O que faltou ao plantel dos Três Grandes em 2022/23? pt.3

Ricardo LopesMaio 29, 20234min0

O que faltou ao plantel dos Três Grandes em 2022/23? pt.3

Ricardo LopesMaio 29, 20234min0
Podia o Sporting CP ter feito mais? E o FC Porto? Ricardo Lopes vê o que faltou ao plantel dos Três Grandes neste artigo de três partes

Na primeira parte deste artigo, abordámos as falhas do plantel do Sporting e FC Porto, e agora analisamos a equipa do SL Benfica, nesta terceira parte do artigo do que faltou ao plantel dos Três Grandes em 2022/2023.

O CASO DO SL BENFICA

Por fim, o Benfica mostrou ser uma máquina destruidora antes do Mundial 2022, mas a qualidade exibicional foi baixando drasticamente na segunda parte da temporada, nunca mais exercendo a capacidade do começo de Roger Schmidt. No entanto, podemos considerar que era o elenco mais completo dos três. Se tinha falhas? Claramente que sim, mas num período inicial não se notavam/identificavam. Roger Schmidt como rodava (e roda) pouco o plantel, não conseguíamos avaliar com total clareza onde é que o Benfica estava incompleto. Com o avançar do campeonato e a saída de Enzo Fernández, as falhas ficaram a nu. Isto não impediu que o Benfica se tornasse campeão nacional em 2022/23, um troféu que pode dizer que ergueu com justiça. O que não impede que tivesse limitações.

O Benfica deixou de possuir um médio com a qualidade de Enzo Fernández a partir de Janeiro e Aursnes não pode atuar em todas as posições ao mesmo tempo. Se Chiquinho deu uma boa resposta nos primeiros meses, foi-se apagando e emergiu João Neves, que tem muito potencial. Caso se aposte em definitivo em João Neves, um médio deverá deixar de ser uma prioridade absoluta, porém pensar num back-up seria algo com muito sentido, pois o jovem não pode crescer sem um rival direto, já que isto poderia afetar o seu desenvolvimento individual e o resultado produzido pela equipa. Um nome que podia ser ideal era o de Maximo Perrone, porém o mesmo já foi garantido pelo Manchester City. Alan Varela pode ser uma boa alternativa, já que é um jogador com uma capacidade acima da média, para os 21 anos que possui, pedindo o salto para Europa. André, do Fluminense, seria outra opção de qualidade, estando a brilhar com Fernando Diniz.

Uma outra falha era a ausência de um desequilibrador, além de Neres. Schjelderup aterrou na Luz em Janeiro, mas não teve minutos suficientes para provar que pode ser esse elemento, embora seja sobejamente conhecido o potencial do norueguês, considerado um Deus para os amantes dos vídeo-jogos. Sem Neres, o jogo do Benfica transformou-se em algo mais previsível, com jogadores sem a técnica e capacidade de desequilibrar do extremo brasileiro. Gianluca Prestianinni está a crescer a olhos vistos no Velez Sarsfield e pode ser o rival de Schjelderup, na luta por um lugar como no onze do Benfica.

Por fim, a falta de uma alternativa a Rafa é notória, mas Kamada estará praticamente fechado, o que elimina a posição de médio ofensivo/segundo avançado do mapa de reforços que estamos a desenhar. Caso o japonês não assine, é urgente procurar um nome e naturalmente que Ricardo Horta será falado.

É muito difícil construir o plantel perfeito. Em 2022/23 assistimos a casos de plantéis muito completos e que acabaram por desiludir: PSG ou Bayern (a nível da Champions). Mesmo equipas com grande investimento, foram enormes deceções, como no caso do Chelsea. As equipas portuguesas passam por algumas dificuldades de mercado, em comparação com as referidas anteriormente e é natural haver deficiências nos plantéis.

Tendo muito mais dinheiro para investir que os elementos de meio de tabela da Liga Portugal, não estão próximos dos tubarões europeus. Não é irreal vermos algum investimento na ordem dos 20 milhões de euros (especialmente no caso do Benfica), mas é um valor que se tornou algo comum nos campeonatos mais fortes, ou seja, passou a ser “normal”. Os clubes sabem quais os seus pontos fracos e o Verão servirá para os corrigir, com a plena noção que alguns craques de 2022/23 podem ser deceções em 2023/24.


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