Fórmula 1 2023: A temporada até ao momento pt.1

Luís MouraAgosto 16, 20237min0

Fórmula 1 2023: A temporada até ao momento pt.1

Luís MouraAgosto 16, 20237min0
Luís Moura avalia o que tem acontecido na Fórmula 1 2023, e nesta 1ª parte olha para o top-6 desta temporada

Findado o Grande Prémio da Bélgica (último antes da pausa de verão), no circuito de Spa-Francorchamps, já é possível analisar a performance de equipas e pilotos, até ao momento, e perspetivar o rumo da Fórmula 1 2023, até ao final do ano.

Red Bull

A Red Bull e Max Verstappen seguem isoladíssimos na liderança dos respetivos campeonatos e trata-se de uma questão de tempo até revalidarem os títulos conquistados em 2022. A equipa sediada em Milton Keynes, no Reino Unido, prosseguiu o trabalho realizado na época transata e acentuou o domínio. Venceu todas as corridas realizadas (incluindo as sprints), até ao momento, e apenas falhou por duas vezes a conquista da Pole Position, em Baku para Charles Leclerc e na Hungria para Lewis Hamilton. Max Verstappen, salvo qualquer anormalidade, vai ser tricampeão do mundo e “arriscasse” a repetir o domínio que, outrora, grandes nomes como Senna, Prost, Schumacher, Vettel e Hamilton conseguiram.

O corte orçamental e a redução de horas em túnel de vento, consequência do incumprimento orçamental na época de 2021, não afetaram a Red Bull e parece não vir a afetar no futuro. A distância em relação à concorrência é tão elevada que, apesar de a época ainda não ter acabado, só um desastre pode afetar a competitividade da equipa em 2024.

A sintonia RB19 e Max Verstappen é o grande destaque da temporada, mas não é surpresa. A marca austríaca soma 503 pontos, mais do dobro dos pontos que a Mercedes conquistou esta época.

Mercedes

Pressionados pelo insucesso desportivo de 2022, os homens da Mercedes começaram a temporada “uns furos a baixo” do esperado. Contudo, prova após prova foram recuperando a performance e, à chegada à pausa de verão, encontram-se como a segunda equipa mais bem classificada no campeonato com 247 pontos.

Mantiveram a aposta no conceito aerodinâmico “zeropod”, ainda que com algumas alterações, e conseguiram superiorizar-se à Ferrari. Boas indicações demonstradas pela Mercedes que aparentam regressar aos lugares cimeiros.

Com Lewis Hamilton e George Russel competitivos é expectável que continuem num caminho ascendente e confirmem o favoritismo na luta pelo segundo lugar no campeonato de construtores.

Tiveram como ponto alto a Pole Position conquistada por Lewis Hamilton no Grande Prémio da Hungria. Uma volta de pura competitividade que surpreendeu Max Verstappen e a Red Bull. Apesar de não ter capitalizado a Pole numa vitória, Lewis Hamilton demonstrou que a Mercedes está pronta para a luta.    

Aston Martin

A vitória foi “sol de pouca dura” no horizonte da Aston Martin. Na primeira temporada de Fernando Alonso ao serviço da equipa, o espanhol conseguiu conquistar três pódios consecutivos, nas três primeiras etapas, e seis no cômputo geral, até ao momento. As aspirações da Aston Martin dissiparam-se facilmente pelo atraso em relação à Red Bull. Atraso competitivo, mas não só. A equipa austríaca, naturalmente, detêm maior poder no desenvolvimento do carro, no qual a Aston Martin ainda carece de crescimento. Não obstante, esta é a melhor temporada da equipa na era Aston Martin e, por isso, a apreciação só pode ser positiva.

No que à disputa interna concerne, Fernando Alonso está destacadíssimo à frente de Lance Stroll. O canadiano sofreu uma queda de bicicleta durante a pré-temporada que o inibiu de extrair a melhor performance do monolugar nas primeiras rondas do campeonato, numa altura em que Alonso acumulou pontos e pódios para a equipa britânica.

No entanto, com o decorrer da temporada e já recuperado, Stroll não tem conseguido acompanhar o ritmo de Alonso. De resto, este será o principal desafio dos homens de Silverstone no que resta da temporada. Permitir que Stroll melhore o seu rendimento e se junte a Alonso na luta pelo segundo lugar no campeonato de construtores.

A Aston Martin teve o seu momento alto no início da temporada com o triplo pódio de Alonso.

Ferrari

2023 ainda não vai ser o ano do regresso da Ferrari às grandes conquistas. Atualmente, ocupa o quarto lugar no campeonato de construtores e terá dificuldades em alcançar o segundo posto, conquistado na época passada.

Com uma dupla de pilotos nivelada, mas que não está a viver o melhor momento de forma, a Ferrari entrou com o pé esquerdo na temporada. Frédéric Vasseur assumiu a liderança da equipa italiana proveniente da Alfa Romeo e “arrumou a casa”.

As mudanças na estrutura técnica e diretiva não ajudaram na preparação da temporada e a Ferrari não está a conseguir apresentar o mesmo nível, em relação à época transata. Aliada ao crescimento dos rivais, a instabilidade tem sido o principal problema da equipa.

Ora qualificam-se nos lugares de topo, ora lutam arduamente para entrar no top 10. Para além disso, o ritmo de corrida e a dificuldade na gestão de pneus continua a ser um entrave aos bons resultados. Enquanto a Ferrari não resolver as discrepâncias de performance entre a qualificação e a corrida não vai conseguir vencer campeonatos.

O momento alto dos homens de Maranello foi vivido em Baku, quando Charles Leclerc conquistou a Pole para ambas as corridas do fim de semana.

McLaren

A equipa de Zak Brown renasceu mais uma vez das cinzas. No Bahrein perspetivavam-se os mais horrendos cenários. Das peças carbónicas produzidas com materiais insuficientes que se desfaziam organicamente com o decorrer da corrida, à completa falta de rapidez.

Os mais dramáticos acreditavam que a McLaren ia voltar ao fundo do pelotão e juntar-se à Williams no clube dos gigantes adormecidos. A verdade é só uma. A McLaren está para ficar. Conseguiu ultrapassar os problemas de fiabilidade e competitividade para aparecer novamente no topo.

Lando Norris e Oscar Piastri são a dupla do momento e prometem continuar a maravilhar os aficionados da Papaia.

Destaca-se os pódios conquistados por Lando Norris em Silverstone e na Hungria e o azar de Piastri que devido à estratégia não conseguiu replicar os resultados do seu companheiro de equipa, em ambas as provas.

O caminho é claramente ascendente e esperasse que a McLaren continue a lutar com a Mercedes, a Ferrari e a Aston Martin.


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