Reforços no verdadeiro sentido da palavra!
Artigo de José Nuno Queirós
Todos os anos a conversa é quase sempre a mesma por esta altura (começa mais cedo nas épocas anteriores). Quais os jogadores que vão ser contratados e quais os que vão abandonar o nosso clube. Para descrever estes jogadores muitas vezes é utilizada a palavra “reforços”, no entanto isto nem sempre acontece.
Se por reforço entendermos que estamos a melhorar a equipa na sua qualidade, muitos clubes contratam jogadores e não reforços. O melhor exemplo é o Sporting na época passada. Houve uma série de jogadores contratados pelos leões que eram apenas utilizados como suplentes, casos de Eduardo, Jesé, Rosier ou Rafael Camacho. E os resultados desportivos foram bem visíveis para todos.
Esta época os responsáveis leoninos parecem ter finalmente percebido isto e contrataram pelo menos 5 titulares prioritários nas primeiras contratações já feitas, uma vez que Antunes pode não vir a ser titular nem uma melhoria para substituir Acuna que está de saída. Esta política de contratações tem que entrar de uma vez por todas na mentalidade dos dirigentes. Contratar apenas por contratar não passa de uma perda de recursos, inclusive financeiros.
O Benfica é outro clube que com a chegada de Jesus contratou nomes sonantes e que vêm para ocupar posições de destaque no onze encarnado. Com excepção feita de Helton Leite (que é uma melhoria para o banco de suplentes) e de Gilberto que ainda é uma incógnita, todos os nomes já confirmados ou que tem vindo a ser falados são efetivamente reforços seja Waldschmidt, Vertonghen ou Everton “Cebolinha” Soares!
Já o FC Porto oficializou dois jogadores que nada acrescentam à espinha dorsal ou ao onze inicial da equipa e apenas serviram para tapar a progressão de jovens talentos. Falo claro está de Cláudio Ramos, que apesar de ser um enorme Guarda redes não irá tirar o lugar a Marchesin e ainda vem dificultar a afirmação de Diogo Costa, e Carraça que não é melhor que Corona e atrapalha o percurso de Tomás Esteves.
São dois nomes que explicam exatamente como os adeptos não gostam de ver a equipa atuar no mercado. É que para contratar para ser uma segunda ou terceira alternativa é preferível que se opte por atletas da formação que auferem menos salario e ainda conseguem manter o ritmos competitivo nos escalões secundários ou de formação e que em caso de necessidade do serão utilizados de forma muito pontual.
Voltando ao tema do Sporting que como já disse é o caso mais bipolar quando comparamos os dois últimos mercados de verão, é fácil de perceber as vantagens desta nova abordagem do clube.
Eduardo custou 3 Milhões de Euros ao clube de Alvalade para ser um suplente durante a época toda. Pedro Gonçalves custou bem mais e certo (fala-se em 6.5M), mas tudo leva a querer pelo que vimos no Famalicão que será um titular indiscutível da equipa ao passo que um dos suplentes será o Daniel Bragança (jogador da formação e que significa uma enorme poupança comparativamente a Eduardo, e quiçá melhor jogador).
O lema pouco mas bom faz todo o sentido no futebol. E depois há que priorizar os alvos. Começar pelos mais necessitados como era um defesa esquerdino para os clubes da capital e que foram rapidamente resolvidos e depois avançar para os menos prioritários de forma gradual. Usando o mesmo exemplo de Benfica e Sporting há a posição de ponta de lança, onde os nomes existem, mas é necessário reforçar mas sem a mesma urgência.