7 Jogadores do CN1 que abandonam os relvados no final da época

Francisco IsaacMaio 16, 20189min0

7 Jogadores do CN1 que abandonam os relvados no final da época

Francisco IsaacMaio 16, 20189min0
Todos os anos jogadores de rugby deixam os relvados e fomos em busca daqueles que em Portugal o vão fazer! 7 jogadores do CN1 que abandonam os relvados em 2018!

1ª nota pré-introdutória: o artigo só concerne a jogadores do denominado CN1, devido à falta de informação (e a recolhemos não era tida como totalmente certa), ficando a promessa que ainda neste faremos um artigo sobre os “5 jogadores veteranos que dominam o CN2”.

2ª nota pré-introdutória: fizemos uma consulta aos dados da Federação Portuguesa de Rugby, tentámos contactar os vários clubes a fim de confirmar os “futuros reformados a nível sénior” e possivelmente poderemos não ter seleccionado alguns jogadores porque ainda não estão “digitados” na “segurança social” do rugby português!

3ª nota pré-introdutória: possivelmente podemos não incluir ou omitir alguns jogadores que só jogaram nesta última temporada pela divisão Challenge. Mais uma vez, a falta de dados ou informações clara impedem-nos de arriscar ou avançar com mais nomes.

Todas as épocas são bafejadas com títulos, campeões, grandes ensaios, placadores de qualidade, novas coqueluches, equipas-surpresa (o que dizer desta Académica de Coimbra?) e outros momentos ou pormenores de relevo. Porém, há outro pormenor que também tem (ou deve) entrar nas contas destes momentos/pormenores: os jogadores que dizem adeus aos relvados.

Ao fim de várias épocas a aguentar com a intensidade física dos jogos, com as várias vitórias e/ou derrotas no contacto ou final do jogo e com outras situações, há atletas que chegam ao fim da sua carreira e despedem-se da modalidade, ficando os episódios, pequenas histórias e outros detalhes que valem a pena ser enunciados.

Desde os irmãos Uva aos irmãos Duarte, passando pelo Captain Évora ou pelos “universitários”-mor, o Fair Play destaca 7 jogadores que no final da temporada de 2018 dirão “adeus” (nunca se sabe se não será só um “até já”) ao rugby sénior português (há outras formas de contribuir!).

GONÇALO FORO (CDUL)

Internacional português pelo XV e 7’s, Gonçalo Foro encerrou o seu capítulo no CDUL com esta temporada. O ponta que conquistou três campeonatos pelos universitários, diversas taças e outros troféus, foi um dos símbolos do clube nos últimos 20 anos. Formado no CDUL, fez parte de uma geração onde se destaca também Tiago Girão, Pedro Cabral, entre outros, Foro é um dos últimos grandes nomes da ala portuguesa.

O último jogo frente ao GD Direito marca o seu “adeus” enquanto jogador de clube, já que foi contra o Brasil que se retirou do serviço às Quinas. Contudo, a sua saída será só dos relvados, uma vez que o internacional português tem participado activamente no CDUL desde a base até à equipa principal.

Fica para a lembrança os ensaios de praça-a-praça, a magia do seu side-step nas World Series e a sua grande vontade em inspirar novos jogadores a juntar-se à causa do rugby português.

Gonçalo Foro (Foto: Luís Cabelo Fotografia)

GONÇALO UVA (GD DIREITO)

Como o irmão mais velho, Gonçalo Uva é quase um Centurion (fará 100 jogos na Alemanha em Junho se tudo correr bem e entrará para o mesmo clube que o irmão) e, a par de Foro, um dos últimos jogadores a ter disputado o Mundial de Rugby de 2007 (resta Pedro Leal). Uma carreira cheia de vitórias e glórias, o 2ª linha ainda jogou em França pelo Montpellier e Narbonne, aproveitando as suas características físicas para se destacar no rugby português.

Com 34 anos (a caminho dos 35), Gonçalo Uva conquistou tudo o que tinha para conquistar ao serviço do GD Direito, para além de ter sido um dos jogadores mais titulados de sempre da História do Rugby português, a par de Vasco Uva, Pedro Leal ou Frederico Sousa.

A forma como se entregou sempre pela causa portuguesa, a eterna paixão em jogar pela selecção e a sua “agressividade” no alinhamento vão ser sentidas na próxima época.

Gonçalo Uva (Foto: Luís Cabelo Fotografia)

VASCO UVA (GD DIREITO)

O 3ª linha que se notabilizou por vários feitos e momentos (como aquela placagem ou viranço que realizou frente às Fiji em 2006), também é outro atleta português a abandonar a modalidade.

O primeiro centurion a nível sénior, Vasco Uva foi sempre um dos jogadores mais físicos do rugby português, com uma placagem letal, uma entrada que chocava os adversários por completo e uma aura de liderança única e inesquecível.

Como o irmão, jogou no Montpellier e teve a oportunidade de jogar profissionalmente durante uma temporada. Porém, a importância que tinha para o rugby português garantiu o seu regresso em 2008 e desde então nunca mais saiu do país. Foram 20 anos como jogador sénior e 30 como atleta do GD Direito.

Uma perda não só ao nível da defesa, mas também no exemplo para os mais novos e na voz de comando que possuía.

Vasco Uva (Foto: Arquivo Pessoal)

GUSTAVO DUARTE (AEIS AGRONOMIA)

Um dos pilares mais conhecidos do rugby português, que fez uso da sua experiência para ganhar autênticas “guerras” na formação ordenada, também vai deixar de envergar as cores da AEIS Agronomia no final da época.

Nunca foi um nome consensual na selecção Nacional, mas ainda em 2017 foi chamado para actuar frente à República Checa realizando um brilhante jogo aos 35 anos de idade, o que prova que ainda estava em boas condições para representar os Lobos.

É um dos últimos ícones de Agronomia, a par do seu irmão e Tomás Gonçalves, caracterizado pela sua bravura, raça, força e atitude em dar tudo pelo seu clube. O ponto final da história de Gustavo Duarte como jogador, obriga à formação da Tapada a olhar para o futuro em busca de alguém que consiga fazer o mesmo trabalho que o pilar.

Gustavo Duarte (Foto: José Vergueiro Fotografia)

MIGUEL VALENTE (CR ÉVORA)

Um dos atletas mais reconhecidos do rugby alentejano, Miguel Valente põe fim à sua relaçao com o rugby jogado, esperando-se que entre nas listas de treinadores no futuro próximo. O ponta/defesa está há 25 anos envolvido com CR Évora tendo deixado uma marca ímpar na história do clube eborense. Não sendo fisicamente um portento, nunca deixou de ir ao contacto quer seja na defesa ou ataque, com uma vontade única e muito própria deste atleta.

Ao fim de vários anos de luta, o Évora voltou ao convívio dos “grandes” do CN1, faltando só o troféu de campeão sénior da CN2 que Miguel Valente tanto almejava. Pelas suas mãos e palavras passaram José Lima, Manuel Murteira, José Leal da Costa e muitos outros atletas formados no clube de Évora.

Sem a coragem desmedida e coração enorme de Miguel Valente, o CR Évora fica um pouco mais “pobre”, mas o ponta estará sempre lá para apoiar o seu clube.

Miguel Valente (Foto: Breno Fortuna Fotografia)

TIAGO GIRÃO (CDUL)

Um 8 que facilmente jogava a asa e que quando era necessário fazia outro tipo de posição, é desta forma que se pode descrever Tiago Girão a nível táctico. A nível das suas características técnicas/físicas, o 8 do CDUL notabilizou-se pela forma como carregava a oval, a sua energia na linha de vantagem e a vontade de fazer coisas diferentes que muitas vezes deram outra “magia” ao ataque tanto do CDUL como de Portugal.

A par de Gonçalo Uva, Gonçalo Foro e Vasco Uva é um dos últimos representantes daquela equipa que jogou no Mundial e Rugby em 2007. Um 8 que aprendeu a chutar, conquistando o seu espaço no CR Madrid durante alguns anos, Girão veio a tempo de levantar o título por três vezes pelo CDUL, ficando para sempre na História do rugby português por ser um dos terceiras-linhas mais versáteis que já se viu.

Entre placagens bem medidas, ataques bem lançados ficou sempre vincada a sua categoria como jogador e desportista.

Tiago Girão (Foto: Luís Cabelo Fotografia)

ANTÓNIO DUARTE (AEIS AGRONOMIA)

Um dos asas mais letais do rugby português, que combinava velocidade, explosão e dureza na hora de defender, vai pendurar a camisola num lugar mais alto do que quando a foi buscar. António Duarte, capitão durante anos a fio da AEIS Agronomia, internacional português, caprichoso placador, líder entusiasta e um desafiador da improbabilidade vai abrir espaço para uma nova geração de asas.

Sempre foi um dos jogadores mais apaixonantes da Tapada, em que a forma como se preparava para placar (quase deitado no chão, com os punhos cerrados, à espera da saída da bola no ruck) era um dado adquirido em qualquer jogo. As palavras como desistir, recuar ou abandonar nunca entraram no seu dicionário, lutando sempre pelos objectivos máximos da Agronomia, por mais difícil que parecesse.

Um dos atletas mais titulados do clube da Tapada (a par do irmão), deixa agora o rugby português com esperança que alguém agarre na camisola 7 e se imponha como um defesa letal e um ataque cumpridor.

António Duarte (Foto: José Vergueiro Fotografia)

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