Onde é que anda o Flop: Willy Boly, um erro de casting no Dragão

Francisco IsaacNovembro 28, 20234min0

Onde é que anda o Flop: Willy Boly, um erro de casting no Dragão

Francisco IsaacNovembro 28, 20234min0
Parecia ser a resposta à inconsistência de Marcano, mas acabou preterido numa temporada amarga no FC Porto.. Foi Willy Boly um flop no Porto?

Chegou ao FC Porto no último dia do mercado de transferências de Verão de 2016, sendo, na altura, etiquetado como uma necessidade para a defesa dos “dragões”. Porém, e após 9 meses de serviço ao FC Porto, Willy Boly somou apenas 8 jogos em 50 possíveis, passando completamente ao lado de uma época que não correu nada bem ao emblema da Invicta, perdendo em todas as frentes. Mas bem, Boly foi um flop assim tão grande?

Como sempre, e para avaliar este ponto, há que ver o preço que foi pago, o rendimento individual e o rendimento final, em termos de venda. Os azuis-e-brancos pagaram cerca de 6,5M€ ao SC Braga, um valor alto mas que se justificava pelas duas boas temporadas que o costa-marfinense realizou no Minho. Boly, que tinha chegado a Portugal em 2014 proveniente do Auxerre, ganhou protagonismo na segunda metade dessa época e foi figurando como um dos principais nomes do conjunto bracarense. Ao fim de duas temporadas realizou 45 jogos pela equipa principal, adicionando ainda 16 pelo SC Braga “B”.

O impacto no Braga foi extremamente positivo e depois de suposto interesse do Sporting CP e mais alguns clubes do país vizinho, como o Bétis, Valência ou Villarreal, foi o FC Porto a garantir a contratação a 31 de Agosto de 2016.

Que concorrência apresentava-se na direcção de Boly na altura? Iván Marcano e Felipe, o que teoricamente parecia oferecer uma boa oportunidade de afirmação… infelizmente, essa oportunidade raramente chegou e não há grande explicação para esse fim, especialmente quando vemos que acabaria por garantir um lugar na Premier League. Em toda a temporada, Boly só titular exactamente nos 8 jogos que participou com minutos, passando a larga parte da época no banco de suplentes.

Mesmo com Iván Marcano a realizar uma época com altos e baixos, Sérgio Conceição nunca realmente viu em Boly o futuro central para o clube, apesar da idade (27 anos), capacidade física, técnica e rotação. Uma curiosidade é o facto de que Boly só perdeu dois dos 8 jogos em que jogou, nunca perdendo um jogo para a liga ao serviço do FC Porto e só consentindo um golo. Se somarmos as prestações para a Taça da Liga, Taça de Portugal e Liga dos Campeões, então há que somar mais duas derrotas e dois golos sofridos, um registo nada negativo para quem tinha chegado a um dos principais emblemas portugueses nessa época.

Era Boly excepcional com a bola nos pés? Não, ficando algo atrás de Iván Marcano nesse aspecto, e perdendo na questão de imposição física ou aérea para Felipe… porém, era decididamente mais veloz que o espanhol e mais esclarecido que o brasileiro, podendo ter feito uma parelha de qualidade com o internacional canarinho. Como tantas outras contratações da era Sérgio Conceição, o facto de Willy Boly ter custado uns bons milhões e ter realizado uma excelente época pelo clube anterior valeu de nada, e não só nunca foi visto como opção para ser titular como não parecia cair no goto do técnico. Com a época 2016/2017 a chegar ao seu triste fim – isto da perspectiva dos Dragões -, Boly foi colocado na lista de dispensas e foi cedido ao Wolverhampton que na altura estava ainda no Championship.

Se no FC Porto foi um “flop”, já pelo Wolves, o central afirmou-se desde o primeiro momento e somou 40 jogos logo na temporada de estreia, o que acabou por lhe garantir uma saída para este clube no Verão de 2018 a troco de 12M€. Os dragões conseguiriam ter um lucro de 6M€ com a venda de Boly, algo nada comum quando os atletas dispensados dos azuis-e-brancos são remetidos para uma torrente de empréstimos sem fim… felizmente, para todas as partes foi um final feliz para aquilo que em tempos parecia ter sido o início de uma nova era no eixo-defensivo do FC Porto.

Boly continua actualmente a jogar na Premier League, agora pelo Nottingham Forest que pagou uns meros 3M€ pelo central internacional pela Costa do Marfim. “Flop” no FC Porto mas efectivamente talento possuía para singrar ao serviço do clube da Invicta, nunca ficando bem explicada a história do porquê da sua dispensa.


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