Recordar a História do basquetebol feminino nacional – Teresa Barata

José AndradeJulho 12, 20238min0

Recordar a História do basquetebol feminino nacional – Teresa Barata

José AndradeJulho 12, 20238min0
Voltamos a Recordar a História do Basquetebol Feminino Nacional pela mão de José Andrade que nos vem falar de Teresa Barata

Hoje no regresso desta rubrica onde falamos da história do basquetebol feminino nacional, vamos olhar para a carreira de uma das maiores figuras de sempre do nosso basquetebol, Teresa Barata. Vem connosco e fica a saber tudo sobre este que é um dos maiores nomes do basquetebol nacional.

Teresa Barata e o deixar um legado histórico no basquetebol feminino

O basquetebol surge na vida de Teresa Barata depois de outras modalidades, uma vez que tudo começou no Sport Algés e Dafundo, mas no caso no ballet, onde esteve durante dois. Além do ballet, Teresa Barata praticou ainda natação, ginástica e só depois surgiu o basquetebol na vida de alguém que viria a ser um dos maiores nomes de sempre.

Desde sempre o desporto chamou por Teresa Barata, ainda por cima vivendo por dentro o ambiente de Algés, por isso de forma natural, percorreu o percurso de todos os que tentavam aprender a nadar no clube com os saraus ali ao lado, a ginástica acabou por começar a chamar também pela jovem que em todas as modalidades e desde cedo se mostrou uma trabalhadora nata.

Os anos foram passando, a experiência em outras modalidades foram acontecendo e só aos 14 anos é que surge a ida para o basquetebol, tudo por influência de algumas amigas que já jogavam no Algés, além do seu professor de educação de física, que na altura a aconselhou a praticar basquetebol. Tudo isto levou a que entrasse nas Juvenis do Algés em 1977/1978 iniciando assim a sua caminhada no basquetebol.

Naturalmente o basquetebol conquistou Teresa Barata aos poucos muito pelo jogo coletivo, o grupo, o crescimento e amadurecimento da equipa, além do “bichinho” da bola laranja que era cada vez maior. Foi ainda em Algés que foram dados os primeiros passos como treinadora, mas já lá vamos a essa fase.

Teresa Barata esteve no Sport Algés e Dafundo onde iniciou a sua carreira até aos 23 anos, tendo sido influenciada por alguns treinadores que tanto marcaram o nosso basquetebol como, Eliseu Beja, Dimas Pinto, Carlos Teigas, Mário Bairrada, Jorge Adelino ou ainda Álvaro Amiel, todos eles importantes para o crescimento da jogadora que durante os seus anos em Algés além dos títulos (Campeã em todos os escalões de formação, Campeã Distrital, além de ter conquistado ainda por diversas vezes a Taça de Portugal e o Campeonato Nacional) mostrou durantes estes 10 anos que era um dos maiores nomes do basquetebol nacional naquela altura, chegando à Seleção Nacional.

Continuando a recordar a história do basquetebol feminino de Teresa Barata, que depois dos anos em Algés passou pelo Estrelas da Avenida, Clube Independente de Basquetebol Feminino (CIBF) e Académico do Porto. Foram 14 anos como jogadora, muitos deles marcados pelos dérbis com o CIF, principalmente nos anos em Algés onde naquelas duas equipas estavam muitas das melhores jogadoras nacionais da época, mas destes anos como jogadora ficaram 4 Campeonatos Nacionais, 6 Taças de Portugal e 1 Supertaça, contando ainda com participações nas competições europeias na Taça Liliana Ronchetti.

Falando de seleções, representou Portugal por 36 vezes em todos os escalões ficando marcada pelas suas prestações ao serviço do nosso país, sendo destaque em muitas ocasiões e em diversas fases de qualificação. Tudo começou nos Cadetes, mais especificamente, a Fase de Qualificação para o Campeonato Europeu Cadetes de 1979-1980, passando pela qualificação para o Campeonato Europeu de Juniores onde foi a melhor marcadora em 19080-1981, continuando depois para Seniores em que foi também a melhor marcadora do Torneio de qualificação para o Campeonato da Europa em 1986-1987 e 1990-1991, além de ter sido eleita para o cinco ideal da fase de qualificação do Campeonato da Europa de Seniores Femininos em 1985-1986.

Teresa Barata além dos títulos, das premiações, foi uma das primeiras atletas nacionais a ser aliciada por equipas estrangeiras, por diversas vezes foi apontada a equipas espanholas, o caso mais conhecido foi quando esteve perto do “Xuncas de Lugo” depois dos jogos do Algés ter realizado algumas partidas no norte de Espanha onde Teresa Barata foi um dos nomes em destaque. A verdade é que a limitação do número de estrangeiras levou a que as preferências fossem sempre atletas dos Estados Unidos da América.

Fez parte de uma das melhores gerações do nosso basquetebol (tanto no Masculino como Feminino), conquistou os corações dos adeptos e conseguiu entrar no olimpo do basquetebol nacional.

Eliseu Beja disse no passado estas palavras sobre a jogadora,

“A Teresa Barata era considerada, por muitos, ao seu tempo, como a melhor jogadora portuguesa de sempre. Juízo, difícil, dada a quantidade de variáveis que tal apreciação implica. Era, no entanto, isso é seguro, um talento absolutamente fora do comum. Possuidora de uma destreza, velocidade de execução, intuição para o jogo extraordinárias, tinha uma outra grande qualidade: gostava muito de trabalhar e trabalhava muito. Por essa razão acabou por se transformar também numa boa defensora, aspecto que regra geral, os grandes talentos secundarizam.”.

Depois de termos olhado para a carreira como jogadora, vamos agora sim para o seu percurso como treinadora, onde além do Algés passou pelo Diogo Cão, Oliveirense e Rio Maior. Neste seu percurso como técnica, está a formação e o trabalho com os mais jovens como a sua imagem de marca, tornando-se selecionadora nacional e uma referência no trabalho de formação. Falando do Diogo Cão, clube em crescendo, mas que teve em 1991 o seu arranque com dedo da professora Teresa Barata e do seu marido, professor Hélder Silva que na altura construíram as primeiras equipas de Desporto Escolar que foram o mote para o que viria a ser um dos clubes referência em Vila Real.

Pela Oliveirense deixou o seu dedo num clube que também ele se tornou num dos grandes do nosso basquetebol, mas é em Rio Maior que está a grande maioria do seu trabalho como treinadora, uma vez que está desde 2004-2005 com vários títulos distritais e nacionais, mas mais do que isso pelo seu dedo na construção de um clube que é também ele, uma referência no distrito de Santarém, onde mais dos que os títulos estão os inúmeros atletas que ajudou a formar que chegaram aos maiores palcos do basquetebol nacional, com destaque para a sua filha, Mariana Silva, que se tornou também ela num dos maiores nomes do basquetebol nacional da atualidade.

O percurso da professora Teresa Barata fala por si, os sucessos são imensuráveis e vão bem além das Taças. É um dos nomes gigantes do basquetebol nacional e foi sobre toda a sua carreira que hoje falamos no Recordar a História do Basquetebol Feminino Nacional.


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