4 Lesionados que regressaram em grande em 2018/2019
SANTI CAZORLA (ARSENAL FC -» VILLARREAL)
Um ano de sofrimento, um ano em que o internacional espanhol não pôde calçar as botas e dar o seu contributo ao último ano de Arsenal de Arséne Wenger e falou-se muito de um potencial adeus de Santi Cazorla ao futebol. Com 34 anos cumpridos em 2018 e apenas 10 jogos realizados no espaço de duas épocas (todos em 2016/2017), Cazorla não desistiu e foi recebido no emblema que o formou: Villarreal CF.
E correu bem esta aposta do Submarino Amarelo num suposto veterano “acabado” por constantes lesões? Numa palavra: totalmente. A época não está a ser boa, longe disso uma vez que lutam para fugir da descida de divisão, mas Cazorla soma 20 jogos, 4 golos e 6 assistências, assumindo-se como um dos melhores atletas da formação do sul de Espanha.
Já não tem a velocidade vertiginosa de outros tempos, nem a capacidade de ganhar quase sempre nos duelos, mas a inteligência, génio e visão de jogo ainda moram nos pés de um dos maiores nomes da Roja dos últimos 10 anos (78 internacionalizações). A capacidade em dar outra dimensão ao ataque ainda está ao alcance de Cazorla que trouxe tudo o que aprendeu em Londres, para dar outras armas em Espanha.
Lesão recuperada e Cazorla continua a animar o público do Estádio de la Cerámica!
MARCO REUS (BORUSSIA DORTMUND)
Um dos maiores nomes do Borussia Dortmund do século XXI sofreu constantes lesões durante o ano de 2016/2017, agravando-se na época seguinte no qual Reus falhou cerca de 34 jogos, ficando de fora do Mundial 2018. A falta da luz que Marco Reus trazia para dentro de campo foi uma das razões da época negra do Die Schwarzgelben, e o regresso extraordinário do avanço nesta temporada tem dado outra dimensão ao futebol de Lucien Favre.
Neste momento, o Dortmund assume o 1º lugar da Bundesliga a 6 pontos do 2º lugar, ocupado pelo Bayern de Munique, com Reus responsável por 11 golos em 17 jogos. Nas restantes competições, o avançado soma 3 golos e 3 assistências em 7 jogos, voltando a mostrar-se com classe na Liga dos Campeões.
O internacional bávaro mantém todo aquele seu capricho na frente-de-ataque, sempre pronto para liderar as jogadas ofensivas, idealizando lances de alto perigo que têm proporcionado golos e mais golos no Westfalenstadion (são o melhor ataque da liga alemã com 44 golos), somando-se ainda o papel de um avançado inteligente na pressão defensiva e recuperação.
Foram três lesões, vários meses afastado, um Mundial perdido para depois reerguer-se e assumir-se de novo como um dos “reis” do BVB em 2018/2019.
JACKSON MARTÍNEZ (EVERGRANDE -» PORTIMONENSE SC)
Muito se falou de um possível adeus antecipado de Cha Cha Cha ao futebol, depois de dois anos completamente fustigado por lesões, recuperando de uma para surgir logo no imediato outra… entre tendões de aquiles, joelhos e calcanhares, Jackson Martínez esteve muito perto de arrumar as botas. Contudo, numa reviravolta inesperada, o goleador internacional pela Colômbia assinou pelo Portimonense perante a surpresa e dúvida de todos.
Jackson chegou, sem forma, afastado de jogos oficiais desde 2016 e com o fantasma das lesões a pairarem… será que ainda sabia o que é fazer um golo? A verdade é que em 10 jogos pelos algarvios já conseguiu marcar 4 golos (e mais uma assistência) e voltou a repor alguma agressividade a um clube que estava demasiado aflito na tabela, depois de uma época de sucesso.
Nota-se que Jackson já não consegue fazer tantas transições entre o meio-campo e a grande-área, apostando numa presença mais “dura” nos últimos 20 metros, com possibilidade para aparecer dentro da grande área ou de elemento de criação de tabelas e movimentações de ataque. Não tem o mesmo estofo físico, mas continua com o mesmo faro a golo que marcou uma era no FC Porto.
Conseguirá Jackson chegar aos 10 golos em 2018/2019 e garantindo pelo caminho a permanência do Portimonense?
DEDÉ (CRUZEIRO)
Por Rafa Ribeiro
Foram praticamente 8 meses, tempo que Dedé, central do Cruzeiro, teve seu drama entre cirurgia, tratamento e recuperação. De Maio de 2017 até Janeiro de 2018, Dedé teve o último “teste” de paciência e determinação antes de ressurgir ao futebol; mas não foi o único.
Em 2014, uma lesão no ligamento do joelho direito, sem necessidade de cirurgia, no começo da época, e um edema ósseo no fim. Em 2015, optou-se por uma cirurgia, que inicialmente o tiraria do semestre. Mas o ano todo passou e a equipa divulgara que, na verdade, duas intervenções haviam sido realizadas.
Já em 2016, após poucas jornadas, uma fratura na patela do mesmo joelho, e outra cirurgia que o faria parar até 2017. Desta vez, com o joelho direito curado, um edema ósseo no joelho esquerdo o tirou desta época.
Após cirurgia no joelho esquerdo, muitos davam sua carreira como encerrada, longe do nível que chegou a apresentar nos tempos de Vasco da Gama até 2013. Mas ele próprio, seus familiares e a própria equipa atual, o Cruzeiro, acreditaram em sua recuperação, e o colocaram de volta aos gramados em Fevereiro de 2018, pelo Campeonato Mineiro.
Sua alegria de voltar a jogar se transformou em um ano sólido. Começando pelo próprio Campeonato Mineiro de 2018, conquistado por ele no Cruzeiro. Com boas exibições no Brasileirão, seu nome voltou a ser lembrado na Seleção Brasileira.
Tite chegou a convocá-lo para amistosos em Setembro, contra Estados Unidos e El Salvador. Como se não pudesse pedir um retorno mais especial, o ano terminou com um título de Copa do Brasil, nada de lesões, e até o interesse de outras equipas (como o Flamengo) em contar com seu futebol.