6 jogadores que chegaram “tarde” ao futebol europeu pt.2

Francisco IsaacJunho 18, 20225min0

6 jogadores que chegaram “tarde” ao futebol europeu pt.2

Francisco IsaacJunho 18, 20225min0
Fica a conhecer mais três jogadores que só aterraram no futebol do Velho Continente já numa idade "avançada" com algumas surpresas nesta lista

Sabias que alguns dos maiores jogadores que passaram pelo futebol, chegaram tarde ao continente europeu? Fica a conhecer seis nomes que só embarcaram viagem para o Velho Continente quando já tinham 26/27 anos ou ainda mais, e que ainda marcaram uma era.

SHINJI OKAZAKI (ESTUGARDA – 25 ANOS)

Um avançado predestinado e que pulsava categoria em cada arranque, Shinji Okazaki só rumou ao futebol do Velho Continente quando tinha acabado de completar 26 anos, chegando à Europa pela mão do Estugarda da Bundesliga, que viu no japonês um activo de franca alta qualidade e detentor de uma categoria bem especial no trabalho junto aos flancos, inteligente no soltar o esférico e capaz de centrar em si as atenções da defesa contrária. Depois do futebol japonês ter sido brindado com atletas como Shunsuke Nakamura, Hidetoshi Nakata ou Shinji Ono, Shinji Okazaki foi, e ainda é, um dos nomes com maior peso no futebol nipónico nos últimos 20 anos, somando 119 internacionalizações e 50 golos pela selecção – está no pódio dos recordistas pelo Japão -, conseguindo emigrar para os campeonatos europeus em Janeiro de 2011.

Duas épocas no Estugarda, e outras duas no Mainz, possibilitaram a Okazaki a assinar pelo Leicester City da Premier League, tendo logo na primeira época ajudado os foxes a fazer o impossível, o levantar do troféu de campeão da Premier League, somando 35 jogos, 6 golos e 2 assistências, com Claudio Ranieri a elogiar o avançado nas conferências de imprensa, muito pelo papel de lutador que impunha sempre junto à área, entre outras qualidades subjacentes.

FELIPE (FC PORTO – 27 ANOS)

Outro “xerife” nesta listagem dos 6 jogadores que chegaram “tarde” à Europa, com o central ex-FC Porto a ter aterrado na Invicta com 27 anos, provindo do Corinthians, onde se notabilizou e conquistou um Brasileirão, um Mundial de Clubes (estava no banco de suplentes nessa vitória frente ao FC Chelsea), ganhando na Invicta rapidamente a titularidade e destaque, para depois dar o salto rumo ao Atlético de Madrid. Não sendo um caso habitual nos últimos 30 anos, a verdade é que Felipe necessitou de um período de tempo maior para maturar e ganhar outra dimensão táctica e técnica, percorrendo lentamente o caminho até ao 11 titular do Corinthians, no qual ganhou em 2013.

Munido de um poder físico talentoso – às vezes extrapolando os limites da lei e da luta corpo-a-corpo -, Felipe acabou por singrar no Brasil e receber a oportunidade de se transferir rumo à Europa em 2016, entrando no 11 do FC Porto de Sérgio Conceição desde o 1º dia, ajudando os Dragões a levantar uma liga e Supertaça, com algumas das suas exibições nas competições europeias a conquistarem a atenção de clubes de alta craveira internacional, como o Atlético Madrid.

Aos 32 anos é uma das peças fulcrais do Atleti de Diego Simeone, e a idade parece não ser um obstáculo.

DANIEL PASSARELLA (FIORENTINA – 29 ANOS)

Uma das maiores lendas do futebol das Pampas, Daniel Passarella só aterrou na Europa em 1982, quando tinha acabado de celebrar 29 anos de vida, mas teve tempo para deixar saudades na Fiorentina, clube que o foi buscar ao frenesim das ruas de Buenos Aires, depois de marcar uma era ao serviço do “seu” River Plate.

O polivalente defesa, que tinha arte e engenho para surgir à esquerda, direita ou centro, possuindo um dos pés mais primorosos da América do Sul à época – não estaria muito longe do nível do seu companheiro de equipa, Diego Maradona – e capacitado de uma “fome” e eficácia memorável à frente da baliza – com mais de 150 golos concretizados em 18 anos de carreira – marcou uma era nos millionarios tanto pelo papel de líder e aglutinador de massas, como pelo carisma e calma que impunha no eixo-defensivo, erguendo-se igualmente da mesma forma pela Argentina. Porquê a vinda tão tardia para uma Europa que começava a apostar na contratação dos maiores símbolos do futebol sul-americano?

Por exactamente ser isso, um ícone das bancadas do Monumental, um exímio comandante de alta paixão, que guiou a Argentina ao título mundial em 1978, quatro anos de emigrar rumo a Itália, Daniel Passarella optou por permanecer no River Plate até Dezembro de 1981, saindo em Janeiro seguinte para o emblema da Campanha a troco de 2,5 milhões de dólares (um valor algo avolutado para a altura). O Grán Capitan na Campagna realizou mais de 139 jogos, conseguindo deter o recorde do defesa com mais golos do campeonato italiano até 2001, quando em 1985/1986 disparou acertadamente por 11 vezes no fundo das redes, saindo para o Inter de Milão no Verão de 86′.

Voltaria em 1988 para a Argentina, encerrando aí a carreira ao serviço do seu River Plate, pelo qual conquistou seis campeonatos da Argentina (à altura era a divisão era feita entre o Metropolitano, mais sediado na metrópole de Buenos Aires, e o Nacional), considerado como um dos 100 melhores jogadores de sempre pela FIFA.

 


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS