15 anos sem Telê Santana

Renato SalgadoMaio 6, 20216min0

15 anos sem Telê Santana

Renato SalgadoMaio 6, 20216min0
O mestre foi homenageado por diversas equipas do futebol brasileiro. Entre elas, o São Paulo Futebol Clube e até mesmo pela FIFA. Telê encantou o mundo com a seleção brasileira de 82 e com a máquina Tricolor em 92 e 93.

No dia 21 de Abril, além de feriado no Brasil, tivemos um outro momento importante. Para o futebol a data é emblemática, pois marca o falecimento de um dos maiores técnicos da história do futebol, o mestre Telê Santana. Há pouco mais de 15 anos atrás, o mundo acordou com a triste notícia com a perda do mestre. Infelizmente não foi algo que nos pegou de surpresa, todos sabiam que a saúde do grande Telê Santana estava cada dia mais debilitada. A cada aparição sua na TV víamos ser questão de tempo para o mundo perder aquele que foi o maior técnico de todos.

Telê Santana da Silva, nasceu em Itabirito, 26 de julho de 1931 e faleceu em Belo Horizonte, 21 de abril de 2006. Antes de se tornar um grande técnico, Telê foi um grande jogador, ponta direita clássico. Seu estilo de jogo e seu corpo magro, deu a ele o apelido de Fio de Esperança. Telê era tão preciso no chute, que esse era conhecido como “chute do Telê”, ele conseguia, como poucos, colocar a bola onde queria. Desde cedo, sabia da importancia do treinamento, por isso, para chegar a essa precisão, ele treinava muito antes e depois dos treinos.

Telê começou em 1949 no Fluminense a sua carreira como jogador amador. Jogou em 1950 no Botafogo, mas voltou no mesmo ano para seu time do coração, onde em 1951 se tornou profissional e jogou até 1960, sendo vendido ao Guarani de Campinas, onde ficou até 1962, ano em que voltou ao Rio de Janeiro, no Madureira. No mesmo ano, se transferiu para o Vasco, onde ficou até 1963 quando se aposentou do futebol.

O mestre Telê Santana!

Entre 1963 e 1968, Telê se dedicou aos negócios fora do futebol, empreendeu, foi cuidar dos investimentos que tinha feito com o salário de jogador, porém em 1968 o seu Fluminense pediu a sua volta, para comandar a base do time. Nesse ano, seu primeiro ano como treinador, foi campeão da base, o que chamou a atenção da diretoria que o promoveu a técnico do time principal, onde foi campeão carioca de 1969.

Em 1970 foi para o Atlético-MG onde se sagrou campeão estadual pelo Galo e chegou a disputar a final do Brasileiro acom o Fluminense, antigo time treinado e montado pelo mestre, que acabou se sagrando campeão.

Assista ao webcast Ginga Canarinha do Fair Play

Foto: gazetaesportiva.com

A carreira de Telê já começou com títulos logo cedo. Ele nunca treinou times de menor expressão. Em 1973 teve sua primeira passagem pelo São Paulo, mas uma briga com o então craque do time, Pedro Rocha afastou o técnico do tricolor que voltou para Minas Gerais no Galo. De lá foi para o Botafogo, Grêmio, Palmeiras – onde depois de um show em cima do poderoso Flamengo de Zico – chamou a atenção da CBD, atual CBF, para comandar a seleção na Copa de 82, até hoje considerada a maior seleção de todos os tempos!

Com a derrota na Espanha, Telê saiu da seleção e foi tentar a sorte no mundo Árabe, treinando o Al-Ahli até 1985, quando a CBD chamou novamente ele para comandar a seleção na Copa de 1986, outra frustração com outro timáço, derrubou o mestre que voltou pela, 3a vez, ao Atlético Mineiro, no mesmo ano, onde ficou até 1988 quando foi treinar o Flamengo. Em 1989 voltou para o Fluminense e em 1990 para o Palmeiras, onde foi demitido e decidiu largar o futebol, mas em seu caminho havia uma pessoa chamada Sr. Carlos Caboclo, que conto na sequencia, como ele é o elo entre o mestre e o nosso tricolor.

Em 2019, Telê figurou na 35ª posição da lista de 50 maiores treinadores de futebol de todos os tempos, publicada pela revista francesa France Football sendo o único brasileiro, entretanto, para os brasileiros, principalmente para os São Paulinos, ele estará sempre em primeiro lugar!

Em pesquisa realizada pela revista esportiva Placar, em 1990, ele foi eleito por jornalistas, jogadores e ex-atletas o maior treinador da história da Seleção Brasileira, mesmo perdendo duas edições da Copa do Mundo e amargando por muito tempo a fama de “pé-frio”.

De pé frio a maior de todos

Como disse acima, em 1990 Telê desistiu de ser treinador. A imprensa pegava muito no seu pé com a fama de pé frio devido as 2 Copas do Mundo perdidas, principalmente pela Copa de 1982 quando tínhamos a melhor seleção da história das Copas, mas não vencemos.

Telê queria parar, mas desempregado estava preocupado com o dinheiro. Ele tinha alguns investimentos, economias, mas não era suficiente, então, entrou na jogada Sr. Carlos Caboclo, diretor do São Paulo e um dos mais influentes até hoje no comando do tricolor. Ele era amigo de longa data do mestre, desde a sua primeira passagem pelo Morumbi em 1973, foi ele que convenceu Telê, depois de 2 meses de negociação a assinar com o São Paulo, o que coube ao Sr. Caboclo, também, convencer os conselheiros do SPFC a aceitar o “pé-frio”.

Bem, esse casamento deu mais certo que o do Tarcísio Meira e Glória Menezes. No livro “Ao Mestre Com Carinho, o São Paulo da Era Telê”,  conta essa – e outras histórias – dessa brilhante passagem do mestre, que nos deu 32 títulos, entre eles 2 mundiais, 2 Libertadores, 1 Brasileiro e 2 Paulistas além de outros menores. Telê revolucionou o futebol brasileiro e mundial.

Homenagem da FIFA

A morte de Telê Santana, ex-técnico do São Paulo e seleção brasileira de 1982 e 1986, completou 15 anos. Em homenagem ao lendário técnico bicampeão da Libertadores e do mundo pelo Tricolor, a FIFA reverenciou o comandante em suas redes sociais.

Foto: Twitter

A Fifa fez questão de reconhecer a importância da equipe brasileira construída por Telê para a Copa de 1982, apontando que ela: “Impressionou o mundo”. Telê Santana teve inúmeros trabalhos de destaque, principalmente como técnico, mas a seleção de 1982 foi a que realmente mais impressionou, seja pela quantidade de craques reunidos em um só time ou pela qualidade do futebol apresentado, mesmo o time não ganhando o mundial daquele ano.

Ele também dirigiu a Seleção em 1986. Depois, no São Paulo, o técnico conquistou além do bicampeonato da libertadores e mundial. Além de uma Recopa, uma Supercopa da Libertadores, um Campeonato Brasileiro e dois Campeonatos Paulista. Eternizado na história do clube, Telê também foi lembrado no dia de hoje pelo perfil do Tricolor. Em homenagem à morte de Telê Santana, que faleceu em 2006, a Fifa produziu um material especial da seleção do Brasil de 1982 com curiosidades, citações de personalidades do futebol como o técnico Pep Guardiola, lances dos jogos e uma breve biografia das estrelas e do comandante Telê Santana.

Foto: blogdosaopaulo.com.br

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS