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Pedro CouñagoJulho 17, 20196min0

Um dos clubes mais reconhecidos/apaixonantes na história do futebol alemão está de volta ao convívio entre os grandes, isto depois de apenas uma temporada na 2.Bundesliga, competição que venceu.

Uma vitória merecida e que é merecida por alguns atletas em específico

Desta forma, o Colónia conseguiu convencer os críticos, que apontavam a equipa como uma que tinha a obrigação de lutar pelo regresso imediato à Bundesliga, ao contrário do que, por exemplo, fez o Hamburgo, que terá de ficar, pelo menos, mais uma época a “penar” num campeonato que não equivale ao seu estatuto mas que se assemelha à sua capacidade atual.

A vitória do Colónia na 2.Bundesliga foi concretizada antes da última jornada e marcou o regresso imediato do histórico ao convívio entre os grandes (Foto: Bleacher Report)

Dois jogadores que mereceram, de sobremaneira, este regresso à elite são Timo Horn e Jonas Hector, dois históricos do clube que, mesmo bastante pretendidos por clubes de patamar superior, permaneceram junto da equipa quando ela mais precisava, renovando os seus contratos. No caso de Jonas Hector, até é algo mais raro na medida em que o jogador era dono e senhor da lateral esquerda da seleção germânica e, tendo clubes de maior patamar interessados em si, optou por ficar em Colónia.

Ataque bem apetrechado, defesa a precisar de reparos

Destaquemos o ataque mortífero da equipa na passada temporada, que marcou 84 golos em 34 jogos, um registo muito bom num campeonato tão competitivo. Para tal, muito contribuíram Simon Terodde, que fez balançar as balizas adversárias por 29 vezes, e Jhon Córdoba, que marcou por 20 vezes. Portanto, até pelo entrosamento entre os atacantes, este não é um setor que precise de ser reforçado. Além destes dois, há ainda Anthony Modeste, que foi uma das figuras do Colónia em 16/17, fazendo 34 golos nessa temporada de destaque em que o clube ficou no quinto lugar da Bundesliga. Assim, o ataque esteve bem em 18/19, deverá aterrorizar as defesas contrárias em 19/20, tem é de conseguir saber adaptar-se às maiores dificuldades impostas na primeira liga.

Já a nível defensivo, a história é outra. Se é verdade que o Colónia foi campeão da 2.Bundesliga, tal não aconteceu sem as suas dificuldades, visto que a equipa sofreu 47 golos e perdeu por 9 vezes. É sabido que a segunda liga alemã é, possivelmente, um dos mais competitivos dos campeonatos secundários europeus, mas este histórico terá de fazer melhor neste campo se quer ter garantias de permanecer entre os grandes na próxima temporada.

Já referimos Hector e Horn, que certamente são elementos valiosos, mas, no caso de Horn, este nada pode fazer se não tiver quem lhe possa dar a mínima segurança à sua frente. Jorge Meré é um central de grande potencial que se está a fazer jogador, mas faria falta um central de classe, que dê maior presença e liderança defensiva e que intimide os avançados contrários.

Hector e Horn permaneceram em Colónia, acentuando os sentimentos dos mais românticos sobre a modalidade (Foto: VAVEL.com)

É certo que há Frederik Sorensen, Rafael Czichos e Lasse Sobiech, mas faria falta um central com as características descritas. No lado direito, a chegada de Kingsley Ehizibue, proveniente da Eredivisie (PEC Zwolle) pode ser visto como uma boa aquisição, sobretudo por se tratar de um jogador alto, polivalente e que é muito bom a atacar, vejamos se consegue consolidar as suas qualidades a nível defensivo.

A contratação mais esperada

Este mercado tem sido algo calmo para o Colónia, que pretende essencialmente manter o núcleo duro que teve uma época dura, num campeonato competitivo, para fazer um “reset” daquilo que foi 17/18 e chegar a 19/20 mais forte para a Bundesliga.

A equipa tem optado por fazer negócios de baixo risco, que complementem o seu plantel, mas Birger Verstraete chega para ser titular e impor a sua lei à frente da defesa. Jogador que tem um percurso interessante na liga belga, já passando por Club Brugge, Mouscron, Kortrijk e Gent, de onde agora provém, e de onde dá agora o salto para uma das principais ligas europeias. Já internacional belga, é um jogador que, quando em forma, preenche o meio campo a toda a sua largura. O detalhe a corrigir será, possivelmente, a necessidade de corrigir alguma indisciplina, pois vê alguns cartões desnecessários.

Birger Verstraete chega como o reforço mais aguardado para esta época, aquele que pode pegar de estaca na equipa. Vejamos se mantém a consistência e se desenvolve as suas características que o levam a ser uma carraça para os adversários dentro de campo (Foto: Transfermarkt)

Não sendo particularmente alto ou forte, faz-se valer da sua resistência e é agressivo na pressão, tendo ainda boa capacidade de realizar tackles, algo que pode ajudar o meio campo do Colónia na sua missão de sofrer menos golos. Por 3 milhões e meio de euros, poderá ser uma das revelações da equipa na próxima época e, aos 25 anos, está no auge das suas capacidades. Poderá ser um bom complemento a Marco Höger, jogador mais experiente e cerebral. Há ainda um outro elemento que esperemos que consiga provar aquilo que vale, que é Vincent Koziello, jogador francês que vai já com 23 anos e, depois da saída do Nice, não tem conseguido mostrar o porquê de já ter sido considerado uma das maiores esperanças da Ligue 1.

Em maio de 2020, como veremos a situação do Colónia? 

A previsão é de que o clube conseguirá manter-se na principal liga alemã, pois parece ter aprendido com os erros, tem uma equipa consolidada, que vem de uma época motivadora e que não tem perdido grandes figuras. Com o apoio dos seus apaixonados adeptos, poderá até fazer boa figura e lutar por mais que apenas a manutenção. Certamente que os outros promovidos (Paderborn e Union Berlin), teoricamente, terão mais dificuldades nesse objetivo, visto terem muito menor experiência nestas andanças e terem também um elenco consideravelmente inferior.

Quem sabe não consegue o Colónia uma época como a que fez o Fortuna Düsseldorf na passada temporada, em que surpreendeu, dificultou a vida aos grandes e fez um campeonato tranquilo.


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