André Dias Pereira, Author at Fair Play - Página 12 de 23

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André Dias PereiraDezembro 13, 20193min0

O ano de 2019 trouxe algumas confirmações e também algumas novidades para circuito. Atualmente, no top-10, 4 jogadores têm menos de 25 anos e Dominic Thiem tem 26. Isto indica, pelo menos, que as novas gerações estão, aos poucos, a consolidar-se entre a elite.

Stefanos Tsitsipas é um nome incortornável. Aos 21 anos é já um nome sólido e uma referência no circuito. O título no Masters Final é. para já, o mais relevante. E, mesmo o grego não sendo um dos favoritos à partida – afina, era a sua primeira participação – não foi de todo surpreendente. Em 2018, El Greco já havia ganho o seu primeiro torneio, em Estocolmo, tendo sido finalista vencido em Barcelona. Os bons resultados levaram-no a terminar o ano em 15º do ranking ATP. E bem se pode dizer que 2019 foi a todo o vapor. Tsitsipas venceu nada menos que 3 torneios. Marselha, Estoril e ATP Finals. Apesar de alguma oscilação exibicional ao longo do ano – explicada com o desgaste físico e participação em muitos torneios – o grego subiu 9 posições e acaba 2019 em 6º lugar. Tsitsipas tem, aliás. a possibilidade de se tornar o segundo jogador, depois de Djokovic, a ganhar o prémio de tenista que mais evoluiu ao longo do ano.

Daniil Medvedev é outro nome que cresceu este ano, confirmando a tendência de 2018. Nesse ano, o russo ganhou os seus primeiros 3 torneios (Sidnei, Tóquio e Winston-Salem) e alcançou o 16º lugar. Na temporada passada, somou mais 4 torneios, entre os quais 2 Masters 1000: Shangai, São Petersburgo, Cincinnati e Sofia. Foi finalista em outros 5 torneios e jogou pela primeira vez o Masters Final. De resto, entre Julho e Outubro, Medvedev somou um recorde de 23 vitórias e 6 finais consecutivas. Subiu, com isso, 11 posições e acaba 2019 como quinto da hierarquia mundial.

A ascensão meteórica de Berrettini e Aliassime

Para Matteo Berrettini o ano de 2019 ficará, por certo, gravado para a eternidade. Aos 23 anos subiu nada menos do que 46 posições, terminando o ano em 8º lugar. O italiano, que em 2018 ganhou Gstaad, este ano somou os títulos de Budapeste e Estugarda, jogando ainda a final de Munique. O ponto mais alto foi, todavia, no US Open onde chegou às meias-finais. Também em Shangai, atingiu as semi-finais de um Master 1000 pela primeira vez. Veremos o que reserva 2020 e se o italiano vai dar consistência ao nível em que se encontra.

Se Berrettini subiu 46 posições, Felix Auguer-Aliassime ascendeu…88 posições. Apesar de apenas 21 anos, o canadiano é quase um veterano. Isto porque está no ranking ATP desde os 14 anos, tendo aos 17 sido o mais jovem a chegar ao top-200. Só que foi em 2019 que passou a ter, ainda mais, os holofotes em cima de si. Para isso muito contribiu, não apenas o seu estilo de jogo, mas a final do Rio Open, que lhe garantiu uma subida de 40 posições. Depois, foi semi-finalista em Miami, e subiu ao top-40. As finais de Lyon e Estugarda foram a cereja em cima de um bolo que celebra o ano de 2019. Por enquanto, faltam os títulos, mas ninguém dúvida que 2020 possa ser o ano certo para chegarem.

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André Dias PereiraDezembro 12, 20192min0

Falta pouco para o arranque da nova temporada. Novak Djokovic e Rafael Nadal têm já definidos os seus jogos até ao Australian Open.

O Big-3 do ténis é, ainda, a grande referência do ténis, embora entre em 2020 com ambições distintas. O espanhol e o sérvio arrancam com um torneio de exibição, o Mubadala WTC, a partir de 19 de Dezembro. O torneio conta também com as presenças de Tsitsipas, Medvedev e Heyon Chong. No quadro feminino jogam Sharapova e Tomljanovic.

Os principais torneios ATP arrancam com o novo ano. A partir de 3 de janeiro, a ATP Cup é uma das  principais atrações. Trata-se de um torneio internacional, jogado em três cidades australianas, durante 10 dias. Estão confirmados equipas de 24 países. Entre as estrelas, contam-se Nadal, Djokovic, Thiem, Zverev e Shapovalov.

Novak Djokovic jogará também o torneio de Adelaide, a partir de 12 de janeiro. Será o último grande teste antes do Australian Open, com início a 20 de janeiro.

Por enquanto, Roger Federer não tem ainda confirmado a sua presença em torneios antes do primeiro Major do ano. Em 2019, o suíço jogou 17 provas ATP, tendo vencido 4. O ano marcou também o seu regresso à terra batida. Aos 38 anos, é provável que Federer continue a dedicar o seu esforço aos principais Grand Slam. Há muito tempo que o ranking ATP deixou de ser uma prioridade. Aliás, o hevético, por esta altura, quer manter-se competitivo não apenas com Djokovic e Nadal, mas também com a nova geração.

O crescimento de jogadores como Thiem, Tsitsipas ou Medvedev, e o envelhecimento do Big-3, podem fazer com que 2020 seja um ano de transição. David Ferrer parece não ter dúvidas sobre isso. O espanhol, que se retirou este ano do profissionalismo, lembra que Tsitsipas já ganhou o Masters Finals.

A vez da nova geração

Nomes como Alex de Minaur, Felix-Auger Aliassime são interessantes de acompanhar com atenção no novo ano. Ao longo de 2019 já mostraram que o futuro também passa por eles. E embora não estejam num estágio tão avançado como Thiem, Tsitsipas, Medvedev, Zverev ou Berrettini, já mostraram que podem vencer qualquer rival. Aliás, este grupo de jogadores está no top-10, sendo o austríasco o mais velho, com 26 anos.

Ainda assim, os três primeiros da hierarquia continuam a ser os suspeitos do costume. Nadal acabou 2019 como líder mundial, destronando Djokovic, agora segundo classificado. Os dois tenistas deverão continuar a lutar pelo trono do ténis no arranque do ano. Será, contudo, interessante acompanhar o que vai acontecer durante o resto da temporada. A forma como vão gerir o esforço físico e os torneios e se alguém se pode intrometer entre os dois, com Federer à espreita, mesmo aos 38 anos.

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André Dias PereiraNovembro 25, 20192min0

No início da temporada, Stefanos Tsitsipas estabeleceu as suas metas: ser top-10, chegar às meias-finais de um Major, ganhar um Masters 1000 e atingir o ATP Finals. O grego cumpriu todas e teve a cereja no topo do bolo. Foi campeão do ATP Finals.

Tsitsipas estava longe de ser o principal candidato ao título. Não apenas por se tratar do seu primeiro torneio mas porque Djokovic, Nadal e Federer tinham ambições importantes. O espanhol e o sérvio jogavam, aliás, a liderança mundial. É certo que não foi desta que o maiorquino ganhou o torneio mas acaba o ano como líder da hierarquia.

De todo o modo, frente a Dominic Thiem o grego ganhou de virada:  6-7 (6-8), 6-2 e 7-6 (7-4). O austríaco passou pela primeira vez a fase de grupos. E de que modo. Nas meias-finais ainda eliminou Zverev, campeão em 2018.

Diga-se, contudo, que o ano de Tsitsipas teve altos e baixos. Isso deve-se também à sua curva de aprendizagem. É bom não esquecer que o grego tem apenas 21 anos de idade. Idade, por exemplo, para jogar ainda a Next Gen Finals.

Após as vitórias em Marselha e no Estoril, Tsitsipas perdeu nas primeiras rondas de Wimbledon e também do US Open. O grego falou no desgaste físico, mas também na necessidade de criar rotinas para alcançar o sucesso no profissionalismo. “Parece que estou sempre a fazer a mesma coisa e o meu cérebro não aguenta mais”, desabafou. Talvez por isso, durante Wimbledon, tivesse passado dias a fio…a ler.

Meta para 2020: consolidação no top-10

Talvez Tsitsipas tenha entendido que perder faz parte do jogo. E que quem joga semana após semana, vai ter momentos baixos no ano. Na conferência de imprensa, no ATP Finals, antes de jogar com Nadal, o grego disse que não suportava perder mais para Nadal. Em 6 jogos, perdeu 5. Tsitsipas reconheceu, então, que já não se castigava tanto por cada derrota. E a verdade, é que para atingir a final do ATP Finals deixou para trás Nadal, Djokovic (fase de grupos) e Federer (meias-finais).

Certo é que Tsitsipas termina 2019 mais maduro e consitente. Por mais ambiciosas que fossem as suas metas no início do ano, Tsitsitas está acima do que sonhara. Aos 21 anos soma já 4 títulos, incluindo o ATP Finals, e é 6 do mundo. Tudo leva a crer que 2020 seja a consolidação no top-10 mundial. E, quem sabe, a disputa por um Major. Este ano, esteve perto de atingir a final. Caiu nas meias-finais em Melbourne. Quem sabe, no próximo ano.

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André Dias PereiraNovembro 11, 20193min0

Arrancou este sábado, dia 9, e prolonga-se até domingo, 17, mais uma edição do ATP Finals. Um torneio que, este ano, serve também para definir quem acaba 2019 como líder da hierarquia mundial.

Novak Djokovic é, porventura, o grande favorito à conquista do último grande troféu do ano. Mas não terá tarefa fácil. Num grupo com Federer, Thiem e Berretini, o sérvio começou por ganhar ao italiano por 6-2 e 6-1. Vencedor do ATP Finals por 5 vezes, apenas o suíço tem mais troféus. O sérvio quer, por isso, repetir uma vitória que foge desde 2015, até porque isso representaria voltar a ser número 1 mundial.

Menos bem esteve Roger Federer. O suíço entrou a perder diante Dominic Thiem. O austríaco mostrou que, depois do Big-3, é o mais consistente do mundo. O número 5 mundial preciou de 1h40 para ganhar por duplo 7-5. Há oito anos que Federer não vence o ATP Finals. O suíço é o tenista que mais vezes disputou o torneio. Este ano representa a sua 17ª participação. Em 73 partidas venceu 52 e perdeu 16, a contar com a deste final de semana. Ao todo, Federer ganhou 6 títulos (2003, 2004, 2006, 2007, 2010, 2011) e perdeu 4 finais (2005, 2012, 2014, 2015).

Com esta vitória, Dominic Thiem fica mais perto de alcançar, pela primeira vez, um lugar entre os 4 melhores do torneio. Até o momento, ele foi eliminado em todas as oportunidades na fase de grupo.

Nadal tenta vitória inédita

No outro grupo, Rafael Nadal é o grande favorito. O atual número 1 mundial tenta, em Londres, um título inédito em sua carreira. Uma falha importante num dos maiores currículos da história da modalidade. Ainda assim, o espanhol garante que não é obsessão. E o seu grupo, reconheça-se, apresenta muitas barreiras. Medvedev, Zverev e Tsitsipas, são rivais que atravessam fases diferentes. Esta segunda-feira, o espanhol entra em court para jogar com o alemão, campeão em título. Em 2019, Zverev venceu apenas em Genebra.

O treinador do Nadal, Carlos Moya, garante que ele está a 100%. Mais do que vencer pela primeira vez o ATP Finals, o espanhol precisa de ganhar para se manter como número 1 mundial.

Já Medvedev e Tsitsipas são estreantes no torneio. O grego esteve em foco no primeiro semestre do ano, com vitórias no Estoril e em Marselha. Já o russo tem estado intratável no segundo semestrel. Para além de finalista do US Open, venceu dois Masters 1000.

O ATP Finals este ano tem ainda a particularidade de cruzar duas gerações. Fededer, Nadal e Djokovic, que andam no topo há mais de uma década, e por outro lado, cinco jogadores em que o mais velho (Thiem) tem 26 anos.

“Roger, Rafa e Novak, que são lendas absolutas do nosso esporte por muito tempo, e meio que todos nós crescemos assistindo a eles vencerem tudo que é possível”, lembrou Zverev. Uma ideia partilhada também pelo estreante Tsitsipas.

Os veteranos são, ainda, os favoritos, mas só no próximo domingo se saberá se chegou a vez da nova geração.

 

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André Dias PereiraNovembro 4, 20192min0

Novak Djokovic conquistou, este domingo, o ATP 1000 Paris. O sérvio não deu hipóteses ao canadiano Denis Shapovalov e precisou apenas de 1h06 para ganhar por 6-3 e 6-4. Foi a quinta vez que Nolan ganhou o torneio da cidade parisiense, que o coloca como o maior campeão da prova.

O ATP Paris realiza-se desde 1972 e é normalmene o último Masters antes do ATP Finals. A prova é jogada em piso duro, à base de resina, mas nem sempre foi assim. Até 2006 era em carpete. Ao longo das décadas grandes campeões tornaram o ATP Paris o mais prestigiado torneio entre os que se jogam indoor. Boris Becker, Stefan Edberg, André Agassi, Pete Sampras e Roger Federer são apenas alguns dos nomes na lista de campeões.

Se este torneio serviu para Djokovic para preparar o ATP Finals, o sérvio passou com distinção. Ao longo da prova não cedeu qualquer set. Começou por ganhar ao francês Courentin Moutet (7-6, 6-4). Seguiram-se Kyle Edmund (7-6, 6-1), Stefanos Tsitsipas (6-1, 6-2) e Grigor Dimitrov (7-6,6-4).

Para Denis Shapovalov esta foi a sua primeira final no torneio e a segunda em torneios ATP. Este ano, o canadiano já ganhou o ATP Estocolmo. Para chegar à final deixou para trás Gilles Simon, Fabio Fognini, Alexander Zverev, Gael Monfils e Rafa Nadal. Diante Simon e Nadal o canadiano benenficiou das desistências de seus adversários. O espanhol terá sentido uma dor durante o treino de preparação para o jogo e preferiu não arriscar ir a court.

Para Novak Djokovic esta foi a sua 34º vitória em  50 finais de Masters 1000. Um registo que o torna o segundo tenista com mais troféus nesta categoria, perdendo apenas para Rafael Nadal (35). Abaixo aparecem Roger Federer (28) e André Agassi (17).

Ao todo, Novak Djokovic já conquistou 77 torneios, cinco dos quais esta temporada. Para além dos Major Australian Open e Wimbledon, ganhou também os ATP 1000 de Madrid e 500 de Tóquio.

André Dias PereiraOutubro 14, 20191min0

É, de longe, o grande nome da nova geração russa. Sim, há outros importantes no circuito ATP, como Andrey Rublev e Karen Khachanov. Mas Medvedvev parece talhado para os maiores feitos. Ou pelo menos, para os títulos. Como este final de semana.

O russo conquistou o torneio de Xangai naquela que foi a sua sexta final seguida. Depois de ganhar Cincinatti e S.Peterburgos, e ser finalista vencido no US Open, Montreal e Washington, Medvedev voltou a fazê-lo.

O número quatro do mundo é, porventura, o tenista em melhor forma no circuito. Precisou de pouco mais de 1 hora (1h13) para vencer Alexander Zverev por 6-4 e 6-1. Esta foi, aliás, a primeira vitória do russo contra o alemão em cinco encontros.

No momento da vitória, Medvedev lembrou que nos últimos 10 anos “só três jogadores venceram” em Xangai e que também por isso “é uma vitória especial”.

Para atingir a final, Medvedev deixou para trás Cameron Norrie (6-3, 6-1), Vasek Popisil (7-6, 7-5), Fabio Fognini 6-3, 7-6) e Stefanos Tsitsipas (7-6, 7-5).

Este foi, de resto, o sexto título do russo na carreira. Todos conquistados nos últimos dois anos. Zverev, finalista vencido na China, não tem dúvidas: “Ele é o melhor jogador do circuito da atualidade”.

Mas se há algo para o que Medvedev tem chamado a atenção é para a sua frieza no court. E também no momento de vitória. “Ganho e não festejo. Sei que as pessoas gostariam que eu demonstrasse mais as minhas emoções”, mas este é o meu estilo.

André Dias PereiraOutubro 6, 20192min0

Se dúvidas havia dúvidas quanto à condição física de Novak Djokovic, elas foram desfeitas. Em Tóquio, o sérvio conseguiu uma vitória dominadora, sem problemas físicos e sem perder qualquer set. Esta foi a sua primeira aparição em torneios ATP após ter sido afastado, precisamente por lesão no ombro, no US Open.

Esta foi, de resto, a primeira vez que Nolan venceu em Tóquio. E a verdade é que precisou de pouco mais de uma hora (1h09) para levar a melhor sobre John Millman, por 6-3 e 6-2.

Ao longo do torneio, Djokovic não concedeu qualquer set. David Goffin, Lucas Pouille, Go Soeda e Alexei Popyrin foram as outras vítimas do sérvio neste torneio.

“Foi uma semana sensacional em todos os sentidos. Senti-me bem no court, fui bem recebido pelos japoneses fora dele, não perdi um set, joguei em bom nível, saquei bem. De forma geral, uma grande experiência”, sintetizou Nolan que já começa a preparar o ATP Finals.

O número 1 do mundo regressa desta forma às vitórias, após Wimbledon, Madrid e Australian Open. Esta foi, de resto, a quinta vitória de Nolan em torneios de categoria 500. Das 110 finais já jogadas esta foi a sua 76ª vitória.

Djokovic consolida assim a liderança mundial, pelo menos até ao ATP Paris que arranca a 28 de outubro. O sérvio tem agora 10365 pontos, contra 9225 de Rafael Nadal.

Para John Millamn esta foi a segunda chance de vencer um torneio ATP. A outra foi em Budapeste, o ano passado, onde foi igualmente finalista vencido. Atualmente em 58º do ranking ATP, Millman teve uma boa semana. Para trás deixou George Harris, Taro Daniel e Reilly Opelka. E tal como Djokovic, o australiano chegou à final sem ceder qualquer set.

Destaque neste torneio também para David Goffin. O belga foi eliminado nas meias-finais por Djokovic, depois de ter afastado o coreano Hyeon-Chung nos quartos de final.

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André Dias PereiraSetembro 23, 20193min0

A Europa venceu, pela terceira vez consecutiva, a Laver Cup. Trata-se da competição que reúne os melhores tenistas do planeta e os divide entre o continente europeu e o resto do mundo. Este ano aconteceu em Zurique.

O que falta na distribuição de pontos ATP, sobra em emoção. A prova, pensada por Roger Federer, é um sucesso de audiências e entre os aficionados do ténis. Sobretudo, porque consegue juntar na mesma equipa jogadores como Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. Provavelmente porque a Europa tem dominado o ténis mundial nas últimas décadas, a competição se divida em dois pólos e não pelos 5 continentes. O que levanta questões em relação ao modelo para as próximas décadas.

Sem surpresa, aliás, o velho continente venceu todas as edições da Laver Cup. Mas este ano, a equipa mundo esteve perto da primeira vitória (13-11).

Os europeus não tinham Djokovic, por lesão, mas contavam com Federer, Nadal, Tsitsipas, Thiem, Zverev, Bautista Agut e Fognini. Do lado da equipa Mundo, jogaram Kyrgios, Raonic, Isner, Shapovalov, Sock, Fritz e Thompson.

Na sexta-feira, Thiem, começou por levar a melhor sobre Shapovalov (6-5, 5-7, 3-11). A equipa Mundo empatou, logo de seguida, com o triunfo de Jack Sock sobre Fabio Fognini (6-1 e 7-6). Só que Tsitsipas voltou a dar vantagem aos europeus, vencendo Taylor Fritz: 6-2, 1-6 e 10-7. No primeiro jogo de duplas, a Europa jogou Roger Federer e Alexandre Zverev. A dupla representa o que um dia se espera ser a passagem de testemunho entre os jogadores mais dominante da antiga e nova gerações. Ainda que o alemão esteja longe de uma grande temporada, a verdade é que os europeus levaram a melhor sobre Jack Sock e Dennis Shapovalov (6-3 e 7-5).

Europa ainda domina

A vantagem europeia à entrada para o segundo dia era de 3-1. No segundo dia do torneio, Isner levou a melhor sobre Zverev (6-7, 2-7, 6-4 e 10-1), empatando 3-3.  E, depois, um dos jogos mais aguardados. A jogar em casa, Federer venceu Nick Kyrgios (6-3 e 7-6), ampliando novamente a vantagem europeia para 5-3.

Nadal entrou então em cena. Foi exuberante diante Milos Raonic (6-3 e 7-6) e logo depois juntou-se a Tsitsipas para o jogo de duplas. Só que Kyrgios e Sock foram melhores (6-4, 3-6 e 10-6). A Europa terminava o dia com uma vantagem de 7-5. Só que Nadal ressentiu-se de uma lesão e acabou por não jogar ao lado de Federer, no domingo, no jogo de duplas. Era o momento mais aguardado do torneio.

Saiu Nadal, entrou Tsitispas. Isner e Sock voltaram a fazê-lo, ganhando por 5-7, 6-4 e 10-8. A equipa Mundo passava pela primeira vez para a frente (8-7) na Laver Cup. Sempre com Federer e Nadal a darem sessões de coaching, foi a vez de Dominic Thiem defrontar o norte americano Taylor Fritz. O norte americano ganhou (5-7, 7-6 e 10-5).

Com 11-7 a favor da equipa Mundo, Federer e Zverev teriam que vencer os últimos dois jogos para dar a vitória à Europa. Empurrado pelo público, Roger ganhou a Isner por 6-4 e 7-6. E no decisivo encontrou, o alemão ganhou a Raonic por 6-4, 3-6 e 10-4.

Os europeus fizeram a festa pelo terceiro ano consecutivo. E reforçam a ideia de que os maiores talentos ainda estão no velho continente. Os jogadores mostraram, ao longo do torneio, que apesar de não haver pontos ATP em jogo, queriam ganhar. Vibravam com os pontos dos companheiros e interagiam com o público. Na Era mais competitiva da história do ténis, a Laver Cup é, acima de tudo, uma prova de entretenimento e prestígio. E os tenistas fazem por honrá-la ainda que haja natural resguardo. Mas para o público, isso pouco conta. A festa foi toda para eles.

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André Dias PereiraSetembro 16, 20192min0

E inegável que o ténis vive a sua geração de ouro. Federer, Nadal e Djokovic são os três maiores expoentes não apenas desta geração mas, porventura, da história da modalidade. As audiências e premiações dos grandes torneios, não são repetidas, contudo, nas provas de seleção.

A Taça Davis e a Fed Cup são, ainda, os maiores expoentes neste capítulo, mas nem sempre são uma prioridade para os maiores astros.

A pensar nisso, a Associação de Ténis Profissional anunciou a criação ATP Cup. A prova decorre entre 3 e 12 de janeiro do próximo ano. Dezanove de 24 nações já estão definidas. Haverá 4 grupos de 6 equipas e os melhores de cada grupo avançam para as eliminatórias. O que verdadeiramente esta prova acrescenta é a distribuição de 750 pontos de 15 milhões de dólares pelos vencedores.

Roger Federer, Rafa Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray são nomes já confirmados. Aliás, todos os jogadores do top-10 já confirmaram a sua presença.

A Associação de Ténis Profissional parte à conquista das nações, por forma a inovar a modalidade e a maximizar a era que vive.  O timing também parece ajustado.  A prova marcará o arranque da nova temporada, permitindo aos jogadores ganharem forma antes do Australian Open. Não por acaso, o torneio acontece precisamente nas cidades de Brisbane, Perth e Sidney.

Os Grand Slam continuam a ser as provas maiores, com mais audiência, premiação e patrocícios. São também as mais valorizadas pelo público e tenistas, que muitas vezes preparam a temporada a pensar nesses torneios. E por isso, aos poucos, a ATP tem vindo a ensaiar novos modelos, como a Laver Cup. Só que a ausência de pontos não estimula a presença dos maiores jogadores.

A ATP Cup é, por assim dizer, a cara lavada da Taça Davis. Cada confronto terá duas partidas de simples e uma de duplas. Cada nação pode ter até cinco jogadores, com as suas classificações a serem determinadas pelo ranking após Novembro.

 

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André Dias PereiraSetembro 14, 20194min0

Não existe nenhum jogador com menos de 30 anos no circuito com vitórias em Grand Slam. A hegemonia do Big-3 continua intacta. Ao conquistar o seu quarto título US Open e o 19º Major na carreira, Nadal está agora a apenas um título de igualar Federer.


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