Com as Quinas ao peito! – Francisco “Mini” Vieira ep. VII

Francisco IsaacMarço 24, 201810min0

Com as Quinas ao peito! – Francisco “Mini” Vieira ep. VII

Francisco IsaacMarço 24, 201810min0
O internacional português voltou a envergar a sua camisola favorita: as Quinas de Portugal! O 7º episódio do Diário do Atleta de Francisco G. Vieira!

Fevereiro 2018. Data que marca o meu regresso aos Lobos depois de 2 anos de ausência. Foi uma felicidade e honra gigante ter finalmente posto uma camisola de Portugal quando me estreei em Hong Kong na Nations Cup de 2015 e me mantive no plantel para o Rugby Europe Championship 2016.

Foi difícil não fazer parte da Seleção Nacional durante estes últimos anos, mas sempre tive como objectivo chegar à Seleção Nacional, e apesar de já ter 4 internacionalizações no currículo, esse objectivo de “chegar à Seleção Nacional” nunca passou por ser apenas chegar e pronto. Posto isto, fiquei muito contente com o interesse do Martim Aguiar em que fizesse parte do plantel para os jogos da Holanda e Suiça.

Como não tive jogo no fim de semana anterior, aproveitei para viajar para Portugal uns dias mais cedo para estar uns dias em família no Porto, e segunda-feira, voltar atrás no tempo e aos meus dias de CDUP e acompanhar o João Vasco em mais uns 300km do Porto até Lisboa para treinar com a seleção.

A semana começou com uma conversa individual com o Martim Aguiar, sobre alguns aspectos tácticos, depois disso, foi só escolher o equipamento de treino com o tamanho que melhor que me servia, vestir o GPS e arrancar para a reunião pré-treino. Depois de uns insights sobre a Holanda, estava na hora de mostrar o que valia no campo.

Durante a semana fui abusando o mais que pude das instalações do CAR, seja da fisio, do ginásio, das piscinas de gelo ou do campo, do José Carlos ou do Paulo Vital, do Pedro Cardoso ou do Vasco Melim, para treinos e recuperações extra.

Uma vez que os treinos são só ao fim do dia, aproveitei para fazer todos os 1% que acabam por fazer a diferença em campo. Contudo reservava uns minutos para dar um saltinho à praia depois do almoço e aproveitar o quente e maravilhoso Sol português (ainda que toda a gente achasse que estava frio).

Quarta-feira, foi o dia do veredicto. A convocatória foi anunciada e com o meu nome incluído!  Depois de me ter apresentado ao pai Mirra para experimentar os vários “Kits” e me equipar em conformidade com os restantes elementos do plantel e de fazer a movimentação colectiva no Estádio Nacional, era dia de jogo!

Tempo de voltar a cantar o hino e voltar a vestir a camisola de Portugal. Entrei para os últimos 30 minutos e nada melhor que fechar o meu regresso à seleção com um excelente ensaio colectivo, construído a partir de uma Formação Ordenada nos 10 metros ofensivos e onde literalmente só tive de mergulhar para a linha de ensaio depois de um generoso offload do António Cortes, no sítio certo à hora certa, posso dizer!

Foto: Filipe Monte Fotografia

Na dia seguinte, voltei a Rotherham para a semana de preparação para o jogo contra os Bedford Blues em casa, depois de uma primeira parte não tão bem conseguida, conseguimos empatar o jogo na 2ª parte, mas o o dia não era nosso e concedemos uma penalidade na bola de jogo que o Bedford aproveitou e com isso vencer o jogo por 3 pontos.

Mais uma vez, no dia seguinte estava num avião para Portugal, desta vez para lutar por um lugar no jogo com a Suiça.

Quando entrei no balneario, reparei que havia um Top3 para os resultados individuais do GPS do jogo com a Holanda, o que imediatamente despertou o animal competitivo que vive em mim! Dados como, maior distância percorrida, maior velocidade ou melhor média de “time to feet”, um novo alvo a abater.

Dados que fiz questão de pedir sempre depois dos treinos para matar a minha curiosidade e alimentar o animal competitivo. De resto, a rotina não variou muito, só que desta vez, quando foi anunciada a convocatória, o meu nome vinha “acompanhado” da camisola 9! A camisola que voltaria a usar!

O jogo fugiu um pouco do roteiro esperado e no dia, a sensação era que os Suíços estavam com a “sorte do jogo” e cada pequeno detalhe que íamos falhando, os suíços iam aproveitando, mas com o decorrer do jogo fez-se justiça e apesar do resultado elogiar uma exibição que não foi de facto a melhor, uma vitória é uma vitória e no final do dia é o que todos queremos.

Novamente de volta a Rotherham, é incrivel como uma curta viagem de 2h30min pode mudar tanto o clima, de repente passei da praia para a neve e nas últimas semanas temos lidado com a “Beast from the East” tendo treinado durante o maior nevão que alguma vez testemunhei, que levou mesmo ao adiamento da nossa jornada contra os Ealing Trailfinders por não estarem reunidas as condições para fazer a viagem até Londres.

Deixo aqui um exercício que os médios de formação têm feito com o Ed, em que o objectivo é variar um pouco aquilo que se pode tornar repetitivo e ao mesmo tempo adaptar às condições adversas de um ruck e mesmo assim conseguir executar um passe em condições.

VERSÃO INGLESA | ENGLISH VERSION

The date that marks my comeback to the “Lobos” (Wolves – nickname for the Portuguese National Team) after a 2 year absence. It was one of my proudest and happiest moments when I finally put on a Portugal jersey in the Hong Kong Cup of Nations 2015 and after in the Rugby Europe Championship 2016, so you can imagine how hard it was not be part of the squad during the last couple of years.

I always had as a goal to make it to International Senior Level but for me it wasn’t enough just do it a few times and even though I already had 4 caps to my name, I wanted more. Obviously I was overwhelmed with joy with the interest of the Portugal Head Coach in myself to be part of the Squad for the 2 most difficult games of the Rugby Europe Trophy 2018 campaign, against Holland and Switzerland.

Since it was our week off, before I joined camp, I flew back a couple days earlier to my hometown and enjoy some quality time with my family. On Monday, I could say I travelled back in time, to my CDUP Rugby days, and had yet another 186 miles car journey with my mate João Vasco, down to Lisbon in order for us to join camp.

The week started with an individual chat with the Head Coach Martim Aguiar about some tactical aspects that he wanted me to be up to date with, after that I had to pick up my training Kit, put on the GPS and go to the pre-training meeting. After some insights on Holland and the training session it was time to prove my value on the field.

During the week, and with trainings scheduled for late in the evening, the rest of the day I absolutely had to use the facilities, whether it was the fisio room, the gym, the recovery pools, the pitch, or even the fisios and S&C coaches, all in pursue of those 1% that will make a difference out on the pitch.

However I managed to enjoy some beach time after lunch and make the most of the warm Portuguese weather, even though everyone thought it was really cold (around 18º Celsius).

With Wednesday came the moment of truth. The team was announced after the training session and I was over the moon with my name being included in the team that would be facing Holland. After it I reported to the Kitman for a proper outfitting, and after the captain’s run on the big and majestic Jamor National Stadium it was Gameday! Once again having the opportunity to chant our amazing National Anthem and put on Portugal’s jersey.

I came on for the last 30 minutes of the game and nothing better than a try to mark my comeback to the National team. It was a very good passage of play that started on the attacking 10 metre line with a scrum, and after a generous offload from our winger I just had to dive over for the bonus point try that would close down the curtain on the match. I guess I can say, at the right place at the right time!

Foto: Filipe Monte Fotografia

The next day it was back to Rotherham for the week leading up to the Bedford game at Clifton lane. After a not so positive first-half, we did a great job in getting back in the game on the second-half however it wasn’t meant to be our day and a penalty on the last play converted by Bedford into 3 points, sealed the win for the blues by 3 points.

Once again, I was back on a plane to Portugal, this time to fight for a spot on the team that would face Switzerland. When I got in to the changing room, on the wall, there were some sheets with the Top3 for some stats given by the GPS from the Holland game, which immediately aroused the competitive animal within me.

Stuff like, most distance covered, top speed or best average time to feet. Being aware of this Top3, after every training session on that week I asked to see the data recorded in the session so that I could feed the competitiveness within me and also satisfy my curiosity.

Other than this, my week wasn’t too dissimilar to the previous except this time, my name was named on the starting team as a no.9.

The game itself didn’t go as we planned, and not only were the Swiss having a good day regarding the rebounds of the ball, they were also being clinical every time we made a mistake.

Thankfully, with a much better second half performance, justice was made and even though the final score might be a bit to flattering, a win is a win and that’s what we all want.

Back to Rotherham once again, it’s amazing how a short 2 and a half hour flight can have such drastic changes in the weather! All of sudden, I went from beach weather to a snowstorm!

And in the last weeks we’ve been handling the “Beast from the East” having trained during a massive blizzard, with more snow in a day than I’ve ever seen in my entire life. All this stormy weather led to the postponement of the match against Ealing not because of the pitch conditions but because it would very unsafe to travel during this weather.

I’ll leave you with a drill the scrumhalves have been doing with Ed, where the goal is to work on the passing technique but vary a little bit and add some different stimulus and forcing us to adapt our technique and hand placement on the ball, just like a ruck forces you to.


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