Filhos que saíram aos Pais… no Futebol: de Simeone a Weah!

Fair PlayMarço 19, 201817min0

Filhos que saíram aos Pais… no Futebol: de Simeone a Weah!

Fair PlayMarço 19, 201817min0
Neste dia do Pai o Fair Play apresenta alguns futebolistas que seguiram as pisadas dos pais... há para todos os gostos! Conhecias todos?

PATRICK E JUSTIN KLUIVERT

A família Kluivert já não passa despercebida nos corredores do Ajax, Patrick (o membro mais velho) foi formado como jogador no clube de Amesterdão, agora, o seu filho Justin (o do “meio”) foi um dos nomes fortes da formação holandesa até se mudar para a AS Roma. Ambos formados e com história no clube que tem como figura Johan Cruyff.

Enquanto Patrick era um ponta de lança, Justin é extremo, predominantemente a jogar sobre a faixa esquerda (embora destro), muito vertical, rápido e tecnicamente bastante bom. Nesse aspeto não saiu ao progenitor que era mais homem de área e de golos. Ao serviço do Ajax fez ao todo 53 golos em três temporadas de sénior. Em Barcelona, onde jogou mais tempo (como sénior), foi um dos homens influentes nos golos dos culés, formando dupla com Rivaldo. Internacional A por Holanda por 79 ocasiões apontou 40 golos.

Justin Kluivert ainda só frequenta os escalões jovens da Holanda, dando-se a conhecer em 2016 no Campeonato da Europa de Sub-17 (competição que Portugal viria a vencer), onde o apelido chamou atenção de todos.

Justin partilha com o pai a estreia precoce no Ajax, com apenas 17 anos de idade. Fisicamente são diferentes, enquanto Kluivert era alto (188cm), Justin ficou por uma estatura média-baixa com 172cm. Ainda assim, as parecenças são muitas e não deixam ninguém indiferente, olhando para um e para o outro vê-se logo que são pai e filho.

O seu nome já começa a ser associado a grandes clubes, tais como o FC Barcelona que estará certamente atento ao jovem jogador. Resta agora saber se Justin conseguirá uma carreira com um historial parecido ou igual ao do pai, jogando assim ao mais alto nível. Para já demonstra ser um jovem com muito talento e futuro.

Kluiverts (Foto: Twitter)

PAUL E TOM INCE

São 25 anos que separam Paul e Tom Ince, pai e filho, respetivamente. Ambos ingleses com dupla nacionalidade de Barbados, chegaram a encontrar-se em campo, mas em funções diferentes.

O mais velho, deu mais nas vistas no Manchester United, onde jogou durante 6 anos. Jogava como médio defensivo, e é importante realçar que teve um papel importante na seleção dos 3 Leões, chegando a ser capitão. Em 1995 saiu para o Internazionale por 10,5 milhões de euros.

Fica por lá apenas por 2 épocas e volta então para Terras de Sua Majestade, onde mantém-se até ao final da sua carreira, passando por Liverpool, Middlesbrough, Wolverhampton, Swindon Town e terminou no Macclesfield Town. Envergou para treinador, nestes dois últimos clubes, tendo os dois papéis. Ainda não teve grandes feitos como tal e a sua última experiência foi no Blackpool em 13/14.

O mais novo, com 26 anos, joga tanto nas alas como no centro do meio campo ofensivo, é um extremo com golo, tendo em conta os 15 golos marcados na temporada passada. Fez a sua formação no Liverpool e destacou-se já no Blackpool. Nos Seasiders chegou a ser treinado pelo seu pai nas temporadas 12/13 e 13/14.

Muda várias vezes de equipa, entre empréstimos e transferências definitivas, de referir que mantém-se em Inglaterra, ajudando a sua seleção, principalmente nas camadas jovens como capitão, um pouco à imagem do seu pai.

Neste momento, joga no Huddersfield, no maior palco inglês, tendo chegado esta época por 9 milhões de euros.

Ince’s (Foto: Clive Rose/Getty Images)

ANTÓNIO E MIGUEL VELOSO

O nome Veloso é um nome grande no futebol português. António Veloso é um dos históricos do Benfica, uma verdadeira instituição na Luz. É o terceiro jogador com mais jogos pelos encarnados (atrás de Nené e Luisão) com 534 partidas de águia ao peito. Atuou durante 15 temporadas na lateral direita do Benfica, sendo capitão em 7 delas. Com os encarnados venceu 7 campeonatos, 6 taças de Portugal e 3 Supertaças.

António Veloso teve uma carreira recheada de sucessos e títulos. Um dos mais acarinhados capitães do Benfica e um futebolista de qualidade inegável. Veloso fez 8 golos pelo Benfica e conta ainda com 40 internacionalizações por Portugal. Mas a linhagem dos Veloso não fica por aqui.

Miguel Veloso, filho de António é, também ele, um jogador bem conhecido no futebol português. Passou pela formação do Benfica e do Sporting e foi pelos leões que se estreou na primeira liga. Esteve 5 épocas em Alvalade sendo um jogador importante do plantel leonino. Mudou-se, em 2010, para os italianos do Génova (por 9M€) onde jogou por 2 temporadas.

Depois da passagem por Itália rumou à Ucrânia (por 7,5M€) para passar 4 temporadas de bom nível no Dynamo de Kiev. Voltou, em 2016, a Génova (a custo zero) onde continua a ser uma peça importante. Miguel atua preferencialmente como médio defensivo e é dono de um pé esquerdo muito talentoso. É um batedor de livres de qualidade.

Miguel conta já com 56 internacionalizações por Portugal e, aos 31 anos, parece já ter terminado a sua passagem pela equipa das quinas.

Apesar da relação de pai e filho, em 2013 rebentou uma polémica entre os dois. Acusações dos dois lados e um processo em tribunal. Desde então os dois Veloso parecem estar de relações cortadas. Uma família atribulada mas com muito talento para o futebol.

Velosos (Foto: Lusa)

IAN WRIGHT E SHAUN WRIGHT-PHILLIPS

Ian Wright é um nome famoso em Inglaterra. Avançado inglês (com dupla nacionalidade jamaicana) goleador e talentoso. Wright destacou-se no Cristal Palace como um finalizador nato e, em 1992, fez o Arsenal dar por si 4M€. Nos ‘gunners’ Ian Wright brilhou ainda mais. Apenas na sua última época (já em decadência) fez menos de 20 golos pelo emblema de Londres.

Depois do sucesso pelo Arsenal, Wright passou pelo West Ham, Nottingham Forest, Burnley e Celtic. Em todos eles mostrou o faro goleador, mas foi em Londres que praticou o seu melhor futebol.

Na seleção inglesa, apesar dos seus 33 jogos, nunca foi um jogador influente. Marcou, ainda assim, 9 golos e há quem defenda que merecia mais oportunidades que as que teve na equipa nacional inglesa.

Wright venceu, ao longo da carreira, 9 títulos de onde se destacam uma Taça das Taças, uma Taça Intertoto e uma Liga inglesa. Marcou 247 golos em 442 jogos, uma média respeitável que o fizeram entrar, em 2005, no hall da fama do futebol inglês.

Ian é pai de 8 filhos, o mais conhecido? Shaun Wright-Phillips. Wright-Phillips estreou-se no futebol inglês pelo Manchester City e lá jogou 6 temporadas. Depois de dar nas vistas em Manchester, o Chelsea desembolsou 31,5M€ pelos seus serviços. As 3 temporadas ao serviço dos ‘blues’ provaram o valor exagerado. Wright-Phillips foi um jogador influente mas não diferenciador e por isso voltou ao City, por 11,25M€. A segunda passagem por Manchester voltou a ser feliz. Apesar disso, o único título de campeão do jogador foi no seu primeiro ano no Chelsea, com José Mourinho.

O extremo inglês, apesar de não ter cumprido todo o potencial que prometia, teve uma boa carreira. Foi um jogador importante para Mourinho e um dos mais influentes em Manchester. Pela seleção fez 36 jogos e 6 golos, tendo estado presente no Mundial da África do Sul.

Wright-Phillips ainda passou pelo QPR antes de voar até aos Estados Unidos onde já jogou pelos NY Red Bulls. Agora, aos 36 anos, atua pelos Phoenix Rising.

Wright’s (Foto: Getty Images)

KASPER E PETER SCHMEICHEL

O pai Peter é certamente familiar à maioria dos portugueses, pois entre 1999 e 2001 passou pelo Sporting, onde conquistou um campeonato. No entanto, o gigante dinamarquês notabilizou-se no Manchester United, que representou entre 1991 e 1999, e onde ganhou 5 campeonatos, três taças e uma Liga dos Campeões em 1999, na mítica final ganha nos descontos ao Bayern Munique.

Pela seleção, Peter conquistou o Europeu de 1992, competição para a qual a Dinamarca nem se tinha primeiramente qualificado, para a qual foi chamada como substituta da antiga Jugoslávia, na altura em guerra civil.

O filho Kasper seguiu as pisadas do pai, e também ele se tornou um guarda-redes de elevado nível. Com 32 anos, o titular da baliza da seleção dinamarquesa, pela qual já soma 43 jogos, é um dos principais rostos da equipa do Leicester, tendo sido também um dos grandes obreiros do fantástico título alcançado pelos foxes em 2016, algo impensável para a maioria.

No Verão de 2018 foi um dos grandes nomes da Dinamarca no Mundial, tendo sido fundamental para chegarem até aos quartos-de-final!

Schmeichel Time! (Foto: Getty Images)

ENRICO E FEDERICO CHIESA

Curioso que o jovem craque da Fiorentina joga num clube em que o seu pai, Enrico Chiesa, também brilhou, entre 1999 e 2002. O seu pai era um prolífico avançado, internacional italiano, que teve uma carreira de respeito nos seus bons anos. O filho é um jovem extremo que tem o mundo a seus pés.

Com efeito, a carreira de Federico pode chegar a patamares bem mais altos do que as do seu pai, tais são as mostras que o jogador vem dando ao longo desta época, principalmente. Dono de uma técnica acima da média, o extremo poderá dar mais talento a uma seleção que bem precisa de uma renovação.

O ditado popular diz que quem sai aos seus não degenera, esperemos apenas que Federico não tenha os problemas com lesões que Enrico teve. Por enquanto, Federico brilha em Florença mas não existem certezas se tal será possível durante muito mais tempo, visto o jogador ser já bastante pretendido.

Esta época, cinco golos e cinco assistências são os números do jogador, números bastante aceitáveis e que não são melhores porque a campanha da Fiorentina também não tem sido propriamente espetacular, essencialmente a equipa passa por um ano zero. No entanto, mais do que os números, é a forma de jogar de Chiesa que entusiasma os adeptos italianos e do futebol.

Chiesas pela Violla (Foto: Getty Images)

DIEGO E GIOVANNI SIMEONE

Toda a gente sabe quem é Diego Simeone, treinador do Atlético de Madrid desde 2011 e que já se tornou numa figura do clube madrileno principalmente pelo feito de levar a equipa ao título de campeão espanhol.

No entanto, quem segue o futebol há largos anos, sabe que Simeone já tinha deixado o seu legado bem patente no futebol como jogador. Com uma carreira recheada de sucessos, principalmente em Espanha e Itália, onde brilhou ao serviço de Lazio, Inter e Sevilha. Mas foi também no Atlético de Madrid (em duas passagens) onde o médio mais se destacou.

A juntar a tudo isto Simeone soma também 106 jogos pela seleção argentina, entrando no restrito lote de centenários nas Seleções.

Se o Diego continua a reinar no mundo do futebol, o que dizer do filho Giovanni que de 2015 até hoje teve uma ascensão meteórica explodindo no Banfield a empréstimo do River e a sair para Itália (tal como o pai) para representar o Génova e agora tem despontado ao serviço da Fiorentina, com um total de 21 golos em 71 jogos pelos “viola”.

Com apenas 1,79m, o jovem de 23 anos é um avançado móvel e que prefere jogar como segundo avançado em detrimento de ser o homem-alvo, visto que não possui as características físicas para esse tipo de jogo.

Resta agora saber se conseguirá o mesmo sucesso que o pai e alvejar a voos mais altos em Itália ou noutra parte da Europa.

Simeone’s (Foto: Instagram)

GEORGE E TIMOTHY WEAH

Quando se fala do nome Weah em qualquer adepto de futebol salta logo a imagem de George Weah com a camisola do AC Milan ou com a Bola de Ouro na mão. E foi precisamente com o “Ballon D’Or” na mão que Weah imortalizou o seu nome na história do futebol como o primeiro africano a erguer o galardão. Estávamos em 1995.

A carreira de Weah passou maioritariamente por França ao serviço do Monaco e do PSG e por Itália no AC Milan (onde conquistou a Bola de Ouro), a que somaram passagens breves por vários clubes antes e depois deste período áureo.

Ponta de Lança possante marcou bastantes golos e é a maior figura do futebol libanês, país no qual é presidente. Em Portugal, é mais conhecido pela “picardia” que travou com Jorge Costa num jogo entre portistas e milaneses.

E se Weah viveu bons anos em Paris, parece que o seu filho, Timothy, já está a caminhar rumo a uma carreira recheada de bons momentos… depois de se estrear pelo PSG a marcar em 2018, seguiu para empréstimo no Celitc onde já somou 10 jogos e 2 golos.

Com 1,85 (mesma altura do pai) não é tao forte fisicamente, preferindo evitar o contacto físico e tratar bem a bola da mesma maneira que o seu pai fazia.

Com uma pressão acrescida pelo peso do sucesso do pai, Weah procura fazer sucesso para já em França e no seu pais de nascença, os Estados Unidos da América onde joga nas camadas mais jovens.

Família Weah (Foto: Twitter)

DOMINGOS E GONÇALO PACIÊNCIA

Podíamos falar de André André, filho de André, mas desta vez vamos só referir Gonçalo Paciência, ponta-de-lança que já escalou uma “montanha” para conseguir jogar no FC Porto. Filho de uma das maiores lendas dos anos 90 do FC Porto, Gonçalo denota traços similares aos do pai, um avançado que fez as delícias do público azul-e-branco e português, já que ocupava o espaço dentro da área com uma classe total.

Com 1,84 de altura, Gonçalo fez toda a formação no clube de sempre, o FC Porto, copiando os passos do pai que fez (praticamente, ainda esteve no Académica de Leça durante dois anos) toda a carreira a nível de jovem no clube da Invicta.

Ao contrário do progenitor, Gonçalo não teve tanta facilidade em dar o passo rumo aos seniores, uma vez que só actuou metade de uma temporada antes deste regresso, isto em 2015.

Após passagens pela Académica, Olympiakos (em que descobriu um ligeiro problema cardíaco), Rio Ave e Vitória FC (melhor período da carreira como sénior, onde somou um total de 11 golos em 25 jogos), voltou a ser incluído no plantel de Sérgio Conceição no mercado de transferências de Janeiro.

Mesma posição que o pai, mas um jogador diferente já que Gonçalo consegue jogar fora da área dando outro ritmo ao ataque, a família Paciência tem o seu cunho na História do FC Porto.

Será que o filho vai conseguir conferir ao clube tantas glórias como o pai? Para já está a ser um regresso “morno” ao Dragão, mas a seu tempo Gonçalo poderá inscrever o seu nome na História do clube.

Paciências na História do FC Porto (Foto: Lusa)

MAZINHO E THIAGO SILVA E RAFINHA

Thiago Alcântara e Rafael Alcântara (Rafinha) são dois futebolistas brasileiros que cresceram no meio do esporte ao verem seu pai, Mazinho, fazer história com a camisa canarinho ao conquistar a Copa do Mundo de 94.

O primeiro, de mãe italiana, nasceu na Itália e logo se naturalizou espanhol, pela infância vivida entre o Brasil (jogando no infantil do Flamengo) e o país europeu (tendo mais destaque na base do Barcelona). Já Rafinha nasceu em solo tupiniquim, mas teve carreira inicial parecida com a do irmão (bases de Flamengo e Barcelona).

Ídolo em clubes como Fiorentina, Palmeiras, Valência e Celta de Vigo, lateral direito de origem, Iomar do Nascimento, conhecido como Mazinho, foi revelado ao futebol pelo Vasco da Gama, em ótima safra (com Mário Tilico e Romário, dentre outros). Pelo time carioca, conquistou o Brasileirão de 89, além do Brasileirão de 93 pelo Palmeiras, o que o credenciou a ir a Copa nos EUA. Lá, foi substituto de Raí ao longo da competição, e ajudou a garantir o tetra.

O filho Thiago estreou pelo profissional no Barcelona, aos 18 anos de idade, e foi integral ao time principal em definitivo na época 10-11, sendo que ao final de 2011 teve seu contrato renovado até 2015 com multa estipulada em 90 milhões de euros.

Tornando-se reserva da equipa em 2013, transferiu-se ao Bayern de Munique, onde permanece até agora. Pela relação com a Espanha, jogou em toda sua base pela seleção espanhola, além de ter sido convocado para a Copa de 2014 (cortado por lesão) e para a Euro 2016.

Rafinha também estreou profissionalmente pelo Barça, e também aos 18 anos, seguindo os passos do irmão. Na época 13-14 foi emprestado ao Celta de Vigo (time de identificação do pai) e ao retornar conquistou a Champions League com o Barcelona, além do espanhol em 14/15 e 15/16.

Atualmente está emprestado pelos catalães a Internazionale de Milão (válido até Junho/18). Pela seleção, também jogou pela base espanhola até o sub-19, porém a partir do sub-20 escolheu a seleção brasileira para atuar. “Sempre foi meu sonho jogar na seleção brasileira. Eu sempre me senti mais brasileiro que o meu irmão, por isso tomei essa decisão de defender o Brasil. Meu pai sempre quis isso.”

Foi convocado para a Copa América Centenário em 2016 (cortado por lesão) e para as Olimpíadas no mesmo ano, tendo conquistado o ouro inédito.

O Trio Silva (Foto: ESPN)

Artigo feito por Pedro Couñago, Francisco Isaac, Rafa Ribeiro, Rui Mesquita, Gonçalo Melo, João Negreira, Diogo Alves e José Nuno Queirós


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS