MLB: mesmo sem principais nomes, beisebol abre calendário nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Na noite desta terça-feira (27) a vitória do Japão sobre a República Dominicana abriu o calendário do beisebol nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A modalidade só iniciou após a partida final do Softbol (vencido pelo país anfitrião), e agora traz atenção dos holofotes – tanto pelas seleções envolvidas como pela tradição do esporte em algumas nações.
O próprio duelo de abertura já envolve dois países onde o beisebol figura entre os esportes mais consumidos. A República Dominicana tem o beisebol como a modalidade mais popular, sendo o país inclusive base de formação de atletas para a Major League Baseball (principal liga do esporte). No Japão a NPB (Nippon Professional Baseball) é a maior liga esportiva profissional em termos de audiência do público. E na abertura, os japoneses puderam celebrar o triunfo da equipe da casa por 4 a 3 contra os latinos.
Embora seja um esporte acompanhado em diversos países e com ligas profissionais distribuídas em praticamente todos os continentes, o beisebol vez em outra sai do programa olímpico. No Japão voltou por ser popular, mas é esperado que saia da gama de esportes em Paris para 2024, com chances consideráveis de retornar em 2028 para os jogos de Los Angeles.
Outro fato que não contribui para a modalidade nos Jogos é que nem todos os países mandam os principais nomes. Estados Unidos, por exemplo, não pausa a temporada regular da Major League Baseball durante os jogos, então somente atletas que não estejam nos elencos principais de cada equipe norte-americana podem ser convocados para os jogos. Além disso, alguns países tradicionais ficaram de fora em 2021, como Países Baixos, Venezuela, Cuba e Canadá.
Mesmo assim, com o início do esporte nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o beisebol terá algumas caras conhecidas em atividade, e novamente chama a atenção de fãs por todo o mundo.
Formato estranho
Durante os Jogos de Tóquio o beisebol terá um calendário esquisito, que mesmo os fãs assíduos estranharam. Entre 27 de julho e 7 de agosto, seis nações vão disputar entre si pela medalha de ouro: Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, México, República Dominicana e Israel. Com exceção da partida de ontem, todos os jogos serão no Estádio de Yokohama, um dos principais da ilha.
Os seis times estão divididos em dois grupos: Japão, México e República Dominicana no Grupo A; Israel, Estados Unidos e Coréia do Sul no Grupo B. Cada equipe enfrenta as outras duas do grupo para determinar a classificação para a próxima fase. Os primeiros colocados vão direto para o 2° round, chamado de eliminatório.
Enquanto isso, segundo e terceiro de cada grupo enfrentam os respectivos do outro grupo (ex. 2° colocado do Grupo A enfrenta o 2° colocado do Grupo B). Os vencedores destes jogos se enfrentam, e quem ganhar avança para jogar contra o vencedor do duelo entre os primeiros colocados de cada grupo.
A parte interessante é que o round eliminatório terá uma repescagem, que vai permitir ao derrotado na fase de grupos ainda concorrer diretamente ao pódio. A final está marcada para a noite do dia 7 de agosto.
Expectativas altas para os principais países
Neste momento, as seis seleções figuram da seguinte forma no ranking geral da WSBC – World Baseball and Softball Confederation (a organização principal do esporte em nível mundial: Japão em 1°, Coréia do Sul em 3°, EUA em 4°, México em 5°, Rep. Dominicana em 7° e Israel em 24°. Os coreanos são os atuais campeões olímpicos – venceram a competição em 2008, nos jogos de Pequim.
A seleção japonesa não vai contar com nomes como Yu Darvish e Shohei Ohtani, as principais estrelas do país que atuam na Major League Baseball. Mas todos os talentos da NPB, liga local, estão aptos a atuar pelo time do país. O Japão ainda busca a primeira medalha de ouro no esporte (melhor resultado é a prata em 1996), mas a equipe venceu o World Baseball Classic (considerada a copa do Mundo do beisebol) em duas ocasiões (2006 e 2009), sendo o maior vencedor do torneio. Masahiro Tanaka, que arremessou pelo New York Yankees em 2020, é um dos nomes mais conhecidos do elenco.
Os EUA carregam a medalha de bronze vencida em 2008, última edição que teve o esporte, e é a equipe com o maior número de nomes conhecidos do esporte. Porém, pela regra imposta pela MLB, os atletas da equipe americana em geral estão sem contratos profissionais com os principais times da Liga. Todd Frazier é o principal nome, por ter atuado em 2020 pelo Pittsburgh Pirates; Scott Kazmir já viu dias melhores na MLB, mas está há 5 anos sem atuar por nenhuma equipe. Os EUA ainda trazem alguns atletas prospectos (como são chamados os destaques para o futuro das franquias da MLB), como Triston Casas do Boston Red Sox e Shane Baz, do Tampa Bay Rays.
A República Dominicana tem uma das principais escolas do beisebol mundial, mas a seleção local sofre com a mesma imposição da Major League Baseball. Embora não tenham participado em 2008, os dominicanos chegam para Tóquio com certa moral, após terem eliminado Países Baixos e Venezuela nas classificatórias. Além disso, dois atletas chamam atenção no elenco: José Bautista já foi selecionado para o jogo das estrelas da MLB por seis vezes, e foi duas vezes o líder de home runs da liga; e Melky Cabrera, com 15 anos de Major League Baseball, atuou por equipes como New York Yankees e San Francisco Giants, sendo campeão em 2009.
Mexico's @Olympics team is a blast from the past. pic.twitter.com/bn2pLihNqB
— MLB (@MLB) July 22, 2021
Por fim, o México talvez seja uma das equipes que correm por fora. O país conta com duas ligas profissionais em atividade e uma diversidade de atletas atuando na Major League Baseball. Puxando o grupo de nomes conhecidos está Óliver Pérez, arremessador que atuou pela equipe do Cleveland Indians no começo de 2021. Além dele, os mexicanos contam com Adrián González, estrela com cinco convocações para o jogo das estrelas da MLB e com passagens por Boston Red Sox e Los Angeles Dodgers.