MLB: A arma secreta da temporada histórica do San Francisco Giants
Repetidamente as pessoas procuraram um ingrediente secreto na fórmula por trás da temporada de 107 vitórias do San Francisco Giants. O treinador da tradicional franquia californiana, Gabe Kapler, insistiu que a equipe não estava reiventando a roda. Mas de fato, houve uma coisa que San Francisco fazia de forma diferente: levar a saúde mental a sério.
Quando se analisa a temporada do Giants, tende-se a olhar as estratégias de Gabe Kapler, a organização do executivo Farhan Zaidi, ou até mesmo os talentos individuais contidos no elenco. Porém, existe um outro aspecto revolucionário na franquia da Bay Area. Natan Pires escreve ao Fair Play os detalhes desta equipa e de sua gloriosa época.
Kapler esteve convencido que a saúde mental e física são igualmente importantes no beisebol, portanto, devem ser tratadas com igualdade. O manuseio e compreensão da saúde mental de seus jogadores – e às vezes vice-versa – resultou em vitórias reais no esporte. “No beisebol, acho que tendemos a ter a saúde física dos atletas em um nível e a saúde mental e bem-estar em um nível muito, muito mais baixo”, disse Kapler à rádio KNBR, de San Francisco.
Durante toda a temporada não era uma cena incomum ver os jogadores e membros da comissão técnica do San Francisco Giants usando camisas com frases como “Você não está sozinho” e “Acabe com o estigma, saúde mental importa”. Tais atitudes se concretizaram em um vestiário agradável e unido, como dito pelos jogadores durante todo o ano.
No dia 3 de outubro, o San Francisco Giants triunfou sobre o rival San Diego Padres, concretizando assim o título da divisão oeste da Liga Nacional. Entre os jatos de champagne da comemoração e todo o êxtase de vitória, estava Drew Robinson, ex-jogador das equipes da base de San Francisco. Robinson havia tentando cometer suicídio pela pressão sofrida nas ligas menores. Na ocasião, o atleta perdeu um de seus olhos, porém voltou a jogar beisebol pelo Sacramento Rivercats (afiliado das ligas menores dos Giants).
No ano de 2021, Robinson decidiu se aposentar como jogador e focar em ajudar os futuros jogadores com sua saúde mental. A ideia foi rapidamente abraçada pelo Giants, que logo o contratou para o corpo técnico da franquia. “Robinson realmente liderou o caminho em nossa organização ao longo do último ano, porque a experiência que ele teve, eu acho, fez com que muitas pessoas ao redor do esporte e na sociedade se sentissem menos sozinhas”, disse Kapler.
Certamente ter veteranos calmos como Buster Posey e Brandon Crawford é uma grande ajuda. Porém, pessoas conscientes e acessíveis como Kapler e Robinson, fazem toda a diferença. Uma coisa ficou clara nessa temporada de San Francisco: Você nunca estará sozinho. Em uma liga onde a maioria dos jogadores sequer consegue chegar ao grande palco e passam anos lutando por uma oportunidade nas ligas menores, cuidar da saúde mental dos atletas – que também são pessoas – se faz de vital importância e se torna um grande diferencial dentro da franquia.
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