3 (outros) portugueses em destaque no futebol mundial em 2021

Francisco IsaacJaneiro 3, 20225min0

3 (outros) portugueses em destaque no futebol mundial em 2021

Francisco IsaacJaneiro 3, 20225min0
Renato Paiva, Xeka e Beto são três nomes "diferentes" de Francisco Isaac, que explica porque os escolheu como destaques de 2021

2021 não foi um espectacular para o futebol luso em termos da selecção nacional (derrota nos oitavos-de-final do Campeonato da Europa), mas houve grandes destaques a diferentes níveis, e escolhemos três nomes do futebol português que merecem ampla referência por aquilo que fizeram no ano civil terminado há pouco tempo. Não indo atrás do óbvio, como Abel Ferreira, Bruno Fernandes, Rúben Amorim, Pedro Gonçalves, João Palhinha (e uma série de outros atletas do campeão Sporting CP), Cristiano Ronaldo, vamos apresentar três nomes que têm de subir ao púlpito por aquilo que conseguiram fazer nos 12 meses de 2021.

XEKA (LILLE)

Ano após ano, Miguel Ângelo da Silva Rocha, mais conhecido como “Xeka”, tem se afirmado no contexto da Ligue1, tendo somado, no decurso de 2021, cerca de 22 titularidades em 44 possíveis, conseguindo marcar o golo decisivo e da vitória no Trophée de Champions (equivalente à Supertaça em Portugal) frente ao Paris Saint-Germain, assegurando também várias aparições de início na fase-de-grupos da Liga dos Campeões da época actual, registando mesmo uma exibição de gala na recepção ao Leizpig, que acabaria por valer o apuramento para os oitavos-de-final.

Aos 27 anos, o polivalente médio-centro continua a crescer e a se desenvolver como um astuto leitor de jogo, puxando bem dos galões para somar recuperações e desarmes, conjugando com Renato Sanches e Benjamin André uma combinação de bom calibre, que os tem mantido na luta por um lugar europeu na próxima temporada. Pode parecer pouco ao ponto de trazermos Xeka para esta lista, mas em abono da verdade é que o médio formado no Paços de Ferreira e Gondomar merece uma maior atenção daquela que tem sido alvo, não só pelas exibições de categoria, como pela evolução constante, sem ter de chamar para si todos os holofotes e atenções, continuando a caminhar para uma notoriedade estável no futebol francês, que poderá ser importante para a bola redonda portuguesa em caso de necessidade.

RENATO PAIVA (INDEPENDIENTE DEL VALLE)

Aos 51 anos, o técnico que passou pelos escalões de formação do SL Benfica – dirigiu os “B’s” durante duas temporadas, entre Janeiro de 2019 e Dezembro de 2020 -, conquistou o seu primeiro título naquela que foi a sua segunda experiência enquanto treinador principal, isto ao serviço do Independiente del Valle do Equador, derrubando o histórico Emelec na final – durante a fase-regular derrotaram o campeão em título, Barcelona de Quito em uma ocasião, forçando um empate noutra – para dar o primeiro troféu de campeão a este clube que nunca antes tinha tocado neste troféu.

Um treinador com uma filosofia coerente, sólida e de controlo das operações através de uma linha rigorosa de três médios – coadjuvados por falsos laterais -, logrando uma eficácia quase absurda dentro da área, que lhes valeu 10 vitórias em 15 jogos, isto na segunda volta da Primeira Liga equatoriana, saltando do 3º lugar para o 2º na fase-regular. Humildade nas palavras, sem perder uma pitada da ambição já vocalizada nos seus tempos enquanto líder das equipas “B” e sub-19 do SL Benfica, Renato Paiva tem toda uma aura especial no que toca à abordagem dos princípios do trabalho, sacrifício e procura constante por afinar todos os detalhes, dando liberdade aos seus jogadores para criarem soluções fora da estratégia de jogo quando há uma necessidade de ir em busca de algo diferente, merecendo amplo destaque pelo papel que teve em 2021, isto quando fechou a sua terceira temporada enquanto treinador principal de uma equipa sénior.

BETO (PORTIMONENSE E UDINESE)

19 golos na sua terceira época enquanto jogador sénior e profissional, 12 pelo Portimonense na Bwin Liga e 7 pela Udinese da Serie A, conseguindo surgir na lista dos melhores goleadores portugueses no ano de 2021, só atrás de Cristiano Ronaldo, André Silva, Pedro Gonçalves e Bruno Fernandes, o que é desde logo um indicativo do crescimento auspicioso do avançado português de 23 anos. SL Benfica, Sporting CP e FC Porto tinham em Beto um reforço com um potencial absurdo de crescimento, acabando estes por perder a corrida – por diversas razões – para o emblema italiano da Udinese, que pagou 10M€ pelo concurso do ponta-de-lança, tendo este já feito o gosto ao pé em 7 ocasiões nos 16 jogos em que alinhou até ao momento (0,45 golos por jogo), num arranque sensacional para quem está a dar os primeiros passos numa das principais ligas de futebol mundial.

Velocidade, destreza tanto física como com a redonda nos pés, inteligência no posicionamento e um apetite mordaz por arriscar em visar a baliza, Beto pode ser uma possível solução para o futuro da selecção nacional caso mantenha a forma e a evolução não só física, como técnica, algo que tem se vislumbrado neste começo de “aventura” por Itália. Novamente lembrar que no que concerne ao ano de 2021, Beto realizou 38 jogos, marcou 19 golos e ainda assistiu em três ocasiões 3 assistências, naquela que segunda época ao mais alto nível no futebol nacional/europeu.


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