Onde é que anda o Flop: Bruno M. Indi, um central que prometia mais

Francisco IsaacMaio 16, 20234min0

Onde é que anda o Flop: Bruno M. Indi, um central que prometia mais

Francisco IsaacMaio 16, 20234min0
Prometia ser um dos novos chefes da defesa dos Dragões, mas acabou por ser um erro de mercado... mas será Bruno Martins Indi um flop do FC Porto?

Começamos por este artigo com três notas importantes para perceber o porquê de Bruno Martins Indi poder cair na categoria de flop, categoria essa que pode ir de um flop que mal jogou e pouco provou até a aqueles que somaram largos minutos sem realmente terem tido um impacto minimamente determinante. No caso do central neerlandês, há factos e curiosidades que atestam a favor de pender mais para o lado do flop, que o um jogador mal compreendido, e basta ver por:

Bruno M. Indi jogou cerca de 71 encontros pelos dragões, no qual foi titular em 70 desse total de jogos. Contudo, nas duas temporadas que vestiu a camisola azul-e-branca, nos 22 encontros em que não foi convocado ou esteve no banco de suplentes (e não entrou), o FC Porto ganhou sempre os seus jogos ou, no limite, empatou. Coincidência ou não, a verdade é que a defesa do clube da Invicta pareceu mais estável e segura, especialmente nos momentos capitais;

O neerlandês custou 7,5M€ e saiu pelo mesmo valor, não tendo custado qualquer euro aos dragões, isto se não contarmos com os salários e comissões pagas a agentes. Indi ocupa o 3º lugar dos defesas-centrais quem mais dinheiro custou aos cofres da SAD do FC Porto, sendo que durante as temporadas de 2014 e 2016 o clube nada conquistou;

– O central esteve envolvido directamente em algumas das derrotas decisivas daquelas temporadas, com erros inexplicáveis, especialmente no jogo aéreo ou no controlo da profundidade e das costas da defesa. A falta de soluções no banco de suplentes acabou por forçar que Indi fosse mais vezes titular e estivesse, desse modo, mais exposto ao erro;

Estes três factos são o suficiente para começar a desenhar e a pintar o quadro da passagem de Bruno Martins Indi no FC Porto, e é importante lembrar que o defesa chegou carregado debaixo de altas expectativas, tanto pela suposta qualidade que detinha, como por ser internacional neerlandês, o que em outros tempos seria um selo de aprovação de qualidade individual. Porém, entre 2014 e 2020, os Países Baixos atravessaram a sua pior fase e muitas vezes os adeptos esquecem-se desse facto, o que ajudou a tapar algumas das limitações que o central ex-Feyenoord possuía.

Já na Invicta, e num plantel quase completamente reinventado para agradar Julen Lopetegui, Indi acabou por estar associado às duas únicas derrotas sofridas pelo FC Porto na temporada 2014/2015, com um erro de cálculo frente ao CS Marítimo ainda na primeira-parte, tendo mesmo sido substituído à passagem do 63º minuto de jogo. Na temporada seguinte, e ainda com algumas dúvidas em relação à sua qualidade individual, Bruno Martins Indi foi titular numa boa parte da temporada e, infelizmente, a situação não só não melhorou como piorou, consentindo ainda mais erros defensivos, isto para além de uma falta de confiança brutal e problemática, uma maleita que passou para a maioria do plantel.

Não era que Bruno Martins Indi fosse terrível ou um central sem talento para estar num clube da dimensão do FC Porto, até porque tinha certos detalhes técnicos e tácticos louváveis e, com o treinador certo, poderia ter atingido outro patamar. Era rápido, conseguia amparar bem certos movimentos ofensivos da equipa contrária, antecipando-se elasticamente e a conferir um equilíbrio à saída para o ataque a partir da defesa, algo que foi, inicialmente, bem explorado por Julen Lopetegui. Todavia, não foi o que aconteceu e acabou por ter uma saída muito silenciosa do Dragão, transferido por 7,5M€ ao Stoke City, que tentava fortificar a equipa para uma temporada na Premier League, acabando por serem relegados nessa temporada. A carreira do central nunca voltou a pegar, apesar de ter ainda somado vários jogos pelo emblema inglês, e pelo AZ Alkmaar, clube pelo qual assinou em 2021, tendo somado uns meros 4 jogos na temporada de 2022/2023.

Bruno Martins Indi foi como vários dos jogadores que chegaram ao Dragão em 2014, munidos de altas expectativas e rotulados de craques ou “diamantes” em bruto, que acabaram por sair sem grande história, a custo-livre ou criticados por não terem sido boas peças-chave num clube que queria ganhar títulos a todo o custo. Na longa lista de defesas-centrais que passaram pelo FC Porto, Bruno Martins Indi acaba por cair na secção de flops tanto pelo custo, expectativa e impacto negativo que teve em certos e determinados encontros.


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