AS Roma ou Lazio? Quem sairá por cima nesta luta de gladiadores?

Pedro CouñagoAbril 29, 20186min0

AS Roma ou Lazio? Quem sairá por cima nesta luta de gladiadores?

Pedro CouñagoAbril 29, 20186min0
Artigo que nos conta as principais razões da boa época das equipas de Roma e de que modo ainda poderão aspirar o último lugar do pódio de uma Série A quase decidida no que toca à entrega do título.

Se a luta pelo título está ao rubro, mais do que tem acontecido nas últimas temporadas, ainda que a Juventus esteja em melhor posição para conquistar o título novamente, também a luta pelo último lugar do pódio está a despertar bastante interesse, e está bem mais equilibrada, na medida em que são dois eternos rivais, Lazio e AS Roma, a disputá-lo, com Inter a estar ainda por perto à espreita. Neste momento, Lazio e AS Roma estão empatadas e a luta está mais renhida do que nunca.

A rivalidade romana estende-se a todos os níveis, seja na política, na vida social ou simplesmente na questão desportiva, ambas as equipas querem mandar no majestoso Stadio Olimpico. Ambas as equipas atraem um elevado nível de paixão por parte dos seus adeptos, por vezes até de forma exagerada, principalmente do lado dos laziale. Mas a vivacidade e a importância dos clubes sente-se no dia a dia da cidade, com todos os cafés, todas as ruas e, enfim, todos os lugares a serem palcos de discussão de futebol. Portanto, é ainda mais interessante a questão da tremenda proximidade entre ambos os clubes nesta temporada.

2017/2018 tem sido uma época de sucesso para ambas as equipas

Tanto uma como outra equipa têm feito épocas de excelente nível, por diferentes razões. A Roma não tem feito uma época brilhante no campeonato, esperava-se que pudesse estar um pouco mais perto na luta pelo título e que não estivesse, neste momento, a 18 pontos da Juventus e a 14 do Nápoles. No entanto, a presença histórica da equipa nas meias finais da Liga dos Campeões (apenas a segunda na história dos romanos), onde tem ainda uma ténue esperança de poder seguir para a final, acaba por compensar tudo isso. O vídeo abaixo mostra isso mesmo (Vídeo: BT Sport).

Já a Lazio está a concretizar a sua trajetória de crescimento ao longo dos últimos anos. Além de estar na luta pelo terceiro lugar, acima de equipas que se esperariam que o fizessem no início de época, como Inter e Milan, o seu desempenho no cômputo geral tem sido bastante positivo, com a chegada aos quartos de final da Liga Europa e às meias finais da Taça de Itália, com a derrota a chegar apenas nas grandes penalidades. Na Liga Europa, talvez a equipa pudesse ter feito mais, mas a verdade é que um Salzburgo inspirado acabou por eliminar o conjunto italiano.

A ideia de jogo e os principais intérpretes

Tanto uma como outra equipa apresentam ideias bastante agradáveis de jogo e adaptadas ao futebol moderno, com a curiosidade de ambos os seus líderes terem sido jogadores das respetivas equipas. A Roma prima mais pela verticalidade e por um excelente aproveitamento dos ataques rápidos, um pouco à imagem do seu treinador, Eusebio di Francesco. É verdade que a Roma tenta jogar bonito, mas mais importante é a sua consistência defensiva, que leva a que, em circunstâncias normais, a equipa não sofra muitos golos (exceções são as partidas em Espanha face a Barcelona e a Liverpool na passada terça feira). Prima-se por meter muitos jogadores em pressão alta e recuperar a bola para depois apostar na profundidade que jogadores como El Shaarawy, Perotti ou Dzeko lhe oferecem, sempre com um Nainggolan em alta rotação.

Já a Lazio destaca-se por ser uma autêntica máquina de marcar golos. A equipa já passou a marca dos 80 golos marcados no campeonato, podendo aspirar chegar aos 90 nestas últimas partidas, e, estando no quarto lugar, tem o melhor ataque da Série A. Para tal muito tem contribuído Ciro Immobile, que tem estado numa forma absolutamente incrível, com 29 golos, juntamente com os inspirados Luís Alberto e o muito pretendido Sergej Milinkovic-Savic (11 golos para ambos). Entre eles, totalizam 51 golos, apenas menos 8 que toda a equipa da Roma. Simone Inzaghi tem também feito um trabalho de louvar no lado azul de Roma, com ideias altamente ofensivas que levam a equipa a estar sempre perto do golo e a ser um perigo para todas as defensivas adversárias.

A imagem de Immobile a festejar tem sido uma constante esta época (Foto: Hindustan Times)

Se é verdade que ambas as equipas possuem valores individuais bastante assinaláveis, com a balança aqui a pender talvez ligeiramente para o lado vermelho de Roma, não é menos verdade que ambas as equipas funcionam como um verdadeiro coletivo, com diferentes ideias de jogo, como já se percebeu, mas duas ideias que têm pernas para andar e que derivam da cabeça de dois dos melhores treinadores italianos do momento.

Pode esta época ser uma referência?

Estamos curiosos para perceber até que ponto esta época marcará uma viragem positiva para ambos os clubes. No caso da Roma, com a chegada às meias finais da Champions, tal poderá dar um aumento de confiança à equipa para, na próxima temporada, com os processos mais consolidados, poder aspirar a lutar pelo Scudetto, que lhe foge desde 2001. Já a Lazio está acima do que se esperava, e tudo dependerá da sua capacidade de reter os seus melhores jogadores, essencialmente Immobile e Milinkovic-Savic, que são atletas pretendidos pelos principais tubarões europeus. Por outro lado, Stefan de Vrij é já praticamente um caso perdido. Além disso, também o maior ou menor investimento das equipas de Milão poderá ser um fator que ditará as reais expectativas para a próxima época, visto que estas são as equipas com objetivos relativamente semelhantes.

Certo é que não se via uma luta tão taco-a-taco entre os dois clubes há já algum tempo. São este tipo de lutas que despertam a paixão futebolística romana e que devem ser, acima de tudo, saudáveis. Para o futebol italiano, certamente o são, e ainda bem que a competitividade vai, a passos seguros, aumentando. Até ao fim do campeonato, faltam três jogos decisivos pela medalha de bronze. Ambas as equipas com 70 pontos, têm ainda hipótese de chegar aos 79 pontos, algo que reflete até onde as equipas têm de chegar para garantir os seus objetivos.


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