MotoGP 2024: “Pecco” brilha e vence na Catalunha

Diogo SoaresMaio 26, 20246min0

MotoGP 2024: “Pecco” brilha e vence na Catalunha

Diogo SoaresMaio 26, 20246min0
Corrida louca na Catalunha com "Pecco" a terminar em 1º lugar, mas insuficiente para ultrapassar Jorge Martín na tabela

Os fins de semana de corridas começam à sexta, mas na Catalunha foi diferente. Aleix Espargaró, piloto oficial da Aprilia, chamou os jornalistas à sala de imprensa e anunciou a sua retirada do MotoGP no final de 2024. Aos 34 anos, o espanhol deixará o pináculo do motociclismo com, pelo menos, três vitórias e 11 pódios. Além disso, terá todo o respeito de milhões de fãs pela reconstrução da Aprilia a qual fez parte. Via aberta para Miguel Oliveira? Improvável, a construtora italiana quererá um piloto italiano, tendo Enea Bastianini em mente.

 

Na sexta-feira, dia dedicado aos treinos, o dia não foi positivo para Miguel Oliveira. O português não foi além de um 13º lugar, não conseguindo qualificar-se diretamente para o Q2. As grandes surpresas foram Marc Márquez, que também falhou a ida direta ao Q2, e Alex Rins, piloto que tem tido imensas dificuldades na Yamaha, que se qualificou para o Q2.

Sábado começou a valer. No Q1, apesar da disputa acirrada entre os pilotos, Oliveira não conseguiu entrar no top-2 que dá passagem ao Q2, ficando em 15º. Nesses dois lugares ficaram Fabio DiGiannatonio e Raul Fernández.

Quando ninguém acredita no quão poético possa ser o MotoGP, acontecem destes momentos. Menos de 24 horas depois de anunciar a sua retirada, Aleix Espargaró conquista a pole position com uma volta absolutamente fantástica na derradeira volta da sessão. Não só conquista a pole position, como o faz com uma volta recorde de circuito. 1:38:190 é o tempo que fica para a história. Pecco Bagnaia e Raul Fernández completaram o top-3.

Com umas excelentes condições para a prática de motociclismo, a sprint iniciou. Aleix Espargaró não conseguiu arrancar de igual forma que os adversários mais diretos e foi engolido até ao quinto lugar. Bagnaia assumiu a liderança, à frente de Pedro Acosta e Raul Fernández. Miguel Oliveira também conseguiu um arranque impressionante, ascendendo a 10º lugar ainda na primeira volta.

Na terceira volta, Raul Fernández tornou-se líder da prova e apressou-se a ganhar uma vantagem de segurança para o vice-líder, Pedro Acosta, e aproveitando a luta do piloto da GasGas com Brad Binder para cravar um fosso de cerca de um segundo. Mas bem, não basta ser mais rápido, é preciso sempre receber a bandeira quadriculada. Ora, Fernández caiu na curva 10 da quinta volta, caindo por terra as esperanças de uma vitória.

 

Pedro Acosta passou a liderar a prova, mas apenas por momentos, visto que Binder ultrapassou o espanhol na reta seguinte. Mas o MotoGP não teria tanta piada se fosse simplesmente liderar corridas. Na sétima volta, foi a vez do sul-africano cair, quando rodava na frente. Desta vez, na curva cinco. Bagnaia, que havia ultrapassado Acosta, voltava à liderança da sprint.

 

A três voltas do fim, o desalento para os fãs portugueses. Miguel Oliveira, que seguia em sétimo lugar em luta com Enea Bastianini pelo sexto, caiu e deu por terminada a sua sprint.

Acham que é tudo na corrida? Tenho uma notícia: houve surpresas bem no fim. Pecco Bagnaia ignorou a premissa de Michael Schumacher, a conhecida “First you have to finish” e caiu na última volta. Era o terceiro líder da prova que caía. Neste momento, Aleix Espargaró ascendia à liderança e tinha cerca de meia volta para não fazer o que os outros líderes tinham feito.

 

A verdade é que Espargaró manteve-se de pé e terminou a sprint em primeiro lugar. Continuava assim o seu fim de semana poético, tal como desejava. Marc Márquez conquistou o segundo lugar e Pedro Acosta, no dia do seu 20º aniversário, fechou o pódio.

 

No domingo, Aleix Espargaró voltou a ser engolido pelos pilotos na sua retaguarda e foi parar à quinta posição. Pecco Bagnaia assumiu a liderança, seguido de Pedro Acosta e Brad Binder. Jorge Martín, ainda na primeira volta, subiu ao terceiro lugar, ao ultrapassar Binder na curva 10. Miguel Oliveira arrancou bem, chegou a 12º, mas ainda na primeira volta perdeu duas posições.

 

Na volta quatro, Jorge Martín ultrapassou Acosta para ascender à vice-liderança, mais uma vez, na curva 10. Na volta seguinte, mna mesma curva, o piloto da Pramac assumiu a liderança da prova ao ultrapassar Bagnaia naquela que se tornou a sua curva favorita, a curva 10.

Começava-se a desenrolar uma luta dois a dois entre Martín e Acosta pela liderança, Bagnaia e Binder pelo terceiro lugar e até Espargaró e Raul Fernández pelo 5º lugar. Não faltava emoção na Catalunha. Mas por pouco. Binder perdeu ritmo e ficou à mercê de Espargaró, deixando Bagnaia “em terra de ninguém”. Na volta 11, Binder perdia o quarto lugar para o piloto da Aprilia na curva 1, e o quinto para Fernández na 3. Na mesma volta, Pedro Acosta caía no inferno na curva 10, quando sofreu um low-side e parou na gravilha. Ainda voltou à prova, mas na 20ª posição.

Marc Márquez aparecia com maior relevância na prova quando na volta 12 ultrapassou Binder para ascender ao quinto lugar.

Jorge Martín começou a sofrer com o desgaste dos pneus e Bagnaia, que foi mais conservador, aproveitou para se aproximar, acabando mesmo por ultrapassar o rival na curva 5 da volta 19. Uma vez na frente, o italiano ganhou vantagem e nunca mais foi incomodado.

 

Márquez chegou ao terceiro lugar na volta 21. Aproveitou a excelente saída na última curva e, com o auxílio do cone de ar, procedeu à ultrapassagem a Espargaró antes mesmo da chegada à curva 1.

E assim terminou mais um fantástico Grande Prémio de MotoGP. Pecco Bagnaia venceu e conquistou a 21ª vitória. Martín e Márquez, respetivamente, completaram o pódio. Miguel Oliveira cruzou em 11º, mas uma penalização a Bastianini promoveu o português ao 10º lugar. Pedro Acosta, com uma magnifica recuperação, terminou em 14º, levando mais dois pontos para casa.

 

Campeonato do Mundo de Pilotos:

O próximo Grande Prémio de MotoGP realiza-se já no próximo fim de semana (31 de maio a 2 de junho), no circuito de Mugello, para o GP de Itália.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS