie Jones. Marcus Smith foi “rei” ao construir as melhores oportunidades dos ingleses, Max Mallins marcou pontos na luta por um lugar no XV, Jamie George parece estar perto do seu melhor e a ligação dos Harlequins ofereceu algumas das melhores jogadas e variações de todo o encontro, ficando a dúvida se o sucesso alcançado deveu-se a uma Itália algo permeável e pouco disponível para fazer um esforço mais afincado na defesa ou se realmente foi a Inglaterra a tornar tudo fácil graças a algo de diferente.

Indiscutivelmente, Marcus Smith é um abertura de alta qualidade que ainda precisa de mais tempo para realmente se estabelecer na cena internacional, apesar de já estar a ser importante em certos jogos, e ter à sua volta jogadores mais acostumados com a sua forma de jogar pode oferecer uma plataforma mais estável a Eddie Jones, o que significa apostar em Alex Dombrandt e Joe Marchant, duas unidades que merecem oportunidades, como se viu pelas grandes exibições realizadas por ambos em Itália, mas que como Smith precisam de ser colocados à prova.

Ganha mais a Inglaterra por ter esta tripla dos Harlequins, campeões de Inglaterra, em campo? Ou valerá a pena fazer um mix quando Farrell regressar? A verdade é que, no caso de Dombrandt, não há nenhum número oito como ele em Inglaterra, superando Sam Simmonds no choque físico directo, no dar uma solução diferente no alinhamento e de ser sobretudo mais duro na placagem ou na ida ao breakdown, ganhando a seleção da Rosa um elemento perfeito para jogar ao lado de Tom Curry e… Maro Itoje (será que vai mesmo continuar a desempenhar esta função?). Deixamos as dúvidas e perguntas ao leitor, mas em boa verdade é difícil resistir ao charme técnico de Marcus Smith, a versatilidade e noção de apoio de Joe Marchant e ao músculo inteligente e polivalência de Alex Dombrandt, e veremos se vão marcar ainda mais nestas Seis Nações.


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