Euroleague: Vitória (Gasteiz), iluminada pelo CSKA Moscovo

Tiago MagalhãesMaio 23, 20195min0

Euroleague: Vitória (Gasteiz), iluminada pelo CSKA Moscovo

Tiago MagalhãesMaio 23, 20195min0
Os russos do CSKA Moscovo sagraram-se campeões da Euroleague, no fim de semana passado, destronando o recente domínio do Real Madrid nas últimas temporadas.

O clube da capital russa garantiu assim o seu quarto título da era moderna da Euroleague, tendo vencido anteriormente nas temporadas 2005-2006, 2007-2008 e 2015-2016.

Mas comecemos pelo início, nas meias finais tivemos dois matchups que viriam a ser cruciais na luta pelo título, sendo que tivemos pela primeira vez uma meia final entre dois clubes da mesma cidade com o Fenerbahçe Beko a defrontar o Anadolu Efes. Na segunda meia final o jogo que viria a ser entre o actual campeão, o Real Madrid, e o que viria a ser o futuro campeão, o CSKA Moscovo.

Na partida que daria início às festividades na Arena do Kirolbet Baskonia, tivemos uma ligeira surpresa com a vitória do Anadolu Efes por números esclarecedores, 93-72.

O conjunto liderado por Zeljko Obradovic, o treinador com mais títulos da história da era moderna, chegava a esta partida com lesões em jogadores cruciais como Gigi Datome e Jouffrey Lauvergne e viu a dupla de bases do Anadolu Efes formada por Shane Larkin e Vasilije Micic destruir a sua defesa com 30 pontos, 7 ressaltos e 7 assistências, pelo americano, e 25 pontos e 5 ressaltos, pelo jovem sérvio. Do lado dos derrotados, o jogador em maior destaque seria o MVP da fase regular Jan Vesely, com 14 pontos anotados.

Shane Larkin, o eléctrico base americano

Na segunda meia final teríamos o melhor jogo da competição, quer pelo basquetebol jogado, quer pelas emoções a flor da pele que marcariam grande parte desta partida.

Este confronto seria marcado sobretudo pela agressividade defensiva que as duas equipas apresentaram, com o CSKA a ser o mais beneficiado neste aspecto com 42 idas a linha de lance livre, o máximo histórico de um jogo de final 4.

Um dos grandes destaques desta partida viria a ser o espanhol, ex base do Real Madrid, Sérgio Rodriguez, que com 23 pontos e 4 assistências seria crucial na remontada durante o fim da primeira parte que viria a por os russos no jogo depois de se terem visto a perder por 14 pontos de diferença.

A partida viria ser decidida no quarto período onde o maior poderio ofensivo individual dos russos seria notório com contribuições de Nando de Colo, Will Clyburn e Cory Higgins, para uma vitória por 95-90.

A experiência e versatilidade do CSKA foi a chave

 

Terceiro Lugar e Jogo do título

Na partida que nenhuma equipa quer jogar (aliás, as duas equipas expressaram publicamente, e novamente, o seu desagrado por terem de alinhar nesta partida sem qualquer interesse competitivo), tivemos um português em campo, na equipa de arbitragem, com Fernando Rocha a representar novamente o nosso país ao mais alto nível.

O Fenerbahçe teve ainda mais uma ausência no base Ali Muhammad e teve muitas dificuldades para parar o conjunto do Real Madrid que, em espírito de vingança, partiu para uma exibição quase perfeita a nível de lançamento, com percentagens de 66% de 2 pontos e 52% de 3 pontos.

No lado dos turcos destaque para as exibições sólidas da dupla de bases Kostas Sloukas e Melih Mahmutoglu enquanto que por parte dos “blancos”, os dois mais contribuidores foram Gustavo Ayon com 23 pontos e 11 assistências e o base argentino Facundo Campazzo que estabeleceu outra meta histórica com 15 assistências numa partida da Final 4.

Os dois bases cumprimentam-se no final do jogo

Chegávamos assim ao tão ansiado jogo do título.

Numa arena com mais de 13 mil pessoas para assistir a esta final, Anadolu Efes e CSKA Moscovo alinharam num matchup inédito e onde veríamos duas das equipas com maior capacidade ofensiva em toda a Europa.

Na conferência de imprensa de antevisão a partida, o treinador do Anadolu, Ergin Ataman afirmou que “iriam ganhar a final” o que criou um certo atrito com o líder do conjunto russo Dmitris Itoudis, tornando esta final ainda mais apelativa.

A partida em si foi um jogo de “runs”, com as duas equipas a trocarem vantagens que nunca chegariam a casa das dezenas, mostrando a profundidade ofensiva dos dois planteis.

Shane Larkin seria novamente o jogador em maior evidência por parte do Anadolu Efes com 29 pontos marcados e o mais inconformado, bem complementado pelo veterano Krusnolav Simon com 15 pontos e 10 ressaltos.

Por parte da equipa que se viria a sagrar campeã, a expressão de “seu a seu dono” nunca seria tão apropriada. Cory Higgins, o maior injustiçado na gala de prêmios individuais da fase regular, explodiu para uma performance de 20 pontos a que se juntaria o seu companheiro de nacionalidade, e que viria a ser MVP desta Final 4, Will Clyburn também com 20 pontos.

Itoudis seria a face da emoção nas celebrações, após ter conquistado o seu segundo título como treinador principal, num resultado final de 91-83.

Uma palavra para o Anadolu Efes que revitalizou completamente o seu clube esta temporada e depois de três presenças em Final 4 onde nunca chegaram a uma final, foram uns justos vencidos frente a um conjunto fantástico do CSKA.


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