Tite parece não querer mais testes até a Copa do Mundo
A primeira convocação da Seleção Brasileira em 2022 revelou o que muitos já imaginavam de Tite. Satisfeito com os nomes que vem sendo chamados, o treinador canarinho repetiu os jogadores que já vem fazendo parte das listas anteriores, e não deu chances a nomes aclamados pelos adeptos e pela mídia desportiva. O Fair Play analisa a arrancada final de Tite e seus comandados rumo a Copa do Mundo do Catar ao final do ano.
Sem surpresas na defesa
Na meta, os guarda-redes parecem unanimidade para Tite. Alisson, Éderson e Weverton serão os nomes que irão ao Catar. Com Neto muito longe da lista, e a superioridade de Weverton frente a Éverson e Santos (guarda-redes do Atlético Mineiro e Athletico Paranaense, respectivamente – os mais preparados em solo nacional), não teremos surpresas aqui. Na linha de centrais, Thiago Silva, Marquinhos e Éder Militão são praticamente certos. A última convocação tem Gabriel Magalhães, que pode brigar com Jemerson, Rodrigo Caio, Lucas Veríssimo e Felipe (todos já convocados alguma vez).
Para as laterais, mesmo que Tite pareça optar pelos mesmos nomes, esta é uma das posições do qual os adeptos mais reclamam. Na direita Dani Alves e Emerson Royal foram os chamados. O primeiro é o que desperta mais dúvidas, já que foi preterido algumas vezes enquanto estava no São Paulo, e muitos dizem que não justificou sua convocação com atuações no Barcelona. Danilo também não convence mas pode aparecer em uma lista final, com Mariano e Vanderson correndo por fora. Na esquerda, Alex Sandro e Alex Telles estão nesta jornada das Eliminatórias, com Lodi sendo preterido por não ter se vacinado completamente contra a Covid-19. Bons nomes como Guilherme Arana e Caio Henrique devem ser considerados, e Filipe Luis, que conta com muita experiência com a amarelinha.
Meio campo com muitos nomes e pouca confiança
Os médios defensivos não são problema. Casemiro é dono inquestionável da posição. Fabinho e Bruno Guimarães (agora no Newcastle), também. O nome de Fred é o que menos agrada os adeptos, mas deve ser o que mais agrada Tite. Gerson e Douglas Luiz costumam aparecer, o primeiro está nesta lista das Eliminatórias mas o último sofre de alguma rejeição. Danilo (Palmeiras) pode ser uma grata opção se crescer ainda mais de produção ao longo de 2022.
Já os médios ofensivos são o grande problema da seleção. Nomes que recentemente não empolgam continuam sendo chamados por Tite, e alguns bons jogadores que acabam não sendo lembrados levantam a ira dos adeptos com o pragmatismo do treinador nacional. Coutinho e Éverton Ribeiro estão com o grupo nestas Eliminatórias, mas o primeiro acabou de ir ao Aston Villa na tentativa de voltar ao auge, longe de estar nele. Paquetá parece cada vez mais titular, e enquanto isso Claudinho, Lucas Moura e principalmente Raphael Veiga não são lembrados.
O ataque também tem muitos nomes para poucas vagas
Neymar está fora por lesão, mas é o nome da seleção. A Copa no Catar será talvez a última chance dele. Richarlison e Firmino ficaram de fora, mas estes deveriam sim ir ao Catar, mesmo com o ano todo a frente, são bons nomes. Gabriel Jesus está lá, e mesmo com alguma rejeição dos adeptos, tem que ser chamado ao Catar, pois é constante, dá equilíbrio. Vini Júnior, Antony Matheus Cunha e Raphinha são a “nova geração” e que tem muito potencial, nada a discordar destas opções. Gabigol e Rodrygo completam esta última lista, mas são aqueles que ainda precisam fincar suas chances no Mundial. David Neres foi ao Shaktar, algo para ficar de olho, Cebolinha também se retomar seu melhor futebol no Benfica, e porque não dar uma nova chance a Hulk, que está simplesmente esmagando adversários em sua volta no Brasil?
Muitas dúvidas, muitos nomes, mas a certeza de que Tite (assim como muitos outros treinadores de seleções) está escolhendo com base naqueles que já tem uma certa relação de confiança, mesmo que estes não sejam os nomes que mais estejam rendendo dentro do relvado. Afinal, a lista deve conter aqueles que estão em melhor momento ou aqueles que mais tem boa relação com o treinador? É claro que em uma competição curta como a Copa do Mundo, a força do plantel e a confiança entre si e no treinador são muito importantes, mas também aqueles que estão voando em campo, mesmo que não tenham sido chamados, ainda merecem um olhar mais carinhoso de Tite, o que parece não acontecer.