Choque-Rei: o que esperar da final do Paulistão 2021
A final do Paulistão 2021 está decidida, e será um Choque-Rei, nome dado pelo jornalista Tomaz Mazzoni do “A Gazeta Esportiva” na década de 40 para o confronto entre duas grandes equipas da cidade de São Paulo. O tricolor paulista enfrentará o alviverde imponente. O time de melhor desempenho neste campeonato estadual (São Paulo) enfrentará aquele que, descansando seus atletas no início, priorizando outras competições e dando rodagem ao melhor elenco paulista e um dos melhores do país (Palmeiras), ainda assim chega à final ao bater o rival Corinthians.
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O Fair Play analisa o que fizeram as equipas para chegarem aonde estão, e o que esperar das partidas de de primeira e segunda mão desta finalíssima. Do lado alviverde, um ano de 2020 praticamente perfeito fez com que o time chegasse com mais tranquilidade para a disputa do Paulistão. Apesar de protestos dos adeptos por maus resultados recentes, conquistas de Copa do Brasil e Libertadores em 2020 fizeram o Paulista de 2021 ser ainda menos importante para o Palmeiras. Já no São Paulo, situação inversa. Depois de deixar escapar o título do Brasileirão em 2020 e a chegada de Crespo, o foco era totalmente na tentativa de conquista desse título. Afinal, são 16 anos sem conquistar o Paulista (2005), e nove anos sem nenhum título, o segundo maior jejum do tricolor.
Do lado são-paulino, a prioridade desde o início do campeonato era chegar a esta final. Tanto é que, na maioria das jornadas da fase regular, a equipa foi a titular, com os principais jogadores (Como Tiago Volpi, Dani Alves, Reinaldo e Luciano). Fez o que se esperava, terminando na primeira colocação geral (o que dá ao São Paulo nesta final disputar a segunda mão em seu estádio, o Morumbi). Já o Palmeiras teve, por consequência de seu ótimo 2020, um calendário igualmente apertado no início de 2021. Disputa do Mundial de Clubes, Recopa Sul-americana, Supercopa do Brasil, além dos primeiros jogos da Libertadores. Até mesmo Abel Ferreira teve duas semanas de férias e foi a Portugal descansar, enquanto os jogos do Paulistão rolavam. O resultado foi a classificação para a fase mata-mata na última jornada, e ainda dependendo do próprio Corinthians vencer o Novorizontino para que este não se classificasse.
Ainda assim, já nos quartos de final, o Palmeiras ainda mesclava jogadores em uma espécie de equipa B, para enfrentar o Red Bull Bragantino. A recente potência paulista não foi párea e, em um jogo muito fechado, com uma oportunidade quase única, Rony deu a classificação para os alviverdes. O São Paulo, com força total, despachou a Ferroviária em um 4-2 relativamente fácil, com boa apresentação de nomes como Igor Vinícius e Benítez. Neste domingo (16 de Maio), nas meias finais, Palmeiras enfrentava o Corinthians enquanto o São Paulo tinha o Mirassol pela frente (equipa que o eliminou nos quartos de 2020 nesta competição). E por destino, o Corinthians, que venceu o Novorizontino na última jornada da fase regular, desclassificando a equipa e abrindo caminho para a classificação do Palmeiras, acabou sendo derrotado por ele em um absoluto domínio técnico dos palmeirenses em um 0-2 fora de casa. Já o São Paulo também não sofreu muito e carimbou a vaga à final em um 4-0 frente ao Mirassol.
A última final disputada entre as duas equipas foi em 1992, em um Campeonato Paulista, vencido pelo São Paulo de Raí. Em 1996, a máquina palmeirense venceu o estadual disputado com o São Paulo, porém em pontos corridos, e muito a frente do vice colocado. Fato é que o retrospecto recente de títulos é avassalador. Nos últimos 10 anos, um título de Sul-americana (2012) ao São Paulo, e três títulos de Copa do Brasil (2012, 2015 e 2020), um Paulistão (2020), um Brasileirão Série B (2013) e dois da Série A (2018 e 2020) para o Palmeiras. Já em jornadas, desde 2016, são 18 confrontos diretos, com nove vitórias do Palmeiras, cinco empates e apenas quatro vitórias para o São Paulo. A última, de mais destaque, foi a primeira vitória do São Paulo na nova arena do Palmeiras (Allianz Parque), inaugurada em 2014, 0-1 com gol de Pablo.
Certamente será uma das finais mais equilibradas dos últimos anos, e com maior potencial de desempenho técnico. O time de Crespo joga entrosado, propondo o jogo, em um 3-5-2 que é muitas vezes um 3-4-2-1 ofensivo, que diferentemente do time de Fernando Diniz tem mais solidez defensiva e oscila muito menos durante as partidas. Reforços como Miranda e Benítez elevaram o grau técnico e tático da equipa, e os jogadores recém promovidos da base são um diferencial desde muito tempo (em especial desde o ano passado). Já Abel Ferreira, se mesclou jogadores reservas ao longo do campeonato, poderá escalar titulares pois, assim como o São Paulo, tem situação bem encaminhada na Libertadores para os oitavos de final. Não chegou a receber muitos reforços, mas a escalação de três zagueiros também foi importante para o crescimento de jogadores da base e de velhos conhecidos como Zé Rafael, Raphael Veiga e Rony. Pode se esperar um embate de alto nível!
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