André Dias Pereira, Author at Fair Play - Página 18 de 23

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André Dias PereiraSetembro 4, 20184min0

O futuro dirá o legado que João Sousa deixa ao ténis português. Não será agora e também não será quando se aposentar. O impacto do “conquistador” estará, com toda a certeza, na influência que deixa aos que hoje o vêem brilhar e ambicionam repetir as suas proezas.

No US Open Sousa voltou a abrir caminhos e fazer história para o ténis português. Pela primeira vez, um tenista luso atingiu os oitavos de final de um Grand Slam.

João Sousa começou por vencer o espanhol Marcel Grannolers (6-2, 6-2 e 6-3). Seguiu-se outro espanhol, Pablo Carreño Busta: 4-6, 6-3, 5-7, 6-2 e 2-0. Busta acabou se afastar do jogo por lesão, permitindo a Sousa alcançar pela terceira vez a terceira ronda da prova. Esta foi também a terceira vez que os dois tenistas se enfrentaram. Na primeira, em 2014, Sousa venceu no Masters de Miami. No ano seguinte, foi o espanhol a levar a melhor em Winston, também nos EUA.

Para garantir um lugar na história do ténis luso, João Sousa precisou de levar a melhor sobre o luxamburguês Lucas Pouille. O Conquistador venceu em quatro sets: 7-6, 4-6, 7-6 e 7-6. “Sabia que tinha que jogar bem e foi perfeito”, declarou Sousa, naturalmente feliz por voltar a escrever uma página de ouro no ténis português.

Já nos oitavos de final, Sousa acabou por cair perante o favoritismo de Novak Djokovic. Foi a quarta vez que ambos se enfrentaram, sempre com vitória do sérvio. Esta segunda-feira, Nolan venceu por 6-3, 6-4 e 6-3. Ainda assim, Djokovic salientou que “o resultado não espelha a dificuldade do jogo”, sublinhando a qualidade do português e as dificuldades que este lhe impôs.

João Sousa, recorde-se, tornou-se em 2013 o primeiro jogador português a entrar no top-50. No ano seguinte foi o primeiro tenista luso a jogar exclusivamente no ATP World Tour durante uma temporada. Ainda em 2014, foi o primeiro português a ser cabeça de série num Grand Slam, precisamente o US Open. É o jogador português com maior número de vitórias em Grand Slam, maior prize money e o tenista luso com mais títulos ATP: Kuala Lumpur (2013), Valência (2015) e Estoril (2018). A vitória no Estoril Open foi também a primeira de um português na única prova nacional incluída no calendário ATP. Por tudo isto, João Sousa é, pelo menos, o tenista português mais bem sucedido.

John Millman espanta o mundo

Nadal precisa de atingir as meias-finais para manter a liderança mundial.

O US Open chega agora aos quartos de final. E pode-se dizer que tudo está em aberto, com os quase todos os favoritos em acção. Quase, porque Roger Federer caiu com estrondo perante John Millman. O australiano fez um jogo muito assertivo e beneficiou dos 76 (!!!) erros não forçados por parte do suíço, que se despede precocemente dos EUA. Millman, 29 anos de idade, atinge pela primeira vez este patamar em um Grand Slam. Pela frente terá agora outro peso pesado: Novak Djokovic.

Roger Federer tinha deixado para trás Yoshihito Nishioka (6-2, 6-2 e 6-4), Benoit Paire (7-5, 6-4 e 6-4) e Nick Kyrgios (6-4, 6-1 e 7-5). Ainda não foi desta que o Kyrgios conseguiu brilhar em um Grand Slam. Os oitavos de final são agora o seu melhor registo no US Open. Melhor que isso, só os quartos de final em Wimbledon (2014) e Roland Garros (2015).

E há que lembrar também que Rafa Nadal está em prova. O espanhol jogará com Dominic Thiem. O maiorquino precisou de quatro sets na ronda anterior para vencer Nikoloz Basilashvili (6-3, 6-3, 6-7 e 6-4). O georgiano está a ter um ano de sonho. Em Hamburgo venceu não só o seu primeiro título ATP, como esse foi também o primeiro troféu para o seu país.

Nadal é claramente favorito contra Thiem, numa reedição da final de Roland Garros deste ano. Dos restantes jogos, Del Potro (3) detém algum favoritismo face a John Isner (11), enquanto Marin Cilic (7) e Kei Nishikori jogam também por um lugar nas meias-finais.

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André Dias PereiraAgosto 27, 20185min0

Arranca esta segunda-feira a 138º edição do US Open. A pergunta que uma vez mais se coloca é se haverá alguém capaz de se intrometer entre a troika do ténis: Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.

Tem sido assim nos últimos anos. Os três grandes do ténis mundial têm se apresentado, repetidamente, como os maiores favoritos. Nos últimos anos Stan Wawrinka (2016) e Marin Cilic (2014) intormeteram-se na lista de vencedores. Desde 2004 só por uma ocasião (2014) pelo menos um dos três não atingiu a final. É preciso, claro, lembrar Andy Murray. Só que o vencedor de 2012 está muito longe da sua melhor forma e não é expectável que progrida muito na prova. É o próprio quem admite que “pensar em ganhar o US Open é irrealista”. Em 2018, o britânico realizou apenas sete jogos, tendo vencido quatro.

E por falar nesta temporada, Federer, Nadal e Djokovic surgem nos EUA ainda mais dominadores. Apesar de todos terem ultrapassado os 30 anos de idade, não parece haver quem possa verdadeiramente surgir como favorito num confronto contra qualquer um deles. De resto, os três dividiram os Major já disputados. O suíço levou o Australian Open, o espanhol, Roland Garros, e mais recentemente Djokovic conquistou Wimbledon.

A vitória de Djokovic foi também uma vitória para o ténis. Depois de uma longa paragem por lesão e um início de 2018 intermitente, que gerou mais interrogações que certezas, Nolan deu uma resposta dominadora. Não apenas venceu Wimbledon como venceu Roger Federer na final de Cincinnati. O sérvio tema vantagem psicológica e isso  coloca-o uns furos à frente de Federer no favoritismo para este torneio.

Federer, o eterno, Nadal, o líder

Apesar da idade, Djokovic, Nadal e Federer ainda dominam o circuito. Foto: Tennis World

Roger Federer, por seu lado, continua a surpreender aos 37 anos de idade. O suíço já não tem o fulgor de outros tempos, mas continua fiável. Este ano voltou a abdicar de toda a temporada de terra batida (incluindo Roland Garros) e joga um número reduzido de torneios. Só que, em Cincinnati, cometeu demasiados erros e revelou-se mais lento que o habitual. O suíço não estará no seu melhor momento, mas ninguém dúvida que tem condições para continuar a fazer história.

Rafael Nadal é o número 1 do mundo e para manter essa condição terá que chegar às meias-finais de Nova Iorque. É certo que o piso rápido não é a preferência do espanhol, mas ainda assim é o campeão em título. El Toro Miura já venceu o US Open por três ocasiões (2010, 2013 e 2017) e é um dos grandes favoritos. Mas, sobretudo este ano, está tudo em aberto e é muito difícil assumir um favorito claro. De resto, Nadal terá o compatriota e o incómodo David Ferrer como primeiro adversário.

Del Potro, Anderson e a nova geração

Entre a restante armada do ténis será interessante acompanhar a evolução de Stan Wawrinka. Campeão em 2016, o suíço teve uma longa paragem por lesão e a sua recuperação está a ser gradual. Em Cincinnati já atingiu os quartos de final, onde perdeu para Federer. Tal como Murray, é difícil de imaginar que possa atingir esse registo no US Open, mas num dia bom pode vencer qualquer um. E Wawrinka também tem no piso rápido um ponto forte.

Juan Martin Del Potro, campeão em 2009, tem feito uma grande temporada e é igualmente um nome importante. É um dos mais populares jogadores do circuito, é hoje número 3 do mundo e venceu, em 2018, em Acapulco e Indian Wells. As lesões parecem ter ficado para trás, passando a ideia de que  o argentino está de volta aos melhores tempos. Também Kevin Anderson, finalista vencido o ano passado e este ano em Wimbledon, parece já estar em outro patamar. Isso nem sempre lhe é reconhecido, mas o sul-africano joga o ténis mais consistente de sua carreira. Este ano já venceu o ATP Nova Iorque e tem justificado ser número 5 do mundo.

Obviamente, é preciso olhar com atenção para os jogadores da nova geração. Alexander Zverev e Nick Kyrgios têm recebido maiores atenções nos últimos anos, mas 2018 tem confirmado Stefanos Tsitsipas como valor emergente. O grego, 20 anos de idade, não venceu ainda qualquer torneio mas foi finalista de Barcelona e do Masters 1000 do Canadá.

Nick Kyrgios parece um caso perdido para o ténis, mas Alexander Zverev tem tudo para dar certo. Aos 21 anos, o alemão é número 4 do mundo e venceu, nos últimos três anos, nove títulos ATP. Três dos quais este ano: Washington, Madrid e Munique. Contudo, o alemão não se tem dado bem em Grand Slam caindo quase sempre de forma precoce. Em Roland Garros, este ano, já conseguiu atingir os quartos de final, o seu melhor registo. Apesar das críticas da qual é alvo, é importante lembrar que Zverev tem apenas 21 anos. E ninguém duvida que o futuro do ténis passa por ele. E, porventura, é o jogador que melhor se perfila para dar sequência à hegemonia da troika do ténis. Só que, a avaliar por 2018, Federer, Nadal e Djokovic ainda estão para durar.

US Open 2018 (trailer)

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André Dias PereiraAgosto 20, 20182min0

Novak Djokovic tornou-se, este domingo, o primeiro tenista da história a conquistar os nove torneios Masters 1000. Frente a Roger Federer, o sérvio arrecadou o torneio Cincinnati, o troféu que lhe faltava. Esta foi, de resto, a sexta tentativa de Nolan para conquistar a prova. Nas cinco primeiras acumulou duas derrotas para Andy Murray e três para Roger Federer.

Djokovic precisou de dois set e 1h25 de jogo para quebrar a malapata. O sérvio defendeu bem os seus jogos. Na sétima partida do primeiro set conseguiu, enfim, quebrar o serviço a Federer, fechando o jogo por 6-4. O suíço respondeu no segundo set, quebrando o jogo a Djokovic. Só que Federer cometeu dupla falta e um erro não forçado. Fed esteve, nesse capítulo irreconhecível. No sétimo jogo chegou a estar a ganhar por 40-0 só que Djokovic conseguiu nova quebra de jogo e fechou, depois, em 6-4.

A sensação David Goffin

Neste torneio, Djokovic deixou para trás também Steve Johnson, Adrian Mannarino, Grigor Dimitrov, Milos Raonic e Marin Cilic. Destaque neste torneio também para o belga Davic Goffin. O belga chegou às meias-finais, onde foi afastado por Federer, após se retirar por lesão no braço. Saída inglória depois de afastar Juan Martin del Potro, Kevin Anderson, Benoit Paire e a sensação Stefanos Tsitsipas.

Vencedor de Wimbledon, Djokovic continua em ascensão no circuito depois de longa paragem por lesão. Este foi o 70º troféu de Nolan no circuito ATP. Com o US Open às portas, o sérvio parte como um candidato sério à vitória final. Federer, por seu lado, tem-se resguardado para os principais torneios. Em Cincinnati mostrou que continua fiável, mas acumula erros que, neste domingo, foram capitais. O US Open arranca no próximo dia 27.

A história escrita por Novak Djokovic nos Master 1000. Foto: Twitter ATP World Tour
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André Dias PereiraAgosto 16, 20183min0

Maureen Connolly, também conhecida como pequena Mo, tornou-se a primeira tenista a conquistar em um único ano os quatro Major. Foi em 1953. Tinha então 19 anos de idade. Ao todo conquistou 9 Grand Slam. A sua carreira e vida foram tão fugazes quanto marcantes para o ténis. Mas poucos apostariam as suas fichas na carreira desta norte-americana, nascida em San Diego, Califórnia.

A primeira paixão de Maureen foi, contudo, andar a cavalo. Filha de pais separados, a sua mãe não tinha como pagar as aulas. Foi então que Maureen começou a olhar para o ténis. O seu percurso começou com 10 anos de idade nos courts de San Diego. O seu treinador encorajou-a trocar o seu jogo de esquerda pela direita. Rapidamente se tornou especialista no fundo do court, jogando com grande força e precisão. A alcunha de Pequena Mo foi dada pelo jornalista desportivo Nelson Fischer, que comparou a sua força e poder de jogo ao navio USS Missouri, conhecido como Grande Mo.

Aos 16 anos de idade e após derrotar a antiga número 1, Shirley Fry, Maureen tornou-se a mais jovem tenista a vencer o US Open. No ano seguinte ganhou Wimbledon, vencendo na final a Louise Brough, que entre 1942 e 1957 venceu seis Major. Importa dizer que a Pequena Mo jogou esse torneio com o ombro lesionado, recusando-se a desistir quando foi pressionada para tomar essa decisão. Em 1952 voltou a vencer o US Open e em 1953 conquistou o tricampeonato. E foi nesse ano, quando passou a ser treinada por Harry Hopman, que se tornou a primeira mulher a fazer o rally Grand Slam: Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open. Antes dela, só Don Budge conseguira esse feito.

Ao todo, foram 9 os títulos Grand Slam para Maureen Connolly entre 1952 e 1954. Conquistou ainda 50 vitórias consecutivas no circuito. Os seus méritos desportivos tornaram-na uma das personalidades mais populares dos EUA, tendo sido atleta do ano para a imprensa entre 1951 e 1953.

Para além dos titulos em singulares, Maureen ganhou, em pares mistos, o Australian Open (1953), bem como Wimbledon e US Open (1954). Por equipas foi tetracampeã da Whitman Cup (1951, 1952, 1953 e 1954).

Morte aos 34 anos

Maureen Connolly tornou-se uma tenista de elite, mas a equitação nunca lhe saiu do sangue. Casada com Norman Brinker, da seleção olímpica equestre dos EUA (1952), teve duas filhas. E se a falta de dinheiro para aulas de equitação esteve na origem da sua introdução ao ténis, um acidente de cavalo colocou o ponto final na modalidade, aos 19 anos. Aconteceu poucas semanas depois de ter alcançado o terceiro título em Wimbledon, em 1954. Oficialmente, aposentou-se no ano seguinte. Muitos, ainda hoje, se perguntam até onde poderia Connolly ter ido e o que poderia ter conquistado se não fosse o acidente.

E se a sua carreira foi efémera, a sua vida também. Em 1966, com apenas 34 anos, não resistiu ao cancro e a três operações ao estômago.

O seu legado, contudo, coloca-a recorrentemente entre as maiores tenistas da história dos EUA. A cidade de Plano, no Texas, tem uma escola com o seu nome.

André Dias PereiraAgosto 13, 20183min0

Nadal conquistou, este domingo, em Toronto, o seu 80º título da carreira. O espanhol fez jus ao estatuto de número 1 mundial para vencer Stefanos Tsitsipas por 6-2 e 7-6(4). Apesar da derrota o grego tem motivos para sorrir. Afinal, o torneio de Toronto serviu para confirmar todo o seu potencial. Durante a semana deixou para trás nada menos do que quatro jogadores do top-10 mundial: Dominic Thiem, Novak Djokovic, Alexander Zverev e Kevin Anderson.

Foi por isso com natural otimismo que Tstsipas, que este domingo completou 20 anos, encarou Nadal. E o grego até começou por confirmar o seu primeiro jogo de serviço. Contudo, Nadal mostrou que não é apenas um número 1. É um dos maiores da história do ténis. O maiorquino fez jus à sua experiência e qualidade para controlar Tsitsipas conseguindo vencer o seu jogo de serviço e quebrar, depois, o jogo do grego. Nadal controlou, depois, o primeiro set. Cedeu apenas um ponto, enquanto sacou e ainda beneficiou dos erros de El Greco.

O segundo parecia ser mais do mesmo, com Nadal a quebrar o serviço de Tsitsipas e  chegouar ao 5-3. O jogo parecia sentenciado, mas a semana em Toronto mostrou que o grego consegue jogar sob pressão de set points. E não apenas conseguiu quebrar Nadal, como virou o jogo para 6-5. Por esta altura Tsitsipas era mais agressivo. Só que, outra vez, Nadal mostrou grande tranquilidade, força mental e experiência para confirmar a vitória.

Este foi o 33º título de Nadal em Masters 1000 e o quarto em Toronto. Há 10 anos que o espanhol não jogava o torneio canadiano.

Tsitsipas como Bjorn Borg

Tsitsipas continua em busca do primeiro título ATP. O grego, que em Janeiro era 91 do mundo, será a partir desta segunda-feira 15º, a sua melhor classificação de sempre. “Foi a semana da minha vida”, concordou o grego. Para isso contribuiram épicas vitórias sobre Damir Dzumhur (6-3 e 7-6), Dominic Thiem (6-3 e 7-6), Novak Djokovic (6-3, 6-7 e 6-3), Alexander Zverev (3-6, 7-6 e 6-4) e Kevin Anderson (6-7, 6-4 e 7-6).

Esta foi a segunda vez que Tsitsipas e Nadal se encontraram. A primeira foi na final do ATP Barcelona. Tal como em Toronto, também aí o grego fez uma semana de sonho, perdendo para Nadal. Aos 20 anos, contudo, ninguém dúvida que pode em breve chegar a top-10 mundial. Ambição, saque e a sua esquerda são pontos fortes do seu jogo, contudo, também pode fazer diferença com golpes de direita, como aconteceu esta semana em Toronto.

Greg Rusedski, selecionador do Canadá, compara o estilo de Tsitsipas ao lendário Bjorn Borg. “Ele faz tudo bem. É espectacular como tenista e muito calmo nos momentos de maior tensão”.

Se o futuro pode passar pelo grego, o presente ainda é de Rafael Nadal. O espanhol soma 910 pontos na liderança do ranking e abre uma diferença ainda maior para Federer (10.220 pontos contra 6.480).

Foi assim que Nadal venceu pela quarta vez em Toronto

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André Dias PereiraAgosto 6, 20182min0

O italiano Fabio Fognini conquistou o torneio Los Cabos, no México. A vitória diante Del Potro (6-4 e 6-2) ganha relevo considerando que foi o seu primeiro triunfo no piso rápido.

As sete conquistas anteriores todas tiveram lugar na terra batida. O ano de 2018 está a ser, aliás, o mais vitorioso de Fognini. Para já conta com triunfos em São Paulo, Bastad e agora no México. Por isso, é sem surpresa que esta segunda-feira surge em 14º no ranking ATP. A sua melhor classificação foi o 13º lugar, em 2014.

“Estou muito feliz, feliz desta semana, sobre o meu jogo. Claro que isso significa muito para mim”, disse Fogini na final.

Na final diante Del Potro, o argentino até entrou melhor chegando à vantagem de 3-0 no primeiro set. Só que o bom momento do italiano permitiu-lhe virar o jogo para 5-3 e fechar em 6-4. O argentino esteve mal a sacar e no segundo set ainda desperdiçou uma quebra de jogo. No final, Del Potro reconheceu “uma boa semana”, mas que não conseguiu manter o nível frente a Fognini.

Para chegar à final, Fognini começou por deixar para trás o francês Quentin Halys (2-6, 6-4 e 6-0). Seguiu-se Yoshihito Nishioka (duplo 6-2). O japonês eliminou na ronda inaugural Gastão Elias (6-4 e 6-3). Já nas meias-finais o italiano venceu o promissor Cameron Norrie (6.4 e 6-2).

Aos 31 anos, o italiano vive o melhor momento de sua carreira. Até aqui sempre foi visto como um jogador de terra batida, vivendo altos e baixos no circuito. O seu maior feito em Major foi os quartos de final de Roland Garros, em 2011. Com o US Open no horizonte, Fognini quer tentar melhor que os quartos de final de 2015. Em pares, recorde-se, Fognini conseguiu atingir as meias-finais, em Nova Iorque, em 2011.

Pode Fognini ser top-10?

Fogna, como é conhecido, começou por jogar ténis logo aos 4 anos de idade. O profissionalismo chegou em 2004, e em 2007 atingiu o top-100. Seis anos depois venceu os dois primeiros troféus ATP: Estugarda e Hamburgo.

Fã de futebol (Inter Milão e Genova) e motociclismo, Fogini fala fluentemente italiano, inglês, espanhol e francês. O transalpino tem um lugar muito especial no circuito ATP e com a maturidade tem evoluído o seu nível de jogo. Poderá ainda chegar a top-10? A resposta a essa pergunta muito vai depender do que fizer no US Open. Para já, atravessa o melhor momento da carreira e começou a vencer e jogar de forma mais consistente em outros pisos que não a terra batida.

Como Fognini venceu Juan Marting del Potro

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André Dias PereiraJulho 30, 20182min0

O georgiano  Nikoloz Basilashvili conquistou este domingo, pela primeira vez, um troféu ATP. E logo em Hamburgo, de categoria 500. A conquista, inédita para o seu país, surgiu precisamente sobre o campeão do ano passado. O argentino Leonardo Mayer: 6-4 0-6 7-5.

Poucos apostavam, no início do torneio, que o georgiano pudesse levar a melhor na Alemanha. Até porque entrou ainda no quadro de qualificação. Basilashvili era o 81º do ranking antes do início da prova e a partir desta segunda-feira é 35º do mundo. O torneio contou com nomes como Dominic Thiem, Pablo Carreño Busta, Fernando Verdasco, Diego Scwartzman, entre outros.

Basilashvili começou por vencer Phillip Kholschreiber (7-5, 1-6, 6-4), seguindo-se Fernando Verdasco (7-6, 6-4) e Carreño Busta (6-2 e 4-0), numa partida marcada pela desistência do espanhol. Nas meias-finais levou a melhor sobre Nicolas Jarry (duplo 7-6). A grande desilusão da prova foi o favorito Dominic Thiem, afastado nos quartos de final precisamente por Nicolas Jarry (duplo 6-2).

Com 26 anos de idade, Nikoloz Basilashvili iniciou a carreira senior em 2015. O seu percurso junior ficou notabilizado por torneios de pares, não tendo jogado qualquer Grand Slam em singulares. Participou ainda em alguns torneios ITF. Em 2008 venceu o seu único título: o G4 Tennis Express.

Vitória histórica para a Geórgia

Em 2015 jogou pela primeira vez Roland Garros já como senior. Foi eliminado na ronda inaugural por Thanasi Kokkinakis. Ainda nesse ano atingiu a terceira ronda de Wimbledon e foi afastado na estreia do US Open. Em 2016 estreou-se no Australian Open, mas perdeu para Federer na primeira ronda. Foi também nesse ano que chegou à sua primeira final. Foi no ATP 250 Áustria, em Kizbuhel. Ali, acabaria por perder para Paolo Lorenzi.

O título chegou em 2018, em Hamburgo, num torneio onde entrou via qualificação. Mais do que o seu primeiro torneio ATP foi também o primeiro para o seu país.

Basilashvili consolida-se como o segundo maior atleta de ténis da história da Georgia. Fica atrás de Leila Meskhi, dona cinco títulos na WTA e da medalha de bronze, em duplas, nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Ela atingiu a 12ª posição do ranking em 1991.

André Dias PereiraJulho 26, 20182min0

Margaret Jean Court, ou, simplesmente Margaret Court. A tenista australiana dominou o circuito nos 60 e tornou-se a primeira no quadro feminino, na Era Open, a conquistar os quatro Grand Slam no mesmo ano. Ao todo arrecadou 64 Major, 24 em singulares, um record que ainda hoje se mantém, 19 em duplas femininas e 19 em duplas mistas.

Nascida em Albury, Australia, em 1942, Court começou por chamar a atenção em 1960, quando venceu o Australian Open. Mas a sua carreira estava destinada a ultrapassar muitas barreiras. Tantas, que ainda hoje é recordada como uma das maiores de todos os tempos.

As suas características físicas e capacidade técnica permitiam-lhe jogar um ténis diferenciado junto à rede e ter uma pancada forte. Ela também deu uma nova dimensão ao serviço em vólei.

Em 1962 e 1963 tornou-se a primeira mulher do seu país a ganhar, respectivamente, Roland Garros e o US Open. No ano seguinte repetiu o feito em Wimbledon.

Na década de 60 nenhuma tenista brilhou mais que Margaret Court. Em 1966 aposentou-se temporariamente para casar, no ano seguinte, com sir Charles Court. O regresso deu-se em 1968, ano em que venceu o US Open.

A despedida em 1976

Foi em 1970 que se tornou também a primeira mulher da Era Open a vencer os quatro Grand Slam. Quem acompanhou a sua carreira tem também na memória a final perdida em Wimbledon, no ano seguinte, perante Evpmme Cawley, quando ainda se encontrava grávida.

De resto, Margaret Court fez várias pausas na carreira para dar à luz. A derradeira em 1967, quando estava grávida do seu quarto filho. O seu último jogo em Major de singulares foi em 1975, no US Open, e em duplas no ano seguinte, no Australian Open.

A par de Doris Hart e Martina Nevratilova é uma das três únicas tenistas a ter conquistado todos os Grand Slam: singulares, pares e mistos. É a única, contudo, a ter vencido os 12 eventos pelo menos duas vezes, e também a única a vencer antes e depois do início da Era Open.

Com um palmarés tão recheado, acumulou vários prémios ao longo da sua vida. Entre eles, ser membro da Ordem do Império Britânico e integrar o Australian Tennis Hall of Fame

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André Dias PereiraJulho 16, 20184min0

Nem Roger Federer, nem Rafael Nadal. A edição de 2018 de Wimbledon consagrou a redenção de Novak Djokovic com o ténis. O sérvio conquistou o torneio britânico pela quarta vez (2011, 2014, 2015 e 2018) e mostrou que está de volta ao topo. Com uma temporada irregular, Nolan surgiu no torneio como 21º do mundo e, a partir desta segunda-feira, será 10 mundial.

Djokovic precisou de 2h18 para levar de vencido Kevin Anderson: 6-2, 6-2 e 7-6. O sul africano voltou a estar presente numa final de Grand Slam, depois do US Open 2017. Contudo, tal como diante Federer na altura, voltou a perder. Diga-se, aliás, que esta foi a sexta vitória consecutiva do sérvio sobre o sul-africano. O único triunfo de Anderson, 32 anos, sobre o Djokovic foi há 10 anos.

Este domingo o sul-africano mostrou estar no bom caminho, conforme referiu após o jogo, mas ressentiu-se muito do encontro da meia-final com Roger Fededer. Na sexta-feira, venceu uma maratona em 6h36 de jogo: 2-6, 6-7, 7-5, 6-4 e 13-11. Uma partida que permitiu a Anderson vingar a derrota na final do US Open, o ano passado. A derrota foi um golpe duro para Federer que tinha em Wimbledon o grande objetivo da temporada. Recorde-se que o suíço buscava o nono título no All England Club e para isso abdicou de toda a temporada de terra batida.

Na final, com Djokovic, o sul-africano foi sempre dominado. E depois do duplo 6-2, a sua capacidade física, aliada à pressão do resultado, abateu ainda mais o Anderson.

Para Djokovic este é o 13º Grand Slam da carreira. Está agora a um de igualar Pete Sampras. Apenas Roger Federer (20) e Rafa Nadal (17) têm mais Major que o norte-americano. Djokovic supera também os títulos Major singulares de Roy Emerson.

O caminho para a glória em Wimbledon

O sérvio não era o maior favorito à partida para o torneio. Conforme referido antes, surgiu como 21 do mundo. Isso é justificado por uma temporada irregular, sem títulos e com um ténis muito abaixo da história que constuiu na carreira. Isto após uma paragem de mais de seis meses por lesão. Mas um tenista como Djokovic tem que sempre que ser tido em conta. E, pode dizer-se, fez um percurso espinhoso. Começou por vencer Horacio Zeballos e seguiu o percurso com Kyle Edmund. Nos quartos de final eliminou Key Nishikori e nas meias-finais, Rafa Nadal. Talvez este percurso, sobretudo a vitória sobre Nadal, tenha sido o clique que faltava. Sem com o britânico e Nishikori já havia sido testado, com o espanhol elevou o seu ténis a outro patamar. Ao dos bons velhos tempos.

Houve momentos de dúvida, frustração e desilusão que nos levam a questionar sobre se devemos continuar neste caminho

A vitória sobre Nadal foi outra maratona nesta edição: 6-4, 3-6, 7-6, 3-6 e 10-8. Foram 5h15 de jogo, uma das mais longas semi-finais da história.

Mais do que um título, o triunfo em Wimbledon pode ter o condão de fazer ver a Novak Djokovic que pode voltar ao topo do ténis mundial. Um lugar que lhe pertence. Resta agora saber a consistência deste título e se pode voltar a jogar, pelo menos, as semi-finais do US Open. Certo para já é o seu lugar no ATP Finals.

Nadal ainda é número 1

Eliminado nas meias-finais, Nadal, 17 títulos, persegue Federer, com 20. Foto: Tennis Fan Club

Nadal, eliminado nas meias-finais, também partia com ilusão de poder vencer o título e travar a hegemonia de Federer em Wimbledon. Até porque é número um mundial e tem a ambição ultrapassar o suíço em Grand Slam. Para isso, precisará ir além do epiteto de “Rei da terra batida” e ganhar mais vezes em terrenos onde Federer tem sido mais dominador. Como Wimbledon. Para já, não conseguiu por conta de um super Djokovic.

Uma das partidas que fica desta edição de Wimbledon é o triunfo do espanhol sobre Del Potro: 7-5, 6-7, 4-6, 6-4 e 6-4.

Nadal vai jogar, a partir de 6 de Agosto, o TMS Canadá, onde defende 2230 pontos que tem de vantagem sobre Federer. Esta segunda-feira, arranca a 181ª semana como líder do circuito. Para já, é garantido que vai chegar à 188ª semana como número um. À sua frente, na história como líderes com mais semanas de liderança mundial, estão Roger Federer (310), Pete Sampras (286), Ivan Lendl (270), Jimmy Connors (286) e Novak Djokovic (223).

Foi assim que Novak Djokovic venceu Kevin Anderson e o quarto título em Wimbledon.

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André Dias PereiraJulho 12, 20184min0

Injustiçado. Subvalorizado. Muitos são os adjetivos que ajudam a descrever a carreira Roy Emerson. Mas dizer que o tenista australiano esteve sempre à frente do seu tempo seja mais justo. E essa condição tornou-o intemporal.

Esta é a história do tenista que, até hoje, conquistou maior número de Grand Slam. Vinte e oito no total. Doze em singulares e dezasseis em pares. Roy Emerson é, ainda hoje, o único tenista a fazer o carreer Grand Slam em singulares e pares. E é a par de Novak Djokovic e Roger Federer, o único a ter seis Australian Open.

Com uma carreira que decorreu entre 1953 e 1983, Roy Emerson conquistou todos os seus maiores feitos na Era amadora do ténis. Dominou o circuito sobretudo na década de 60, altura em que conquistou 27 dos seus 28 Grand Slam. Foi também o primeiro a conquistar, pelo menos, duas vezes cada Major na carreira.

Apesar dos números impressionantes, a sua carreira sempre foi relativizada pelo facto de os torneios Grand Slam serem abertos apenas a jogadores amadores, sendo o nível técnico maior nos torneios profissionais.

Nascido em Blackbutt, Queensland, em 1936, Roy Emerson começou a sua ligação ao ténis em Brisbane, quando a sua família se mudou. O seu primeiro título teve lugar em Wimbledon, em 1959, a par de Neale Fraser. O primeiro título de singulares teve lugar dois anos depois, na sua Austrália natal, diante Rod Laver. Os dois australianos voltariam a defrontar-se no mesmo ano, na final do US Open. Outra vez, a vitória foi para Roy Emerson.

Roy Emerson era, sobretudo, conhecido pela sua capacidade de treino e forma física, bem como um estilo de jogo adaptável a todos os tipos de piso. Entre 1963 e 1967 foi, talvez, o seu auge. Conquistou nada menos que cinco títulos consecutivos do Australian Open. Em 1963, diante Pierre Darmont, venceu Roland Garros, repetindo o feito em 1967. O primeiro título em singulares, em Wimbledon, ocorreu em 1964. Fred Stolle foi o oponente. Nesse ano, Roy Emerson venceu 55 jogos consecutivamente e ganhou 109 de 115 jogos realizados. Números que lhe permitiram vencer o Australian Open, Wimbledon e US Open. Sem surpresa, tornou-se número 1 em 1964 e 1965. O seu último título em singulares foi, precisamente, em 1967, em Roland Garros. Um ano antes do arranque da Era profissional.

Recordista intemporal

Roy Emerson ao lado de sua estátula em Blackbutt, sua cidade natal. Foto: Courier Mail

Emerson sempre quis manter-se como amador. Recebeu várias propostas para se tornar profissional, inclusivamente avultados valores em dinheiro.

O seu recorde de 12 Grand Slam mantive-se intacto até ser ultrapassado por Pete Sampras, em 2000. Contudo, o seu recorde de dez vitórias consecutivas em finais de Grand Slam mantém-se em activo. Diga-se também que Emerson conquistou oito Taças Davis, entre 1959 e 1967, um recorde. Ao lado de Rod Laver conquistou, em 1971, o seu último Grand Slam. Foi no torneio de pares de Wimbledon. Ao todo conquistou 28 Grand Slam (entre as singulares e pares) e 110 títulos.

É por isso um nome grande na história do ténis, tendo-se retirado em 1983. Actualmente com 83 anos de idade tem coleccionado várias menções honrosas. Está desde 1982 no Hall of Fame. Em 2000 foi agraciado com a medalhe de desporto australiana. Roy Emerson dá ainda nome ao troféu do prestigiado troféu de Brisbane, onde tem ainda courts com o seu nome. Na sua cidade natal tem ainda um museu sobre si e uma estátua.

 

Títulos em Singulares 

Australian Open: 1961, 1963, 1964, 1965, 1966 e 1967)

Wimbledon: 1964 e 1965

Roland Garros: 1963 e 1967

US Open: 1961 e 1964

 

Títulos em Pares

Australian Open: 1962,1966 e 1969)

Wimbledon: 1959, 1961 e 1971

Roland Garros: 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965

US Open: 1959 e 1960, 1965 e 1966

 

Taça Davis: 1959, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966 e 1967

 

Roy Emerson e as finais de Wimbledon, em 1965


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