EuroWinners Cup 2021: BSC Kristall chega ao tetra

Tiago PelicanoAgosto 1, 20219min0

EuroWinners Cup 2021: BSC Kristall chega ao tetra

Tiago PelicanoAgosto 1, 20219min0
O SC Braga tentou chegar ao 4º título na EuroWinners Cup mas um super Kristall estragou o sonho aos bracarenses e Tiago Pelicano tudo o que se passou

O estádio do Viveiro Jordan Santos voltou a acolher novamente a competição, que já se realiza no município da Nazaré desde o ano de 2017, e nesta edição contou com um número recorde de equipas, com uma participação de 50 conjuntos que disputaram a fase de grupos da Euro Winners Cup.

11 grupos de quatro equipas e dois de três equipas, realizando 120 jogos no total da competição, brindou a Nazaré com um fim-de-semana carregado de futebol praia. Após a fase de grupos, iniciou-se o famoso “mata-mata” com os 16 avos de final, seguindo-se o árduo caminho até à final – as equipas que vão sendo eliminadas disputam os lugares até ao 16º classificado.

Neste artigo de resumo da competição vou me focar mais nas equipas finalistas e fazer um breve destaque das equipas portuguesas e a mais uma que, na minha opinião, fez um excelente percurso na EuroWinners Cup.

Os Portugueses e os Destaques

Participaram 17 equipas portuguesas na prova e foram: o SC Braga (Gr L), o Sporting CP (Gr C), a ACD Sotão (Gr A) e ACD Sotão “B” (Gr M), o CF Belenenses (Gr A), os Nazarenos (Gr B), o Varzim (Gr C), a ADCR Caxinas (Gr D), GD Chaves (Gr E), a AD Buarcos 2017 (Gr F), o Vila Flor SC (Gr G), o GRAP (Gr H), o Nacional da Madeira (Gr H), CB Caldas da Rainha (Gr J), o Sesimbra (Gr J), a CB Loures (Gr K) e CCD Porto Mendo (Gr K). Destas 17 passaram aos 16-avos de final um total de 9 emblemas nacionais.

Das equipas portuguesas destacar a CB Loures que alcançou a sua melhor classificação de sempre na competição, chegando aos 1/8 de final, sendo eliminados pelos russos, campeões em título e que viriam a revalidá-lo, BSC Kristall, num jogo em que os lourenses se podem queixar de um erro crasso da equipa de arbitragem ao não validar um golo de Chiky Ardil que daria o empate na partida, podendo mudar por completo o encontro que terminou 1-0 a favor do emblema do leste europeu.

Destacar o percurso de uma das equipas da casa, a ACD Sotão que chegou aos 1/4 de final, sendo aí eliminados pela equipa alemã do Real Munster, também por 1-0 a favor dos alemães à semelhança do jogo da CB Loures.

O GRAP fez uma boa competição também, eliminando o Sporting CP, que se apresentou na competição muito desfalcado, sem contar com os seus internacionais espanhóis António Maior, Edu Suarez e Dona e ainda sem o seu capitão, o “Imperador” Rui Coimbra ausente por lesão. O GRAP seria eliminado logo no jogo seguinte às mãos do SC Braga, os Guerreiros do Minho liderados pelo “Beach Soccer King”, Bruno Torres, venceu a formação de pousos por 12-7.

Por ultimo e antes de olhar para as equipas finalistas com maior pormenor, destacar a equipa espanhola San Francisco, orientada pela lenda viva espanhola, um dos melhores de sempre da modalidade, Ramiro Amarelle, terminando a competição no pódio, após vencer o Real Munster por 7×4 no jogo de apuramento do 3º/4º lugar. A equipa de Amarelle que contava com uma constelação de estrelas, entre elas Llorenç Gomez Loen, Pablo Perez e os gémeos Torres, foi derrotada pelo SC Braga nas meias-finais, dando espetáculo durante todo o EuroWinners Cup.

Os Finalistas

Olhamos agora para o percurso das equipas finalistas, o SC Braga e o BSC Kristall. Os brancarenses passeou pelo grupo L, que dividiu com o MFC Servit da Ucrânia, o AD Torrejón CF de Espanha e o Copenhagen BSC da Dinamarca. Os Guerreiros do Minho venceram todos os jogos e consequentemente o grupo, marcando 23 golos e sofrendo apenas 2 (um frente ao Servit e outro frente ao Torrejón). Nos dezasseisavos e oitavos, a formação liderada por Bruno Torres defrontou equipas portuguesas, primeiro o Varzim que venceu por 8×3 e depois o GRAP por 12×7 passando sem grande dificuldade aos quartos-de-final onde ultrapassou os búlgaros do MFC Spartak por 6×4, um embate bem intenso mas que acabou para os bracarenses.

Na meia-final defrontou a equipa que tinha vencido o Kristall na fase de grupos, o San Francisco, treinado por Amarelle, e foi um dos melhores encontros de toda a EuroWinners Cup. Jogo vibrante com golos de categoria e onde reinou a eficácia dos Guerreiros do Minho, o jogo terminou nos 7-4 e foi sem duvida um embate fenomenal de toda esta edição deste super-evento do futebo de praia, sendo praticamente uma final antecipada.

Antes de irmos à tão esperada final, olhamos para o percurso do BSC Kristall, os russos disputaram o grupo B, terminando na 2ª posição, atrás da equipa espanhola do San Franscisco, venceram as equipas do Marseille BT de França e os portugueses da casa os Nazarenos por 7-3 e 7-0 respetivamente.

Contudo, no primeiro jogo frente à equipa de Amarelle perderam por 4-3 num duelo lindo de se ver e rever, muito atrativo e ao nível do SC Braga-San Francisco da meia-final. Nos 16 avos eliminaram o MFC Servit da Ucrânia por 7-2, encontrando os portugueses da CB Loures, o tal jogo ficou “manchado” pelo erro de arbitragem já referido anteriormente neste artigo. O Kristall vencia o jogo por 1-0 quando a CB Loures empata com uma bicicleta espetacular de Chiky Ardil, com a bola a embater no ferro interior que segura as redes da baliza e ressalta para fora.

A equipa de arbitragem mandou seguir o jogo alegando que a bola teria tabelado entre o poste e a barra, ficando para sempre a dúvida do que poderia ter acontecido caso se registasse um empate nesse momento. O emblema russo avançaria para os 1/4 final para defrontar os compatriotas do Lokomotiv, um jogo que terminaria com uma goleada de 5-1 a favor da equipa dos internacionais brasileiros Datinha, Rodrigo e Mauricinho (tremendo durante toda a EuroWinners). Na meia-final jogaram frente aos alemães do Real Munster, arrecadando mais uma vitória desta feita por 5-2 rumando a mais uma final.

A Final

Na final, velhos rivais encontraram-se novamente, uma vez que foi a terceira final que ambas as equipas se defrontaram nos últimos anos. A primeira vez foi em 2018, final que terminaria 3-3 indo a penaltis e os bracarenses levaram a melhor por 5-4 sagrando-se campeões pela primeira vez na sua história, relembrando que seriam também a primeira e única equipa portuguesa a fazê-lo até aos dias de hoje.

A segunda final seria na época transata, em 2020 que acabou caprichosamente em 3-3 e novamente a decisão acabou na lotaria dos penaltis, com os russos a levarem a melhor, vencendo nas grandes penalidades por 1-0 destronando os tricampeões (terceiro título, depois de 2014 e 2015).

E chegamos, finalmente, a 2021 numa final que serviria para o desempate, uma vitória para cada lado em penaltis, três trofeus da EuroWinners Cup e este jogo decidiria quem levaria a melhor sobre quem, o Braga entrava com o 5 inicial a contar com Rafa Padilha na baliza e uma quadra totalmente portuguesa, Bruno Torres, Fábio Costa e os gémeos Martins, no decorrer do jogo entraram os internacionais portugueses André Lourenço, Rúben Brilhante e Pedro Mano e, ainda, o internacional brasileiro Filipe Silva, ficando no banco ainda mais dois portugueses Hugo Ferreira e André Nunes.

O Kristall entrou com Chuzhkov na baliza e a quadra com Makarov, Shishin, bem conhecidos da seleção russa e os internacionais brasileiros Mauricinho e Datinha e contava no banco de suplentes com Ostrovskii, Ilinskii, Krasheninnikov, Paporotnyy, Romanov, Zharikov e Remizov.
E a terceira foi de vez e houve vencedor no tempo regulamentar, uma final digna desse nome com o resultado sempre incerto até ao momento que o Braga, na busca de procurar o empate, acabou castigado dois golos sem resposta. O resultado foi enganador para quem não viu a partida, pois tivemos um 1º período muito disputado onde a formação portuguesa perdeu a oportunidade de sair a vencer, já que Leo Martins falharia uma grande penalidade aos 8’, terminando o período 0x0.

No 2º período o Kristall inicia da melhor forma com Mauricinho a abrir o marcador aos 13 minutos e 30 segundos, seguindo-se o segundo golo do brasileiro que colocou o placar em 2-0, este resultado não durou muito tempo porque no minuto a seguir (14’) Rafa Padilha faz o 2×1 e aos 17’ minutos, depois de falhar o penalti no 1º período, Leo Martins empata o jogo em 2-2.

Na 3ª metade da final e com tudo a caminhar para mais uma desfecho épico, aos 27’ minutos o árbitro assinala penalti a favor do Kristall por falta de Fábio Costa sobre Remizoc que foi convertida em golo sundino para 3-2 para Kristall, que mais uma vez não durou mais que um minuto pois Filipe Silva empatou. No entanto, o bloco russo faz o 4-3 por Paporotnyy faz o 4×3, e Shishin faz o 5-3 num belo contra-ataque, já com a equipa bracarense a tentar de tudo para reduzir e relançar a final e até um pouco contra a corrente do jogo nos últimos três. O Kristall levaria assim a melhor sobre um duelo entre duas das melhores equipas do mundo, que com esta vitória somou a sua 4ª EuroWinners Cup, renova o título de 2020 e é bicampeão pela segunda vez na sua história.

Prémios Individuais

Os prémios individuais são da responsabilidade da Beach Soccer World Wide (BSWW), o prémio de melhor jogador da competição foi atribuído ao internacional brasileiro Mauricinho, o melhor marcador da competição foi o português do GRAP, Bernardo Lopes e o prémio de melhor guarda-redes foi atribuído ao guarda-redes do Kristall, Chuzhkov.


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