MotoGP 2023: DiGiannantonio brilha no Qatar

Diogo SoaresNovembro 20, 20237min0

MotoGP 2023: DiGiannantonio brilha no Qatar

Diogo SoaresNovembro 20, 20237min0
DiGiannantonio surpreendeu tudo e todos no Qatar e terminou em 1º lugar, numa corrida que "Pecco" praticamente confirmou o título

O MotoGP foi ao Qatar para a penúltima ronda do Mundial de Motovelocidade. Num fim-de-semana de muitas emoções, o campeonato ficou praticamente decidido a favor de “Pecco” Bagnaia. Vamos, por isso, entender as incidências do Grande Prémio.

Na qualificação, a “pole position” foi conquistada por Luca Marini, marcando um tempo de 1:51.762. A completar a primeira linha da grelha ficou a dupla da Team Gresini, Fabio DiGiannantonio e Alex Márquez, respetivamente. Os candidatos ao título qualificaram-se em quarto e quinto lugar, com Bagnaia a levar vantagem.  Miguel Oliveira voltou a dececionar, não conseguindo melhor que o 17º posto

Na Sprint, Martín, de uma forma extraordinária, passou para a vice-liderança logo no arranque. Chegou à liderança ainda no início da prova e, de lá, nunca mais saiu. DiGiannatonio e Marini completaram o pódio. Bagania não foi além da quinta posição. Quanto a Oliveira, o português cometeu um erro na curva 6, chocou com Aleix Espargaró, e “atirou” o espanhol ao chão. Enea Bastianini também não conseguiu evitar o choque entre os dois pilotos da Aprilia, envolveu-se no embate e também caiu ao chão.

Por fim, na corrida de domingo, DiGiannantonio venceu, Bagnaia terminou em 2º e Marini repetiu o 3º lugar da sprint. Martín, com uma corrida terrível, apenas terminou em 10º. Miguel Oliveira não participou na corrida por lesão.

Dado os resultados, passemos agora à análise de 4 pilotos.

O Piloto “+”

O Piloto “+” é o piloto que, na minha opinião, foi o melhor piloto do fim-de-semana. No Qatar, o melhor piloto foi Fabio DiGiannantonio. O piloto de Roma teve, possivelmente, o melhor fim de semana da carreira em Losail. Mas este rendimento não vem ao acaso. Desde 12 de outubro, quando a Gresini anunciou que DiGiannantonio perderia o seu lugar para Marc Marquez, que o italiano entrou em modo “Glory Run” de maneira a conseguir atrair uma equipa, uma vez que, até ao dia de hoje, o piloto encontra-se desempregado para 2024.

Desde o anúncio, “Diggia” destacou-se com o 4º lugar na corrida principal da Indonésia, 3º lugar na corrida principal de domingo, e, agora, com o 2º lugar na sprint e a vitória na corrida. Juntando todos estes fatores, acabou por haver uma motivação extra para o Qatar e, provavelmente, haverá em Valência, na derradeira oportunidade para atrair uma equipa – em princípio, o piloto estará a “piscar o olho” à Honda. O trabalho não foi só dele, mas também dos engenheiros da equipa de Faenza. O piloto seguia atrás de “Pecco”, quando, a quatro voltas do fim, recebeu uma mensagem de “Mapping 8”. Muita gente interpretou essa mensagem como uma ordem de equipa para não atacar Bagnaia. DiGiannantonio rejeitou essa possibilidade e deixou explicito que foi o contrário. “Mapping 8” foi a mensagem que a equipa lhe transmitiu para atacar a liderança. E conseguiu, conquistando a sua primeira vitória no MotoGP.

Pilotos “+/-”

Para a categoria de +/-, escolhi dois pilotos que tiveram um desempenho mediano. Esses dois que escolhi foram Martín e Bagnaia. O porquê? Pela inconsistência que demonstraram nas diferentes sessões do fim-de-semana, principalmente, nas corridas.

Começando por Bagnaia. O piloto da Ducati sofreu para imprimir um ritmo competitivo na sprint. Estabeleceu-se em 5º, mas ficou a servir de “tampão” ao restante pelotão. No quesito defensivo, Bagnaia foi magistral, mas o estrago feito era impossível de remendar, uma vez que Martín encontrava-se em 1º a mais de 10 segundos do rival. Já no domingo, a conversa foi diferente. Bagnaia foi “disparado” para a “ponta” da corrida ainda no arranque, confirmando-a com a ultrapassagem a Marini na curva 1. Um ritmo fantástico, que só não foi melhor que o de DiGiannantonio.

Quanto a Martín, a performance do 2º classificado na sprint foi algo de monstruoso, no melhor sentido possível da palavra. Com um arranque excelente, assumiu a primeira posição logo no início e nunca mais a largou, quando sentiu a pressão de DiGiannantonio, tratou rapidamente do assunto, colocando-se a uma distância segura do adversário. Na corrida, as coisas não correram tão bem. Tudo começou com um péssimo arranque, onde Martín só não foi ao chão nesse momento por milagre.

A partir daqui a corrida arruinou-se. Martín perdeu completamente o ritmo, visto que nesta situação os pneus estragaram-se. O espanhol chegou mesmo a culpar a Michelin – fornecedora de pneus para o MotoGP – pelos problemas sentidos na prova principal e, consequentemente, a perda do campeonato

O certo é que, matematicamente, o campeonato ainda não está terminado, mas a diferença de 21 pontos entre os dois pilotos praticamente que resolve as questões a fazer do italiano da Ducati.

O Piloto “-”

O piloto “-” é aquele que pode ser classificado como o pior piloto do fim-de-semana. Para esse posto, escolhi, a muito custo, Miguel Oliveira. Oliveira foi o único piloto da Aprilia a qualificar-se fora do top-10. Na sprint, abalroou Espargaró e causou o abandono dele próprio, do espanhol, assim como afetou o resultado de Enea Bastianini. Para acrescentar um fator negativo, o piloto de Almada fraturou a omoplata e ditou o fim da sua temporada – ele, que já confirmou que não estará presente em Valência. Termina da pior maneira uma época que em pouco sorriu para o piloto português e para os seus fãs.

Classificação do campeonato de pilotos:

O próximo Grande Prémio realiza-se em Valência já no próximo fim-de-semana (24 a 26 de novembro). Será o fecho da temporada de 2023.


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