10 momentos do Campeonato do Mundo de futebol pt.3

Fair PlayAgosto 16, 20223min0

10 momentos do Campeonato do Mundo de futebol pt.3

Fair PlayAgosto 16, 20223min0
Dos golos descalços de Leonidas ao encontro entre EUA e Irão, vamos contar algumas histórias marcantes de Campeonatos do Mundo do passado nesta colectânea

De Junho até Novembro, o Fair Play vai recordar alguns dos melhores momentos de Campeonatos do Mundo, oferecendo sempre duas histórias ao leitor, podendo ser divertidas, sérias, insólitas, educacionais, ou de outro género, e que ajudaram a escrever uma página na espectacular história do torneio de futebol mais aguardado a cada quatro anos.

MILLA, O HERÓI ANTI-ENVELHECIMENTO!

Roger Milla, lenda do futebol camaronês, africano e mundial, só se estreou a marcar num Campeonato do Mundo quando já apresentava 38 anos no seu passaporte, um feito assinalável para um dos goleadores prolíferos entre os anos 70-90, sendo que esse golo marcado veio em dose dupla frente à Roménia em 1990, conseguindo repetir a façanha, novamente, nos oitavos-de-final da competição frente à Colômbia, onde realizou uma das celebrações mais icónicas em Mundiais.

Mas deixando para trás esse ano de 1990, sabiam que o goleador voltaria a marcar novamente num Campeonato do Mundo em 1994? Pois, é verdade, o camaronês conseguiu receber a chamada para a convocatória rumo ao Mundial realizado nos Estados Unidos da América, para marcar o último golo a nível internacional, sedimentando o registo de jogador mais velho a marcar nesta prova máxima de selecções não com 38 anos, mas sim 42, um feito extraordinário e minimamente saboroso, que será dificilmente ultrapassado, a não ser que algum dos astros mundiais do presente aguente até 2030 (Cristiano Ronaldo, com 37, e Messi, com 35, dificilmente chegarão lá), ou, 2026, caso Zlatan Ibrahimovic tenha essa “fome”.

Regressando a Roger Milla, o fiel goleador dos Camarões deixou uma marca profunda no futebol do seu país não só pela conquista de duas Taças das Nações Africanas, como por ter representado sempre o seu país ao mais alto nível, ficando os 5 golos em campeonatos do Mundo na memória, no qual coloca-o como o 2º melhor marcador de África nesta competição.

Aquele remate lindamente desferido para dentro das redes do guardião russo perante um cheio Standford Stadium (74 mil pessoas) ficará para memória do futebol como uma prova de que a idade pode ser só um número quando a vontade e o querer a ultrapassam!

LEONIDAS GOLEADOR NO FUTEBOL E CHOCOLATE

Em 1938, a Itália sagrava-se campeã do mundo em sua casa, porém a figura individual que mais se destacou em toda a prova foi o avançado brasileiro Leonidas da Silva. Leonidas foi o artilheiro do torneio, embora já fosse figura cimeira no Brasil e restante da América do Sul, o mundial de 1938 tornou-o conhecido no “velho continente”, muito por causa daquela que se tornaria a sua imagem de marca – o pontapé de bicicleta. A sua reputação era tal que se tornou no primeiro jogador brasileiro a ser vendido a um clube fora do Brasil, neste caso para os uruguaios do Peñarol.

Leonidas era apelidado na imprensa brasileira de o “Diamante Negro”. Em 1938, a Lacta – marca brasileira de chocolates – lançava o chocolate “Chocolate com crocante Lacta”, porém aproveitando todo o sucesso que Leonidas capitalizou na Copa desse ano, a Lacta decidiu pagar três mil réis a Leonidas para usar a sua alcunha – “Diamante Negro” – para nome do seu produto. O sucesso foi imediato e proporcional ao talento de Leonidas – um dos maiores jogadores da história do futebol -, sendo o chocolate comercializado ate os dias hoje com o mesmo nome, e foi o chocolate mais vendido no Brasil numa das primeiras campanhas de marketing da história.


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É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


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