5 grandes momentos do desporto português em 2021

Francisco IsaacDezembro 24, 20216min0

5 grandes momentos do desporto português em 2021

Francisco IsaacDezembro 24, 20216min0
2021 foi um ano de conquistas e grandes provas para o desporto português, e o Fair Play selecciona 5 momentos para reviver neste artigo

Conquistas, medalhas, marcas históricas, feitos únicos, técnicas criadas, tudo isto aconteceu ao desporto português em 2021 e nada melhor que um artigo para relembrar o que foi alcançado pelos atletas nacionais num ano carregado de emoção e sacrifício!

OS MELHORES JOGOS OLÍMPICOS DE SEMPRE

Uma medalha de ouro, outra de prata e ainda duas de bronze, foram só o expoente máximo da participação portuguesa em Tóquio 2020 (2021), tendo ainda conseguido 15 diplomas olímpicos, três recordes nacionais (Francisco Santos nos 110 metros costas na natação, Patrícia Mamona e Pedro Pablo Pichardo no triplo salto) e um total de 26 atletas classificados dentro do top-16 das suas modalidades, sendo, deste modo, os Jogos Olímpicos de maior sucesso para a comitiva portuguesa, que conseguiu mexer com os apaixonados pelo desporto nacional. Para além dos medalhados Pedro Pichardo, Patrícia Mamona, Emanuel Silva e Jorge Fonseca, as prestações geniais de Luciana Diniz e a sua montada, Vertigo du Desert, a prova hercúlea de João Vieira que aos 45 anos cortou a meta em 5º lugar nos 50 km’s de marcha, ou as marcas assinaláveis de Auriol Dongmo, Liliana Cá ou Yolanda Hopkins,  mostraram a dimensão do desporto português quando algumas pessoas acreditam num projecto e lutam por ele, mesmo quando o apoio é inferior

JORGE FONSECA É BICAMPEÃO DO MUNDO

Por João Camacho

2021 – O ano do Bicampeão do Mundo Jorge Fonseca Talvez um dia, quando olharmos para os livros de história, possamos encontrar uma referência ao rapaz, que nasceu no dia 30 de Outubro de 1992, no arquipélago de São Tomé e Príncipe, que aos onze anos veio para Portugal para se juntar à sua mãe. Um rapaz que começou a prática do judo numa escola da Damaia, seduzido pelos treinos, a que assistia de uma janela, de uma das maiores referências do judo Português, Pedro Soares, que hoje contínua a acompanha-lo como treinador no Sporting e na seleção nacional. Um rapaz que lutou contra um cancro, pouco antes da sua primeira participação Olímpica, no Rio de Janeiro, em 2016, cuja luta e cura terá sido, sem dúvida, a maior vitória da sua vida.

Um rapaz que se tornou o primeiro campeão do Mundo do Judo Português, em 2019, e repetiu façanha em 2021, tornando-se o primeiro bicampeão do Mundo da história do judo Português. Um rapaz que conquistou o bronze nos jogos Olímpicos de Tóquio de 2020 (2021). Um rapaz que em 2021 foi um dos quatro judocas masculinos do mundo a ser nomeado para “judoca do ano”. Um rapaz que se chama Jorge Fonseca, chegou onde nenhum outro Português chegou e nos enche de orgulho

NEEMIAS QUETA LEVA PORTUGAL ATÉ À NBA

Por Rui Mesquita

Foi, merecidamente, notícia nacional. Neemias Queta é o primeiro português a jogar na NBA. O poste foi draftado pelos Sacramento Kings e, já com a época a decorrer estreou-se pela equipa dos Kings tornando oficial a presenta português na melhor liga de basquetebol do mundo. Já falaremos da importância disto, mas primeiro falemos de Neemias

22 anos, 2,13 metros de altura, 39ª escolha do draft. Neemias é uma máquina defensiva, tem tudo o que precisa para se tornar a âncora defensiva de qualquer equipa. Ofensivamente tem alguns recursos que podem fazer dele um jogador especial, mas e mesmo a defender que se destaca. Excelente a bloquear lançamentos e muito inteligente a defender debaixo do cesto, o português tem tudo para ter uma carreira longa na NBA.
Um português na NBA é um sonho antigo de quem segue basquete no nosso país. Neemias conseguiu-o e é uma porta que se abre para os jovens nacionais.

A ética de trabalho, fundamentos táticos e a qualidade que Neemias mostra dão uma imagem atraente de Portugal e dos jogadores português. Para além disso, não faz mal nenhum à seleção nacional ter um poste com experiência de NBA. A porta abriu-se, veremos o que faremos com ela.

FILIPA MARTINS CRIA O “MARTINS”

São raros os atletas que conseguem ficar na história técnica de uma dada modalidade, ou seja, criar algum tipo de exercício, proeza, técnica, estratégia ou algo dentro destas ideias que fique para sempre colada nos manuais de treino e de competições oficiais. Apesar desta dificuldade máxima, Portugal pôde elevar o seu orgulho máximo quando Filipa Martins viu o seu movimento técnico “O Martins” a ser introduzido no Código de Pontos da Federação Internacional de Ginástica, conseguindo uma marca inigualável para a história do desporto nacional, movimento idealizado e construído num dos momentos recentes mais críticos da humanidade (estamos a falar da pandemia gerada pela propagação do SARS-CoV-2), numa clara prova de recusa em baixar os braços, desistir e deixar de lutar por outro patamar.

A criação d’ “O Martins” foi só um dos pináculos máximos do ano de Filipa Martins em 2021, já que terminou em 7º lugar no all-around do Campeonato do Mundo de ginástica artística, um resultado também ele histórico e espectacular, demonstrando a dimensão especial desta atleta do Acro Clube da Maia.

PORTUGAL É CAMPEÃO DO MUNDO

E, acabamos novamente com um título dourado para as Quinas, o de Campeão do Mundo de futsal, conquistado em Setembro de 2021, numa campanha adornada por elementos épicos, que teve as suas críticas iniciais (e válidas, como por exemplo o só levar um pivô de base, quando existiam alguns outros nomes merecedores da convocatória), dúvidas e constrangimentos (caso de covid-19, que impossibilitou a chamada de Edu), terminando com um extraordinária conquista.

Foi o último Mundial de Ricardinho, o primeiro de Zicky e tantos outros, o atingir de um objectivo que fugia às cores nacionais desde sempre, e o coroar de uma combinação de gerações que sonhavam com a chegada deste dia, apesar do surgir de vários pontos de interrogação tanto antes do arranque do Mundial, como durante, lembrando o empate suado frente a Marrocos. Ultrapassa a fase-de-grupos, a verdade é que Portugal foi simplesmente perfeito nos duelos seguintes, principalmente no factor mental, já que nunca cedeu mesmo quando a situação não era a mais vantajosa, caso da desvantagem no duelo ibérico, ou logo nos oitavos-de-final ante a Sérvia, engolindo os momentos de maior tensão para se libertar e garantir vitória atrás de vitória, até atingir o encontro decisivo.

Aí, mais uma vez o colectivo sobrepôs-se às dúvidas e partiu para cima da Argentina, que só realmente incomodou Portugal nos derradeiros minutos, sem que tivessem tido a capacidade para encontrar o caminho para o empate, seja pelas defesas enormes de Bebé, ou a defesa de betão edificada por Jorge Braz, e pela sagacidade do Melhor Jogador do Mundial, Pany Varela.


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