Mónica Duarte. “Antes de começar a jogar, já era apaixonada pelo basquete”

José AndradeJunho 4, 20238min0

Mónica Duarte. “Antes de começar a jogar, já era apaixonada pelo basquete”

José AndradeJunho 4, 20238min0
José Duarte entrevista Mónica Duarte para o Fair Play e revisita a carreira de uma atleta que agora é treinadora ao mais alto nível

Hoje olhamos para a carreira de Mónica Duarte, jogadora que tanto marcou o nosso basquetebol feminino e que nos concedeu uma entrevista, por esse motivo vem e fica a saber mais sobre a carreira desta grande jogadora.

Como surge o basquetebol na sua vida?

O basquetebol surge na minha vida por um mero acaso. Adorava basquete. Eu e a minha irmã comprámos uma bola e levávamos todos os dias para a escola. Sempre que não tínhamos uma aula, ou tínhamos um intervalo grande íamos logo para o campo lançar umas bolas. Existia uma equipa de basquete em Portimão, a Associação Recreativa da Quinta do Amparo (ARQA). Um dia a treinadora encontrou a minha irmã gémea na rua e abordou-a.

“– Até que enfim que te consigo apanhar. – Sei que andam sempre com uma bola de basquete atrás. – Deves gostar muito de basquete. – Também sei que tens uma irmã. – Não querem fazer um treinozinho com a equipa?”.

A minha irmã disse logo que sim. E lá estávamos nós no dia e hora combinados. Super nervosas. E assim surgiu esta linda modalidade na minha vida!

Depois de começar, quanto tempo demorou para que se apaixonasse pelo jogo?

 Antes de começar na equipa, já era apaixonada pelo basquete. Não consigo saber porquê. Talvez por gostar de todos os desportos. Adorava a disciplina de educação física.

Qual foi o momento mais marcante na sua formação?

 Iniciei a prática em juniores. Pouco tempo em escalões de formação tive. Três meses depois, fui chamada à Seleção Nacional Júnior e cabei por ficar nas 12 convidadas para representar Portugal em Itália (Bari). Talvez fosse essa que mais me marcou porque foi quando vi jogos “a sério” com atletas que jogavam muito!

Sendo uma figura do basquetebol algarvio e de equipas que marcaram muito o nosso basquetebol, como em Faro, como vê a força dos vários projetos no Algarve?

 O Algarve tem vindo a melhorar a nível de formação. É verdade que quando há mais investimento – financeiro, técnico, humano, etc… aparecem mais resultados.

Qual foi o jogo que mais recorda nos tempos no Algarve?

Tenho alguns. Mas um que me marcou foi quando jogámos contra a equipa do Grupo Desportivo da Escola Secundária de Santo André (GDESSA), do Barreiro. Estavam no 1º lugar e nós no último. Nesse jogo, todas as bolas que lançava, entravam! Até um passe que fiz para a minha irmã, entrou no cesto! Acabámos por perder, apenas por 2 ou 3 pontos.

A Madeira foi a sua casa durante muitos ano, como descreveria os seus anos na ilha?

 Joguei na Madeira dez anos maravilhosos da minha vida. Lá aprendi muito. Na Madeira trabalhei muito e muito bem. Tive treinadores que acreditaram em mim e no meu trabalho e condições para evoluir. Foi na Madeira que ganhei todos os títulos que havia para conquistar e foram marcantes porque foram os primeiros na minha vida.

Dos varios titulos conquistados existe algum que se destaque dos demais?

 Todos eles foram importantes e especiais.

 Mas o primeiro, a Supertaça (CAB-Nacional da Madeira), disputada no Porto Santo, contra a minha anterior equipa e correu-me bem.

Como foi ser uma grande referencia no GDESSA?

 Era mais uma jogadora. Uma entre iguais. E também lá ganhei títulos que me marcaram.

Na seleçao nacional esta em muitos momentos memoriáveis, existe algum que tenha um sentimento mais especial para si?

 Sim, na Turquia, quando a Seleção Nacional de Seniores foi, pela primeira vez na história, apurada para a  fase seguinte do Campeonato da Europa. Ainda me lembro das 12 “guerreiras”: Ticha Penicheiro, Mery Andrade, Helena Aires, Sara Ferreira, Paula Isabel Costa, Isabel Pascoal, Isabel Sebastião, Susana Soares, Ana Sofia Coelho, Sandra Duarte, Vera Jardim e eu.

Dos varios treinadores que teve ao longo da sua carreira, o que aprendeu mais com cada um deles?

 Aprendi com todos eles a desenvolver capacidades técnicas nos diversos níveis do jogo e em diferentes fases da minha carreira. Mas não esqueço nunca que foi na Madeira onde sinto que evoluí mais.

Será que voltaremos a ter Mónica Duarte como treinadora ou em funções em breve no nosso basquetebol?

 Eu sou treinadora. Neste momento, não estou no ativo.

Como é a coach Monica Duarte?

 Sou tão rigorosa com os outros como sou comigo. Dou muito valor aos pequenos pormenores.

Como olha para o crescimento e o nível atual das jogadoras portuguesas e da liga feminina?

 Há mais atletas, há mais físico, há mais altura. Existem mais equipas e, logo, mais competitividade.

Para mim e para muitos é uma referência do nosso basquetebol, como se sente com esse estatuto?

Sou apenas mais uma atleta como muitas outras apaixonadas pela modalidade. Sinto-me contente pelo reconhecimento do meu esforço e dedicação durante estes anos todos.

Como figura que marcou tanto, qual é o legado de Monica Duarte?

Gostava de ser lembrada pelo meu esforço, dedicação e ética de trabalho. Acredito muito e, sobretudo, no trabalho.


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