O Impacto da Pandemia do COVID-19 no Mercado de Transferências

Gonçalo FariaAbril 18, 20205min0

O Impacto da Pandemia do COVID-19 no Mercado de Transferências

Gonçalo FariaAbril 18, 20205min0
Nos dias de hoje, e devido à Pandemia do COVID-19 todos os países paralisaram os seus campeonatos desportivos e, por consequência, não só os clubes, como também os jogadores, treinadores e agentes desportivos irão sofrer repercussões graves. Desta forma, as propostas colocadas quer pelos especialistas do Futebol, quer pelos Gestores Desportivos e ainda pela FIFA poderão entrar em vigor nos próximos tempos.

Atualmente, vivemos numa situação de dificuldade devido à Pandemia do COVID-19 que infelizmente se está a prolongar por longos e terríveis meses. Desta forma, todo o mundo do Desporto, e em particular o Futebol, não é exceção, pois encontra-se paralisado há bastantes semanas. Além disso, o possível adiamento da abertura do mercado de transferências, bem como, o valor dos jogadores, irá sofrer um efeito imediato e uma mudança radical.

Embora a prioridade atual seja erradicar este vírus, e voltar rapidamente à competição, são várias as inquietações e dúvidas que nos assolam, senão vejamos: Primeiramente, podemos observar os jogadores e treinadores, ansiosos e receosos, devido à possibilidade de contágio entre ambos, bem como, os cortes salariais ocorridos. Seguidamente, temos os clubes, onde surgem sentimentos de medo e incerteza, devido à hipótese do surgimento de dividas profundas, assim como, a eventualidade de cortes nos patrocínios, salários em atraso e a ausência de apoio nos estádios devido às restrições implementadas, bem como, a existência da possibilidade de ocorrer a saída das competições nacionais ou europeias. Por último, surgem também os agentes desportivos, face à dúvida e à instabilidade devido ao que possa acontecer no próximo mercado de transferências.

O Impacto no Mercado de Transferências

Foto: br.onefootball.com

No que se refere aos valores das transferências dos jogadores, estes terão de ser adaptados a nova realidade, isto é, caso os clubes queiram diminuir os seus planteis é necessário baixar o valor dos passes dos seus atletas, logo, não existirá transferências de valores exorbitantes como o caso de João Félix, transferido no passado Verão pelo montante de 120 Milhões de euros. Deste modo, existe a possibilidade dos clubes terem um maior número de jogadores emprestados na composição dos seus planteis, e da mesma maneira, um elevado número de jogadores da sua Formação a integrar o plantel principal. Onde se notará também maior diferença será ao nível dos clubes de menor dimensão, onde a diferença será mais significativa.

Relativamente aos atletas, o efeito da paralisação dos campeonatos terá também um impacto na valorização do seu rendimento, o que pode ser crucial numa contratação. Desta forma, com o adiamento do Euro, bem como das competições europeias(UEFA Champions League e Europa League), podemos analisar que as dificuldades de recomeço poderão ser altas. Além disso, a valorização dos jogadores, que aumenta com a participação nas competições europeias e também com as internacionalizações, este ano não irá ocorrer, e por isso será menos um método de valorização. Da mesma forma, nas restantes competições irão existir jogadores que possuem vantagem relativamente a outros que antes da pandemia não existia. As análises realizadas pelos treinadores de futebol, nos mais diversos planos – Técnico, Tático, Físico e Psicológico- poderão também levar a alterações nos onze iniciais, como nos planteis.

Em relação às renovações contratuais, os clubes poderão ver sair alguns elementos cruciais a custo zero, devido ao montante exigido pelos jogadores para renovação, e também, a partida de alguns jogadores que desejam regressar aos países originários, na fase final de carreira para estarem mais próximos da família. No entanto, se um clube deixar de contar com um jogador que termine contrato a 30 de Junho, o organismo que regula o futebol mundial propõe que haja um acordo entre o atleta e o clube, no entanto, a decisão de permanência não é unilateral. Além disso, caso o jogador já tenha novo contrato com outro clube e seja necessário estender o contrato com o clube atual para conclusão da competição, esta decisão também precisará da anuência do clube comprador.

Em suma, são vários os cenários colocados quer por especialistas no âmbito do Futebol, quer por especialistas  âmbito da Gestão do Desporto e ainda pela FIFA, tudo isto para diminuir o impacto no mercado de transferências. Em jeito de partilha deixámos aqui algumas dessas hipóteses, tais como: a união da janela de transferências do verão com a janela de inverno, bem como, a não contratação, enquanto estiverem paralisados os campeonatos, mesmo que seja a 1 de Julho. O prolongamento do mercado de transferências, a limitação dos empréstimos dos jogadores e ainda, a injeção de dinheiro por parte da entidade reguladora do futebol, são outras das hipóteses. Todas estas sugestões serão passíveis de entrar em vigor nos próximos tempos… Mas será que estas medidas são suficientes para todos os clubes evitarem a rotura financeira e ainda manterem a equidade entre todos?


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