Fórmula 1 2023: Max recupera e dá o campeonato à Red Bull
O grande prémio do Japão tornou a consagrar um campeão, mas desta vez foi só a Red Bull. Max Verstappen recupera o domínio, num dia de show para Red Bull e McLaren.
Qualificação
O dia nascia frio e envergonhado em algumas partes de Portugal, quando aqueles que esperavam mais uma qualificação animada, tal como as duas passadas, acordaram para assistir a mais um domínio de Max Verstappen e da Red Bull (que só foi importunado por mais uma prestação aquém do esperado de Pérez), mas já lá vamos…
Sargeant sedento de performance e a lutar pelo único acento disponível para próxima temporada, ironicamente o que ainda ocupa, cometeu um erro pouco comum e foi embater com violência nas barreiras. O carro da Williams, para desespero dos mecânicos da equipa, ficou parcialmente destruído e a direção de corrida foi forçada a declarar bandeira vermelha para a limpeza e reparação da pista. Mais uma dor de cabeça para o piloto americano que por estes dias vê o seu lugar posto em causa, face à inoperância em relação ao seu colega de equipa (Alex Albon) e aos constantes erros cometidos.
Foi o primeiro piloto a ficar arredado da luta pela passagem ao Q2 que, mais tarde, viu na sua companhia Zhou, Hülkenberg, Stroll (já sem surpresa) e Bottas. A dupla eliminação dos pilotos da Alfa Romeo acentua a crise de resultados dos suíços nesta temporada.
O Q2 desenrolou-se com mais tranquilidade e num dia complicado para Lawson, que acordou com a confirmação da renovação de Ricciardo e Tsunoda para 2024 na Alpha Tauri, o piloto neozelandês ficou a escassos milésimos de fazer companhia a Tsunoda no Q3. O futuro de Lawson é incerto e nem o próprio, em declarações à Sky Sports F1, sabe o que acontecerá, porém, mostrou-se insatisfeito com a possibilidade de tornar a ser piloto reserva na próxima temporada. Também Gasly, Albon, Ocon e Magnussen foram eliminados.
Na derradeira fase final da qualificação (Q3) as equipas “apertaram o parafuso” aos motores em buca da conquista da Pole Position. Motivadas pelo cenário do grande prémio de Singapura (marcado pela má prestação da Red Bull) Ferrari, Mercedes e McLaren aspiravam incomodar a mais que provável Pole de Max Verstappen, mas, infelizmente para todos aqueles que desejam ver uma Fórmula 1 mais competitiva, Max com naturalidade foi o mais rápido da sessão e deixou a mais de meio segundo Óscar Piastri (McLaren) que se qualificou no 2º posto. Lando Norris, também da McLaren, foi o 3º mais rápido da sessão. O melhor Ferrari foi o #16 tripulado por Charles Leclerc na 4ª posição, à frente do único vencedor não Red Bull esta temporada (Carlos Sainz) que foi 6º. A separar os homens da Ferrari, Pérez acabou a sua última volta rápida à saltar para a 5ª posição. Só Pérez estragou a completa supremacia da Red Bull numa tarde (inicio de manhã em Portugal) em casa da Honda. Os Mercedes seguiram-se com o 7º (Hamilton) e 8º (Russel) lugar, à frente de Tsunoda e Alonso, respetivamente, que fecharam o top 10.
Corrida
O sol irradiava as retas, curvas e contra curvas do circuito Suzuka, no Japão. As bancadas repletas de fãs orientais, mas não só, ovavam os seus heróis para o começo das 53 voltas da 17ª ronda do campeonato.
Max Verstappen partia com o estatuto de vencedor antecipado. Corria em casa da Honda, anterior fornecedora de unidades motrizes, com o RB19 a dizimar as aspirações da concorrência, novamente.
Quando os cinco semáforos se apagaram, Piastri e Norris tentaram ultrapassar Verstappen, mas o campeão do mundo impôs-se para, numa primeira fase, apertar Piastri e, de seguida, travar no meio da curva 1 controlando a ofensiva de Norris.
No meio do pelotão, as escaramuças chegaram para atrapalhar a vida de alguns candidatos aos pontos. Bottas esteve perto de abalroar o Williams de Albon e, poucos metros depois, Pérez (com danos na asa dianteira parou na 2ª volta) apertou Hamilton ao máximo, não tendo, naturalmente, o piloto britânico conseguido evitar o contacto. Consequência dos toques, as primeiras curvas da pista ficaram repletas de destroços, o que levou à entrada do safety car (SC) para a limpeza da pista.
O recomeço foi tranquilo para os homens da frente, não houve lutas, à exceção dos homens da Mercedes (Hamilton levou a melhor sobre Russel). Já, entre os últimos classificados, Bottas viu-se envolvido outra vez, aquando do toque com Sargeant. O piloto finlandês abandonou.
A corrida entrou na monotonia habitual, com a liderança confortável de Max Verstappen e com a gestão de todos os outros pilotos, quando o colégio de comissários decidiu penalizar Pérez por infringir as regras durante o SC. Também Sargeant foi penalizado, mas, desta feita por ter sido considerado responsável pelo incidente com Bottas.
Depois do início atribulado, sob os olhares atentos de Helmut Marco, Pérez atirou-se para cima de Magnussen e abalroou-o para fora de pista. Um erro injustificável do mexicano que, face ao maior ritmo de corrida, deveria ter comedido o seu ataque e, por isso, realizá-lo mais tarde. Sérgio Pérez foi forçado a abandonar com danos irremediáveis no seu monolugar.
Com as trocas de pneus, Verstappen manteve a liderança, mas, ainda assim, Piastri (beneficiado pelo VSC) conseguiu reduzir ligeiramente a distância para a frente da corrida.
Stroll foi chamado pela Aston Martin à boxe, para retirar o carro, poucos momentos antes de a Williams chamar ambos os pilotos para seguirem o caminho de Stroll e retirarem o monolugar.
Charles Leclerc foi chamada à boxe pela Ferrari e inaugurou a romaria de paragens na boxe para, regra geral, a última paragem. Depois das trocas, a matriz da corrida ficou igual. Verstappen com uma vantagem diabólica, seguido de Norris, Russel (numa tomada estratégica distinta), Piastri, Leclerc, Hamilton e Sainz. Russel acabou ultrapassado por Piastri e Leclerc.
Depois do abandono, Pérez renasceu das cinzas para voltar à pista. Um situação absolutamente caricata, uma vez que o mexicano regressou para cumprir a penalização que lhe tinha sido atribuída e tornou a retirar o RB19.
Momento caricato ultrapassado, a corrida dirigiu-se normalmente para o seu final. Com o passar das voltas, o que parecia uma miragem tornou-se uma realidade. Com a vitória de Max e o desaire dos Mercedes a Red Bull consagrou-se campeã do mundo de construtores pela 2ª vez consecutiva.
Verstappen venceu a corrida e carregou as aspirações da Red Bull até à conquista do campeonato. Norris foi 2º e Piastri 3º, numa grande corrida para a McLaren. Leclerc foi 4º, Hamilton 5º, Sainz 6º e Russel 7º. Alonso foi 8º e os Alpine fecharam os lugares pontuáveis, com Gasly à frente de Ocon.
O grande prémio do Japão acabou com duas certezas. Por um lado, a Red Bull é campeã do mundo. Por outro lado, Max Verstappen vai ser o próximo a revalidar o titulo…