Fórmula 1 2023: Os principais destaques do GP dos EUA
O Campeonato do Mundo de Fórmula 1 regressou à competição com o Grande Prémio dos Estados Unidos, corrido em Austin. Sendo um fim de semana com Sprint, a atividade em pista foi constante, com muita emoção e drama à mistura. Eis os principais destaques (positivos ou negativos) de cada sessão:
Qualificação para a corrida principal
Na sexta-feira, a qualificação para a corrida de domingo, teve um desfecho inesperado. Por um lado, Max Verstappen (já campeão em 2023), depois de ter feito uma volta que lhe garantiu a 1ª posição – com uma vantagem de escassos milésimos sob Leclerc – viu o seu tempo apagado por ter ultrapassado os limites de pista no final da volta. Assim, Charles Leclerc, o grande destaque da qualificação, garantiu a Pole Position numa sessão consistente e veloz para o monegasco, garantindo a supremacia em relação a Norris e Hamilton que fecharam, respetivamente, o pódio.
Verstappen não foi além da 6ª posição e juntou-se a Fernando Alonso nas desilusões da noite. O espanhol da Aston Martin não conseguiu ir além da 17ª posição e , por isso, ficou arredado logo no Q1, com o seu companheiro de equipa, Lance Stroll (19ª posição). Na verdade, faça-se justiça, o negativismo deve ser atribuído à Aston Martin. Depois do excelente arranque de temporada, a equipa britânica tem vindo a perder competitividade, sendo um grave problema para as aspirações de Alonso, e também de Stroll.
Sprint Shootout
Com o orgulho ferido, depois do erro cometido na qualificação para o grande prémio, Max Verstappen, não olhou para a concorrência no dia de sábado e, como recentemente nos têm habituado, dominou. Na Sprint Shootout Max tornou a conquistar a Pole e, por esse motivo é o grande destaque da sessão, ainda que Charles Leclerc- de recordar que o monegasco conquistou a pole na qualificação para a corrida principal- tenha ficado a escassos milésimos de redobrar as conquistas em qualificação no Grande Prémio dos Estados Unidos.
Também a prestação de Ricciardo é de louvar. O australiano fez o seu primeiro grande prémio, depois do acidente nos Países Baixos onde contraiu uma fratura no pulso. O #3 da Alpha Tauri não só bateu o seu companheiro de equipa, Tsunoda, como esteve prestes a conseguir um lugar no SQ3, uma vez que na sessão anterior ficou na 11ª posição. A confirmação de um bom regresso do australiano.
Por sua vez, George Russel foi a deceção do início de noite em Portugal. O britânico esteve aquém do ritmo de Hamilton, tendo ficado apenas na 8ª posição. Mais tarde foi penalizado em 3 lugares na grelha de partida por ter impedido Charles Leclerc de terminar uma volta rápida sem interferência.
Sprint
Como não destacar positivamente Max Verstappen na Sprint? O neerlandês arrancou da 1ª posição, apertou Leclerc na 1ª curva e controlou Lewis Hamilton pelos espelhos. Não deu hipóteses a nenhum dos dois pilotos. A partir daí, é história. Não deu conversa à concorrência e carimbou categoricamente mais uma vitória, com praticamente 10 segundos de vantagem em relação a Hamilton, o 2º classificado, também ele com uma ótima prestação.
Leclerc foi 3º. Confirmou o esperado. A Ferrari tem um carro competitivo para qualificação, mas na corrida passa por mais dificuldades. Acabou pressionado por Lando Norris e se a corrida fosse um pouco mais longa iria ser ultrapassado pelo britânico da McLaren. A discrepância entre qualificação e corrida deve continuar a preocupar a Ferrari.
Russel tornou a ter uma sessão azarada. Num momento de recuperação forçou a ultrapassagem a Piastri e fê-la fora dos limites de pista. Prontamente a direção de corrida atribuiu-lhe 5 segundos de penalização. Acabou em 8º.
Corrida
Com Charles Leclerc na pole, Norris em 2º e Hamilton em 3º o arranque para o Grande Prémio dos Estados Unidos prometia mundos e fundos, e acabou por os cumprir. Norris ultrapassou Leclerc no arranque e liderou boa parte da corrida, mas foi insuficiente para aguentar o ímpeto de Verstappen que conquistou, nesta corrida, a sua vitória número 50. Mas vamos a análises.
O homem da corrida foi Verstappen. Partiu de 6º- depois do erro na qualificação- e não tardou a aproximar-se da frente da corrida. Soube ser prudente, nomeadamente, no momento em que evitou a colisão com Lewis Hamilton (no arranque). Apresentou um ritmo consistente e capitalizou os momentos de ultrapassagem sob os adversários. Uma exibição a roçar a perfeição para o campeão do mundo.
Também Lewis Hamilton e Lando Norris tiveram grandes prestações. Os britânicos deram trabalho a Verstappen que, por sua vez, acabou pressionado por Hamilton e durante a corrida teve de se esforçar para ultrapassar e ganhar espaço a Norris.
É importante que se reconheça a competitividade da Mercedes. Pese embora o erro estratégico, deu a Lewis um carro rápido e consistente durante todo o fim de semana. Vacilou no timing da paragem nas boxes.
Por fim, no lado dos elogios surge Lance Stroll. Partiu da via das boxes, consequência das alterações feitas no seu carro em parque fechado, mas isso não o impediu de ganhar várias posições e acabar em 9º.
A crítica (negativa) da noite vai para a Ferrari. Não conseguiu gerir a corrida da melhor forma. Com um piloto na Pole Position (Charles Leclerc) adotou a pior estratégia de todas, com uma única paragem. Leclerc iniciou a corrida com médios e terminou-a com duros (já bastante degradados). A pior equipa da frente a conservar/gerir pneus foi a única querer parar na boxe apenas uma vez. É difícil de entender e ainda mais de explicar. Valeu pelo 4º lugar de Sainz.