Euroleague: Vitória (Gasteiz), iluminada pelo CSKA Moscovo
O clube da capital russa garantiu assim o seu quarto título da era moderna da Euroleague, tendo vencido anteriormente nas temporadas 2005-2006, 2007-2008 e 2015-2016.
Mas comecemos pelo início, nas meias finais tivemos dois matchups que viriam a ser cruciais na luta pelo título, sendo que tivemos pela primeira vez uma meia final entre dois clubes da mesma cidade com o Fenerbahçe Beko a defrontar o Anadolu Efes. Na segunda meia final o jogo que viria a ser entre o actual campeão, o Real Madrid, e o que viria a ser o futuro campeão, o CSKA Moscovo.
Na partida que daria início às festividades na Arena do Kirolbet Baskonia, tivemos uma ligeira surpresa com a vitória do Anadolu Efes por números esclarecedores, 93-72.
O conjunto liderado por Zeljko Obradovic, o treinador com mais títulos da história da era moderna, chegava a esta partida com lesões em jogadores cruciais como Gigi Datome e Jouffrey Lauvergne e viu a dupla de bases do Anadolu Efes formada por Shane Larkin e Vasilije Micic destruir a sua defesa com 30 pontos, 7 ressaltos e 7 assistências, pelo americano, e 25 pontos e 5 ressaltos, pelo jovem sérvio. Do lado dos derrotados, o jogador em maior destaque seria o MVP da fase regular Jan Vesely, com 14 pontos anotados.
Na segunda meia final teríamos o melhor jogo da competição, quer pelo basquetebol jogado, quer pelas emoções a flor da pele que marcariam grande parte desta partida.
Este confronto seria marcado sobretudo pela agressividade defensiva que as duas equipas apresentaram, com o CSKA a ser o mais beneficiado neste aspecto com 42 idas a linha de lance livre, o máximo histórico de um jogo de final 4.
Um dos grandes destaques desta partida viria a ser o espanhol, ex base do Real Madrid, Sérgio Rodriguez, que com 23 pontos e 4 assistências seria crucial na remontada durante o fim da primeira parte que viria a por os russos no jogo depois de se terem visto a perder por 14 pontos de diferença.
A partida viria ser decidida no quarto período onde o maior poderio ofensivo individual dos russos seria notório com contribuições de Nando de Colo, Will Clyburn e Cory Higgins, para uma vitória por 95-90.
Terceiro Lugar e Jogo do título
Na partida que nenhuma equipa quer jogar (aliás, as duas equipas expressaram publicamente, e novamente, o seu desagrado por terem de alinhar nesta partida sem qualquer interesse competitivo), tivemos um português em campo, na equipa de arbitragem, com Fernando Rocha a representar novamente o nosso país ao mais alto nível.
O Fenerbahçe teve ainda mais uma ausência no base Ali Muhammad e teve muitas dificuldades para parar o conjunto do Real Madrid que, em espírito de vingança, partiu para uma exibição quase perfeita a nível de lançamento, com percentagens de 66% de 2 pontos e 52% de 3 pontos.
No lado dos turcos destaque para as exibições sólidas da dupla de bases Kostas Sloukas e Melih Mahmutoglu enquanto que por parte dos “blancos”, os dois mais contribuidores foram Gustavo Ayon com 23 pontos e 11 assistências e o base argentino Facundo Campazzo que estabeleceu outra meta histórica com 15 assistências numa partida da Final 4.
Chegávamos assim ao tão ansiado jogo do título.
Numa arena com mais de 13 mil pessoas para assistir a esta final, Anadolu Efes e CSKA Moscovo alinharam num matchup inédito e onde veríamos duas das equipas com maior capacidade ofensiva em toda a Europa.
Na conferência de imprensa de antevisão a partida, o treinador do Anadolu, Ergin Ataman afirmou que “iriam ganhar a final” o que criou um certo atrito com o líder do conjunto russo Dmitris Itoudis, tornando esta final ainda mais apelativa.
A partida em si foi um jogo de “runs”, com as duas equipas a trocarem vantagens que nunca chegariam a casa das dezenas, mostrando a profundidade ofensiva dos dois planteis.
Shane Larkin seria novamente o jogador em maior evidência por parte do Anadolu Efes com 29 pontos marcados e o mais inconformado, bem complementado pelo veterano Krusnolav Simon com 15 pontos e 10 ressaltos.
Por parte da equipa que se viria a sagrar campeã, a expressão de “seu a seu dono” nunca seria tão apropriada. Cory Higgins, o maior injustiçado na gala de prêmios individuais da fase regular, explodiu para uma performance de 20 pontos a que se juntaria o seu companheiro de nacionalidade, e que viria a ser MVP desta Final 4, Will Clyburn também com 20 pontos.
Itoudis seria a face da emoção nas celebrações, após ter conquistado o seu segundo título como treinador principal, num resultado final de 91-83.
Uma palavra para o Anadolu Efes que revitalizou completamente o seu clube esta temporada e depois de três presenças em Final 4 onde nunca chegaram a uma final, foram uns justos vencidos frente a um conjunto fantástico do CSKA.