O Brasil tem condições de repetir o Ouro Olímpico seguidamente?

Rafael RibeiroAgosto 4, 20215min0

O Brasil tem condições de repetir o Ouro Olímpico seguidamente?

Rafael RibeiroAgosto 4, 20215min0
O Brasil está na final de Tóquio 2020 no futebol masculino. Ao enfrentar a Espanha, poderá levar o segundo ouro na modalidade. Será possível?

Com atuações que variam entre a regularidade e a boa performance, o Brasil chegou à final do futebol masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Será possível à esta seleção olímpica levar novamente o ouro olímpico? O embate com a Espanha certamente será o desafio mais duro neste torneio olímpico, mesmo tendo havido sofrimento para chegar a este ponto, ao empatar sem golos com o México nas meias finais. Mas a vitória nos pênaltis deu confiança ao grupo, e o Fair Play explica em detalhes.

O início sem os principais nomes

Como citamos no Fair Play, vários nomes não puderam comparecer aos Jogos Olímpicos e defender o ouro, principalmente por suas equipas não cederem os atletas para a competição, que não é data obrigatória da Fifa para esta liberação. Neymar, o defesa Marquinhos e o guarda-redes Wéverton foram os principais (acima do limite de idade) a não comparecerem. Mas isso, de certa forma até surpreendente, não tirou o bom rendimento da equipa do treinador Jardine. Uma vitória encorajadora contra a rival Alemanha (que fez a final com o Brasil no Rio de Janeiro e acabou ficando com a medalha de prata) por 4-2 deu o ritmo que o Brasil precisava. Ainda na fase de grupos, um empate com a Costa do Marfim em 0-0 e uma vitória por 3-1 contra a Arábia Saudita fizeram o desempenho brasileiro ter um aspecto de montanha russa.

Com dois golos de Richarlison, o Brasil se consolidou nos playoffs das Olimpíadas (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Brilho de nomes individuais

Chama a atenção o desempenho individual de alguns atletas, e por diferentes motivos. Nas balizas, sem a presença de Alisson, Éderson ou Wéverton, o nome de Santos, guarda-redes do Athletico Paranaense, se mostrou seguro e acertado. Tanto é que, nas meias finais vencidas nos pênaltis, a serem citadas mais para a frente, Santos foi nome de destaque nas defesas dos penais. Além disso, o meio campo brasileiro provavelmente é o que consideramos como titular até para a seleção principal, com a ascensão de Bruno Guimarães, médio do Lyon, e Douglas Luiz, que estava com a seleção principal no vice campeonato da Copa América ainda em 2021.

O Brasil contaria também com Gérson, que saiu do Flamengo em direção ao Olympique de Marseille, e tinha combinado a sua liberação, que no final das contas não aconteceu. De qualquer forma, outros dois nomes de destaque são justamente Daniel Alves, veterano que foi convocado e liberado pelo São Paulo para estar em Tóquio, e mostra o porquê de sua convocação ao mostrar a liderança esperada, tanto dentro quanto fora do relvado, e Richarlison, que dentre as possibilidades que estavam na Copa América, conseguiu liberação junto ao Everton e está muito bem, como artilheiro da competição com 5 golos.

Richarlison e Dani Alves são destaques da Seleção Brasileira, cada um por seu motivo (Foto: Daniel Leal/AFP)

Meias finais com México e final com a Espanha

Sem dúvidas as meias finais e a final com a Espanha elevaram o nível de competitividade em Tóquio. Para o confronto contra o México, o empate sem golos no tempo normal e na prorrogação fez com que as penalidades fossem a maior adversidade de seleção até aqui. Mas logo nas primeiras cobranças o Brasil tratou de resolver a questão mental. Golo na primeira cobrança de Dani Alves, dando confiança aos demais e aumentando o nível de vibração da equipa, já que o capitão era quem mais vibrava nas cobranças. Santos foi o responsável por defender a penalidade seguinte e ainda ir na bola na segunda cobrança, que foi na trave, para dar larga vantagem aos brasileiros. Martinelli, Bruno Guimarães e Reinier converteram para fechar o jogo e garantir medalha ao Brasil, seja prata ou ouro.

Já para a partida final, a do ouro, que ocorrerá no dia 07/08 (sábado) as 04:30 horário de Portugal e 08:30 horário do Brasil, a seleção canarinha enfrentará uma empolgante Espanha, que também levou bons nomes, promessas da equipa espanhola para os próximos anos. Marco Asensio, mesmo com 25 anos, é um dos mais experientes, e conta com jovens em ascensão como Pedri, Bryan Gil, Eric García e Pau Torres. Ao bater o anfitrião Japão nas meias finais, a Espanha também terá pela frente o principal embate, já que passou muito bem pelas fases anteriores, levando em conta que, como o Brasil, não perdeu na competição, e soma três vitórias e dois empates até aqui. O Brasil, pelos nomes que compõem a equipa até aqui, deve ser apontada como favorita, mas a situação será de grande competitividade.

Mesmo ganhando na prorrogação do Japão, a Espanha vem forte para a final contra o Brasil (Foto: Anne Christine Poujolat/AFP)

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