O Manual de Instruções da Liga NOS: os MVP, Desafios e Treinadores a seguir

Fair PlayJulho 30, 201810min0

O Manual de Instruções da Liga NOS: os MVP, Desafios e Treinadores a seguir

Fair PlayJulho 30, 201810min0
Queres saber o que há de especial na Liga NOS? Clica e fica a saber as nossas opiniões pré-início de Campeonato! Das potenciais estrelas às prováveis desilusões!

A Liga NOS está de regresso e o Fair Play faz a sua antevisão ao início da competição mais importante de futebol em Portugal. Neste artigo falamos dos candidatos, os três melhores reforços, as potenciais desilusões, o treinador a seguir e o maior desafio. 

Estão prontos para o regressar do Campeonato Nacional? Quais são as vossas apostas?

O(S) CANDIDATO(S): SERÁ O ANO DE BRACARA AUGUSTA REINAR?

Começamos logo com a secção mais problemática de todas, os candidatos ao ceptro de campeão, pois não deverão existir só três crónicas candidatos, adicionando-se um quarto que parece estar francamente a um nível equiparado aos Três Grandes… não é preciso muito para adivinhar, é o SC Braga.

A equipa de Abel Ferreira fez uma pré-época de nível (as pré-épocas têm sempre um valor relativo, dependendo se corre bem ou mal… mas tem de ser visto como um indicador importante) e os reforços reforçaram o estatuto do clube bracarense como a 4ª formação mais dinâmica, intensa e dominadora em Portugal. O poder económico desenvolvido por António Salvador permitiu manter várias peças, como Bruno Viana, Paulinho, Ricardo Esgaio, Ricardo Horta, Dyego Sousa, para além de terem adicionado alguns reforços de qualidade como Claudemir, Murilo, Ailton, João Novais ou Pablo Santos.

Mas até que ponto pode o Braga medir forças como um dos três crónicos candidatos? O SL Benfica parte atrás do FC Porto pela lógica normal, contudo reforçou-se melhor, garantindo o concurso de Ferreyra (belo avançado que ganhou credibilidade no Shakhtar), Nicolás Castillo, Germán Conti por exemplo. Mas a diferença que separa os dois não é muito e, talvez a ligeira discussão esteja nas saídas em ambos os plantéis… as águias só perderam Jiménez, enquanto que os dragões deixaram sair Ricardo Pereira, Iván Marcano, Diogo Dalot e Diego Reyes.

Sérgio Conceição está, todavia, alguns passos à frente de Rui Vitória em termos de adaptação e de lutar contra as várias adversidades que vão surgindo pelo caminho. É o treinador certo para um clube que procura voltar a estabilizar-se no topo da “cadeia alimentar” da Primeira Liga.

Por fim, o Sporting CP padece de alguns problemas e dúvidas para esta época: até que ponto os problemas da SAD e direcção podem influenciar o plantel dos leões? A somar a essas questões extra-futebol, há também o facto da ausência de reforços de renome para dar outra voz ao plantel de José Peseiro. A ausência de uma lateral-esquerdo de qualidade, um trinco suplente e um segundo avançado têm sido uma espinha no trabalho do treinador português.

Será que a vinda de Nani, Raphinha, Marcelo, Bruno Gaspar, Viviano, a renovação de Bas Dost, Bruno Fernandes, Battaglia, e o regresso de Matheus Pereira, elementos suficientes para dar “garras” ao clube de Alvalade?

Quatro candidatos, muitas perguntas e uma incógnita grande. Sai o FC Porto na frente pela aura de ser Campeão Nacional? O SL Benfica resolveu os problemas de falta de profundidade do plantel? O Sporting CP voltará mais forte? E pode ser este o ano do SC Braga?

OS TRÊS MELHORES REFORÇOS ESTÃO NO NORTE!

Três reforços e todos eles fora dos Grandes: Alexandre Guedes, do Vitória SC; Arango, Tondela; e João Novais, do SC Braga. O novo avançado do Guimarães, possivelmente a maior aposta para melhor reforço deste lote. o Fair Play já aqui mencionara a importância da chegada de Alexandre Guedes ao plantel de Luís Castro. bom tecnicamente, ágil e fundamentalmente inteligente na ocupação dos espaços.

Uma mais valia para o técnico vimaranense que já mostrou ver em Guedes a referência atacante da equipa. tem golo, a confiança que lhe valeu ser figura da ultima taça de portugal e uma juventude que lhe augura um futuro bastante interessante.

Falar em Arango em Portugal é falar em oportunismo. quem não se lembra da meia final da taça entre Aves e Rio ave? Arango foi figura maior de um feito inédito para o Desportivo das Aves, na Taça de Portugal 2018.

Um jogador perigosíssimo em contra ataque, letal nas transições rápidas, Arango alia grande técnica à velocidade e neste modelo do Tondela estará como peixe na água. o pragmatismo de Pepa, procurando o momento de recuperação da bola para investir na transição rápida tem agora uma arma de fácil chegada a área, capaz de acompanhar Murillo e companhia de motorizadas.

O jogo frente ao Vitória de Guimarães na passada segunda-feira serviu de perfeito aviso para os adversários. Os vitorianos chegaram a ter 72% de posse de bola e acabaram derrotados por 2-0, com Arango a marcar e assistir. No segundo do Tondela, a imagem de marca, com uma transição a terminar com um toque de calcanhar a isolar o colega, ainda o Vitória procurava definir linhas na sua transição defensiva.

E por fim, João Novais uma das figuras maiores no impressionante Rio Ave de Miguel Cardoso. Chega a Braga com o aval de Abel Ferreira, que facilmente reconheceu as valências do homem ideal para as costas do ponta de lança. Pode até partir da esquerda, mas os seus adversários não podem deixar o meio aberto para Novais.

Especialista em bolas paradas, não se ensaia muito para atirar à baliza. Neste Braga que se assume cada vez mais como o quarto grande, Novais terá um papel preponderante, tanto pela sua noção de posicionamento como pela valia física e capacidade de remate. Um jogador de equipa, que vem rotinado daquilo que foi uma ideia de posse de Miguel Cardoso, tem tudo para ser uma das grandes figuras dos guerreiros minhotos.

AS POSSÍVEIS DESILUSÕES: DE VILA DO CONDE AO JAMOR…

O início de época não foi de todo fácil para o Rio Ave, com uma eliminação precoce na Liga Europa frente a uma formação polaca. José Gomes começou definitivamente com o pé esquerdo, mas a culpa será do regressado técnico português ou os problemas advêm de outro factor? A verdade é que os vilacondenses perderam uma série de unidades fundamentais no plantel: Marcelo, Guedes, Pelé, João Novais, Cásio, Lionn, Bruno Telles, Yuri Ribeiro, Francisco Geraldes e Marcão.

Vai ser uma temporada difícil sobretudo porque os adeptos portugueses habituaram-se ao futebol mágico de Miguel Cardoso ou o equilíbrio lógico de Luís Castro, técnicos que passaram pelo Rio Ave nas duas últimas temporadas. Será fundamental “colar” as peças e tentar montar uma equipa minimamente credível e que supere as adversidades da saída de 60% do plantel da época passada.

Contudo, as desilusões da época não se ficam pelo Rio Ave, há também o problema do CF “Os Belenenses” (que agora é uma formação falsa, pois deixou de poder ser reconhecido como a equipa oficial que pode ostentar essa designação) que continua a cometer erros crassos época após época. Todavia, o futebol de Silas trouxe alguma “pimenta” a uma equipa que vai passar a jogar no Jamor e há-que perceber se vai continuar a surpreender alguns dos Grandes do futebol português (relembrar a vitória do elenco de Silas ante o FC Porto nas últimas jornadas da época passada).

Os reforços foram, no mínimo, pouco surpreendentes durante a pré-época… em 6 encontros foram derrotas em 5 e no jogo da Taça da Liga, que terminou com uma vitória frente ao Oliveirense, o CF “Os Belenenses” não impressionou. Faltam soluções credíveis para uma equipa que há muitos anos atrás participava na Liga Europa e incomodava os principais emblemas de forma consistente.

Conseguirá a formação do Jamor (habituem-se a este cenário) sair do top-10 das duas últimas temporadas? E o Rio Ave vai espalhar a magia do ano passado?

O TREINADOR: PROFESSOR CASTRO PARA DEVOLVER A ALMA AO VITÓRIA

Uma das ausências gritantes da temporada passada passou pelo facto do Vitória SC ter estado completamente arredado da luta pelo top-5, um facto que se tinha tornado hábito nos últimos anos. Pedro Martins fracassou no seu segundo ano como treinador dos vimaranenses, o plantel foi mal trabalhado e a aquela raça, luta e espírito de superação inerente a este clube dissipou-se na época passada.

Contudo, nova época e novo treinador, com Júlio Mendes a escolher Luís Castro para o lugar deixado vago por José Peseiro. É o 3º clube em três anos para o ex-treinador do FC Porto, e por onde passou deixou boas indicações: em Vila do Conde foi quem semeou as bases que Miguel  Cardoso iria colher e melhorar; em Chaves, garantiu uma das melhores classificações dos flavienses na Primeira Liga portuguesa.

A somar a estas duas boas experiências, o treinador foi quem guiou o FC Porto “B” ao título nacional da Liga Ledman Pro em 2016, desenvolvendo uma série de jogadores que hoje em dia dão cartas na Liga NOS. Luís Castro de incutir uma dose de “agressividade” regrada nas suas equipas, sendo mais importante para si o conseguir pôr os seus elencos a pensar o jogo e a encontrarem soluções dentro de campo.

Posse de bola assente num futebol dinâmico, sem arriscar em demasia, onde a aposta na comunicação e trabalho do “miolo” é essencial para o equilíbrio do apoio na defesa e o desenlace no ataque. Parecem princípios óbvios e comuns, mas são princípios que podem levar o Vitória SC ao sucesso.

O MAIOR DESAFIO: OS AÇORIANOS VÃO CONSEGUIR SOBREVIVER?

Santa Clara não é de estranhar que o maior desafio recaia sobre um recém-promovido. Este é um campeonato onde vários clubes vão já cimentando o seu estatuto de habituais integrantes do lote mais alto do futebol português.

Da temporada passada, tanto Portimonense como Desportivo das Aves sobreviveram ao primeiro ano de regresso à primeira liga. Contudo, ambas tiveram orçamentos acima da média e vários jogadores emprestados pelos “grandes”.  O Santa Clara contudo não conta com nomes sonantes e a exceção à regra será a aquisição de Ukra, o que se pode verificar uma época difícil e desafiante para os açorianos.

Ukra, extremo português que foi um elemento-chave do Chaves, chega para ser, até o momento, o grande nome da equipa. Certamente haverá mais agitação nos Açores até final de Agosto mas para já a tarefa da manutenção parece o desafio maior das equipas presentes nesta liga nos.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS