Arquivo de Novak Djokovic - Página 7 de 11 - Fair Play

André Dias PereiraJulho 16, 20193min0

Magistral. Eterno. Sublime. São muitos os adjetivos que podem classificar o triunfo de Novak Djokovic este domingo, em Wimbledon. O mais antigo Major do mundo viveu mais uma tarde de glória, que coroou Djokovic como pentacampeão.

A final contra Federer não foi apenas elevada a um nível técnico estratosférico e uma das mais emocionantes de sempre. Foi também a final mais longa da história de Wimbledon. Ao fim de 4h57 minutos, Nolan venceu por 7-6(5), 1-6, 7-6(4), 4-6, 13-12(3). O jogo foi decidido no tie-break do quinto set, após um 12-12, sendo a primeira final de Wimbledon a ser decidida desta forma.

Federer tentou de tudo. Usou slices, subiu à rede e foi tão eficaz no seu jogo de serviço que não sofreu qualquer break point nos três primeiros sets. De resto, olhando para os números, Federer teve mais ases (25/10), cedeu menos duplas faltas (6/9), foi mais eficaz no primeiro serviço (63%/62%), teve mais winners (94/54) e teve mais pontos ganhantes (218/204). Mas não foi suficiente.

Djokovic mostrou porque é número um mundial está entre os melhores de sempre, ao lado de Federer e Nadal. Os três, aliás, contiuam a dominar o circuito. Federer diz que, independentemente do ranking, enquanto se sentir competitivo vai continuar a jogar. E à beira dos 38 anos o suíço não parece abrandar. Se na final esteve ao seu melhor nível, o mesmo aconteceu diante Rafa Nadal, nas meias-finais. Em mais um clássico Fedal, o helvético terá feito uma das suas melhores exibições de sempre no confronto entre os dois. No 40º confronto entre os dois recordistas de Major, Federer ganhou por 7/6 (7-3), 1/6, 6/3 e 6/4, atingindo a sua 12ª final no All England Club. De resto, ao vencer Kei Nishikori, o octacampeão Federer tornou-se o primeiro jogador a conquistar 100 vitórias em Wimbledon.

Sousa, em grande, sobe 13 posições

Ao vencer Wimbledon, Novak Djokovic conquistou 4 dos últimos 5 Grand Slam disputados. O seu domínio no circuito, mesmo com Nadal e Federer, é inquestionável. Mesmo que nas bancadas se gritem os nomes dos seus rivais. Certo é que o sérvio tem agora 16 Grand Slam, cinco dos quais no All England Clube. Aos 32 anos não é impensável que o Nolan possa igualar, ou ultrapassar, os 8 títulos de Federer em Wimbledon, ou até os seus 20 Grand Slam, tornando-se o maior campeão da história. E conseguir isso durante na Era de Federer e Nadal é um grande feito.

Aliás, no confronto com Federer a vantagem de Djokovic é inequívoca. Em 47 jogos, Nolan venceu 25 e nos três disputados em Wimbledon ganhou todos. O sérvio também tem mais vitórias sobre Federer em Grand Slam (9/6) e nos últimos 5 jogos, venceu 4. Por fim, das 4 finais que disputaram, Djokovic ganhou 3.

Quem também esteve em grande plano foi João Sousa. O português alcançou a sua melhor prestação em um Major, atingindo os oitavos de final. Foi o melhor resultado de um tenista português em Grand Slam. O vimarenense deixou para trás nada menos que Marin Cilic (6-4, 6-4, 6-4) e Daniel Evans (4-6, 6-4, 7-5, 4-6, 6-4). Sousa acabaria afastado por Nadal, por triplo 6-2.

Com este resultado, João Sousa sobe 13 posições no ranking e é agora 56 do mundo.

Não menos surpreendente foi o espanhol Roberto Bautista Agut. Ao atingir as meias-finais, tornou-se o primeiro espanhol que não Nadal a jogar este fase de Wimbledon deste 1972. Antes de ser eliminado por Djokovic (6-2, 4-6, 6-3, 6-2) deixou para trás Karen Khachanov, Benoit Paire e Guido Pella.

André Dias PereiraJulho 1, 20193min0

Arranca esta segunda-feira o torneio de Wimbledon, o mais antigo e tradicional Grand Slam. No ano passado, Novak Djokovic conquistou o seu quarto torneio no All England Club diante Kevin Anderson. Poderá este ano fazê-lo outra vez?

Na teoria, sim. O sérvio mantém-se como número 1 do mundo e tem-se exibido a um nível que o torna favorito à conquista do seu 16º Major.  Vencedor, este ano, do Australian Open e do ATP Madrid, o sérvio somou triunfos no piso rápido e em terra batida. Nolan tem gerido com critério o seu calendário e a preparação para os principais torneios. Por estes dias anunciou Goran Ivanisevic na sua equipa técnica para o All England Club. A estreia acontece já esta segunda-feira, dia 1, diante o alemão Phillip Kholschreiber, onde é amplamente favorito. Em 12 confrontos entre os dois, o sérvio ganhou 10.

Tal como nos últimos anos, Federer e Nadal são apontados também como grandes favoritos. Senão vejamos. Roger Federer (8), Novak Djokovic (4), Rafael Nadal (2) e Andy Murray (2) venceram as últimas 16 edições de Wimbledon. De entre esses, Federer, Nadal e Djokovic ganharam os últimos 10.

O suíço é o maior campeão do torneio e prepara as suas temporadas para que, nesta altura, esteja no auge. Oito vezes campeão, Federer surge como segundo cabeça de série. Apesar de Nadal ser número 2 do mundo, ao contrário de outros Major, Wimbledon tem em conta não o ranking mas a prestação dos tenistas na relva nos últimos 24 meses. Um critério criticado por Nadal que considera que essa opção “não é boa”.

Candidatos além dos suspeitos do costume

Federer chega a Wimbledon depois de vencer Halle pela décima vez. O suíço ganhou também os torneios de Dubai e Miami em 2019. Perto de completar 38 anos, o helvético não pode ser ignorado na luta pelo título, sobretudo em Wimbledon.

Como terceiro cabeça de série, Nadal terá uma chave mais dura. Jogadores como Kyrgios, Shapovalov, Cilic e Federer são alguns dos possíveis adversários. O espanhol vem de uma vitória importante em Roland Garros e apesar de relva não ser o seu ponto forte, já ganhou Wimbledon por duas ocasiões (2008 e 2010).

Mas para além do big-3 há outros nomes a acompanhar. Da velha geração, como Kevin Anderson, Kei Nishikori ou Stan Wawrinka, à nova geração, Thiem, Zverev, Tstsipas ou até Felix Auger-Aliassime. O canadiano, 18 anos, entrou em 2019 como 109 do mundo e atualmente é 21º. Uma escalada impressionante, que se junta a outros elementos como a capacidade de jogar de igual para igual com todos os adversários, em qualquer piso.

Tsitsipas também tem feito uma época muito boa. Apesar de denotar quebra física, o grego venceu em 2019 dois torneios: Marselha e Estoril. Ao todo, El Greco soma 3 títulos ATP na carreira aos 20 anos de idade. Tal como Thiem. O austríaco é número 4 do mundo, jogou a final de Roland Garros e soma, em 2019, vitórias em Barcelona e Indian Wells.

Quem está de fora é Andy Murray. O britânico jogará apenas a vertente de pares. Já Borna Coric lesionou-se no abdómen e também está fora da competição. Por outro lado, Kevin Anderson regressa após uma longa paragem por lesão. O sul-africano, finalista vencido em 2018, está longe da melhor forma para voltar a repetir o feito. Caso chegue às meias-finais, poderá defrontar Djokovic naquela que seria a reedição da final de 2018.

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André Dias PereiraJunho 10, 20192min0

Se havia dúvidas, Rafa Nadal fez questão de as desfazer este domingo. O espanhol tremeu, mas não caiu frente a Dominic Thiem (6-3, 5-7, 6-1 e 6-1) e conquistou Roland Garros pela 12ª vez.

Depois do duelo entre os dois tenistas em 2018, nos quartos de final, após Thiem ter vencido, já esta temporada, o maiorquino em Monte Carlo, os dois finalistas confirmaram o favoritismo que lhes era atribuído.

Nadal não está a atravessar um bom momento. Já se sabia. Pela primeira vez na carreira havia chegado a Maio sem títulos. Em Roma acabou por vencer o seu único torneio até Roland Garros. Thiem, pelo contrário, tem crescido não só no ranking mas também no seu jogo. Já o tinha mostrado o ano passado e este ano atingiu a final do principal torneio de terra batida.

O autríaco surgia, pois, como desafiante. Só que Nadal voltou a mostrar que em Roland Garros é praticamente invencível. São agora 93 vitórias e apenas duas derrotas, uma das quais (Soderling, em 2009) por desistência. Durante o percurso este ano, Nadal deixou para trás jogadores como Goffin, Londero, Nishikori ou Federer. Aliás, o suíço voltou a atingir as meias-finais de Roland Garros. Um registo superior ao que esperava, admitiu o helvético. Só que Nadal não deu chances para que pudesse avançar: 6-3, 6-4 e 6-2.

Já Thiem também fez um grande percurso. Entre outros, afastou Novak Djokovic nas meias-finais: 6-2, 3-6, 7-5, 5,7 e 7-5.

Apesar de Nadal ainda reinar e o seu domínio em Paris não parecer ter fim, Thiem é, pelo menos para já, o fiel súbdito. “Dominic, desculpa porque és um dos melhores exemplos que temos no circuito. Trabalhador, sempre com um sorriso no rosto. És uma inspiração para mim e para tantas crianças”, disse o espanhol sobre o austríaco.

André Dias PereiraMaio 27, 20193min0

Arrancou este domingo Roland Garros, o Grand Slam da terra batida. Todos anos, desde que Nadal é profissional, a grande pergunta é se existe alguém que possa travar o espanhol. E não é por menos. Desde 2005 só por três ocasiões o maiorquino não ganhou o torneio dos mosqueteiros. Em 2009, ganhou Federer, em 2015, Wawrinka e 2016, Novak Djokovic.

Para se ter ideia do peso que torneio tem na carreira de Nadal, dos 17 Grand Slam conquistados – apenas superados pelos 20 de Roger Federer – 11 foram em Paris. Só que agora, com 32 anos, e muitas lesões em cima, será menos favorito?

Nem tanto. A bolsa de apostas continua a acredita que Nadal é o principal candidato à vitória, seguido de Djokovic e Thiem.

O certo, contudo, é que os resultados de Rafa este ano estão longe do que outrora foram. Pela primeira vez na sua carreira, chegou ao mês de Maio sem títulos. O seu domínio em Monte Carlo e Madrid foi quebrado precisamente por Dominic Thiem e Novak Djokovic. Só que em Roma, Nadal surgiu de forma imperial. Com direito a ‘pneu’ na final sobre Djokovic. Aliás, em quatro dos cinco jogos disputados, aplicou ‘pneu’ aos adeversários.

Novak Djokovic, Dominic Thiem, Alexander Zverev e Roger Federer são os desafiantes ao trono do rei Nadal. O número um do mundo, vencedor em 2016, surge em Paris com o título de Madrid no bolso e pretende conquistar o quarto Major consecutivo, fazendo o seu segundo carrear Grand Slam.

Dominic Thiem é também visto como um rival à altura do espanhol. A terra batida é o seu piso preferencial e na temporada passada jogou uma partida épica com Nadal nos quartos de final, onde acabou batido. Já este ano, em Monte Carlo, o austríaco levou a melhor sobre o espanhol nas meias finais. E, conforme disse o próprio Nadal, “Thiem é favorito ao título em qualquer torneio de terra batida”.

O regresso de Federer

Mais improvável é a vitória de Alexader Zverev. O alemão costuma falhar nos grandes torneios, embora a terra batida seja o seu piso mais forte. O ano passado atingiu os quartos de final, o seu melhor registo em Major. Só que este ano, Zverev, que venceu o torneio de Genebra, parece numa crise de resultados. Em Roma foi afastado por Matteo Berrettini na segunda ronda.

Três anos e 11 meses depois, Roger Federer regressa a Roland Garros. Recode-se que o torneio francês foi o primeiro Major que o suíço jogou há já 20 anos. Há 10 venceu o seu único torneio de Roland Garros. Mas não se pense que o suíço é mais limitado na terra batida, apesar de ter essa fama. Ao longo da carreira conquistou nada menos do 20 troféus neste tipo de piso. Neste regresso, contudo, parece correr por fora no que diz respeito a favoritismo. Porque, de facto, há jogadores mais fortes que ele na terra batida e porque, aos 37 anos, parece já ter dificuldades em levar a melhor sobre os seus maiores rivais.

Ao longo dos anos, Federer acumulou cinco derrotas para Rafael Nadal, além de eliminações para Alex Corretja, Hicham Arazi, Luis Horna, Gustavo Kuerten, Novak Djokovic, Jo-Wilfried Tsonga e Ernests Gulbis.

Contudo, há um factor novo. Desta vez a ausência de expectativas e de pontos a defender, deixam Federer sem pressão para o torneio. E isso pode pesar a seu favor. Poderá surpreender?

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André Dias PereiraMaio 20, 20193min0

Rafael Nadal conquistou, este domingo, em Roma, o seu primeiro título do ano na terra batida. A hegemonia do espanhol tem vindo a ser interrogada nas últimas semanas. Djokovic, venceu em Madrid, Thiem em Barcelona e Fognini em Monte Carlo. Torneios esses habitualmente que o maiorquino tem vindo a vencer. De resto, foi a primeira vez na carreira que Nadal chegou a Maio sem títulos. As limitações físicas de El Toro Miura também têm condicionado as suas exibições e gerado interrogações sobre se pode estar a perder o domínio na terra batida.

Só que, este domingo, Nadal deu uma resposta cabal. Contra, nada menos, que Novak Djokovic, o número dois do mundo ganhou por 6-4, 4-6, 6-1. Em 54 jogos entre os dois tenistas, pela primeira vez houve lugar a um ‘pneu’. Nadal precisou de 2h25 para vencer pela nona vez o torneio da cidade eterna. Uma espécie de vingança pelo que aconteceu no Autralian Open, quando o sérvio atropelou o espanhol na final (6-3, 6-2 e 6-3).

“Ganhar um título é importante, mas o mais importante para mim é sentir-me saudável e que estou a melhorar. Estou muito feliz pela vitória e por ter jogado bem”, reconheceu Nadal.

A vitória de Nadal volta a adiantar o espanhol no número de vitórias em Masters 1000. Antes desta final, os dois somavam o mesmo número de triunfos (33). Este é, aliás, o 81º título da carreira de Nadal.

A confirmação de Tsitsipas e o retorno de Del Potro

O torneio de Roma representa um grande balão de oxigénio na confiança de Rafa Nadal para atacar Roland Garros. E se este torneio foi um teste, o espanhol passou com distinção. Em quatro dos cinco jogos disputados, aplicou um ‘pneu’ (Jeremy Chardy, Nikoloz Basilahvili, Verdasco e Djokovic). O único que não levou o ‘0’ foi Tsitsipas, nas meias finais (6-3, 6-4). O grego volta a fazer um bom torneio e mostrar a sua boa fase, depois de vencer o Estoril Open. É certo que beneficiou da desistência de Roger Federer nos quartos de final, mas a sua consistência ao longo da época mostra que é preciso contar mesmo com ele.

Destaque também para Diego Schwartzman. O argentino atingiu as meias-finais, deixando para trás Kei Nishikori, Matteo Berrettini, Albert Ramos Vinolas e Yoshihito Nishioka.

Outro nome que não pode ser ignorado, sobretudo na terra batida, é Juan Martin del Potro. O argentino parece estar mesmo de volta, após (mais uma) longa paragem por lesão. Foi afastado nos quartos de final, por Djokovic, mas vendeu cara a derrota: 4-6, 7-6, 6-4. Casper Ruud e David Goffin foram as vítimas do argentino neste torneio.

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André Dias PereiraMaio 13, 20192min0

Novak Djokovic conquistou, este domingo, em Madrid, o seu segundo título do ano. Mas não foi um título qualquer. Porque o sérvio vinha de uma crise de resultados, porque conseguiu ganhar pela terceira vez no país do seu maior rival em terra batida, e, também, porque igualou Nadal com 33 vitórias em Masters 1000.

Para isso, Djokovic teve que vencer na final Stefanos Tsitsipas (6-3, 6-4). O grego, 20 anos de idade, atravessa um momento inegavelmente bom. Depois de vencer o Estoril Open, El Greco reiterou que também é preciso contar com ele na terra batida.

A melhor prova, talvez, tenha sido as meias-finais. Tsitsipas deixou para trás nada menos que o favorito Rafa Nadal (6-4, 2-6 e 6-3). Prossegue assim o jejum de vitórias do espanhol na terra batida. Em Monte Carlo e Barcelona, o maiorquino também caiu nas meias-finais. Esta foi, de resto, a 70ª meia final de Nadal em um torneio Masters 1000.

Tsitsipas reconheceu ter sido uma das mais importantes vitórias da sua ainda curta carreira profissional. “Pode parecer estranho, mas prefiro defrontar Nadal na terra batida”, reconheceu o grego, que, no Australian Open, foi eliminado precisamente pelo espanhol.

Nos quartos de final de Madrid, Tsitsipas ultrapassou outro “master” da terra batida, Alexander Zverev (3-6, 6-4 e 6-4).

O adeus de Ferrer

Por seu lado, Djokovic também afastou Dominic Thiem nas meias-finais (7-6 e 6-4). O austríaco, igualmente um especialista na terra batida e vencedor em Monte Carlo, havia eliminado Roger Federer na eliminatória anterior (3-6, 7-6 e 6-4). Os quartos de final de Madrid, foram, aliás, um regalo para os apreciadores do ténis, juntando 5 vencedores de Major (Djokovic, Federer, Nadal, Cilic e Wawrinka) e três dos mais proeminentes tenistas mundiais (Tsitsipas, Thiem e Zverev). Aqui, destaque para a evolução de Stan Wawrinka. Está longe dos seus melhores tempos, mas parece, aos poucos, regressar a um nível alto. Nadal, contudo, acabou por levar a melhor sobre o suíço com naturalidade (6-1 e 6-2).

O Masters de Madrid também confirmou o final de carreira de David Ferrer. O espanhol, 37 anos, manteve uma carreira longa, sendo conhecido pela sua capacide física e mental. Alexander Zverev acabou por colocar o ponto final, ao vencer, na segunda eliminatória, por 6-4 e 6-1.

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André Dias PereiraAbril 23, 20191min0

Fábio Fognini conseguiu, este domingo, o maior feito da sua carreira. O italiano surpreendeu tudo e todos ao vencer o Master de Monte Carlo. Diante o sérvio Dusan Lajovic, Fognini venceu por 6-3 e 6-4. Precisou apenas de 1h34 para levar de vencido o estreante.

Ao todo, foram 19 bolas vencedoras contra 14 do sérvio. O italiano confirmou o seu favoritismo, depois de nas meias-finais ter deixado para trás nada menos que Rafael Nadal, 11 vezes vencedor em Monte Carlo.

Mas, já lá vamos. Lajovic sentiu bastante o jogo. Cometeu 36 erros não forçados, contra 23 do italiano, que venceu 56% do seu primeiro serviço.

Este foi o nono, mas mais relevante, título da carreira de Fábio Fognini. O italiano é agora 12º do ranking e o terceiro vencedor da temporada em torneios Masters 1000. Dominic Thiem venceu Indian Wells e Roger Federer, Miami.

Mas, talvez, o maior feito de Fognini foi ter deixado para trás Rafa Nadal. O espanhol era super-favorito para vencer o torneio pela 12ª vez, mas mostrou não estar na sua melhor forma. O italiano venceu por 6-4 e 6-2. Desde 2015 que Nadal não era afastado nas meias-finais de Monte Carlo. Na altura, o autor da proeza foi Novak Djokovic. Só que o sérvio também caiu precocemente para Daniil Medvedev, nos quartos de final.

O sérvio e o espanhol, números 1 e 2 mundial, são os grandes favoritos para Roland Garros. Estas derrotas podem não querer dizer nada, mas abrem pelo menos esperança a outros jogadores, como por exemplo Dominic Thiem ou Alexander Zverev. O alemão não está a atravessar um bom momento. O alemão também foi afastado por Fognini nos 16 avos de final.

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André Dias PereiraAbril 8, 20193min0

Está à porta mais uma temporada de terra batida. E a pergunta que se impõe, outra vez, é se alguém pode superar Rafael Nadal neste piso. Desde que se tornou profissional o espanhol tem detido a hegemonia nesta fase da temporada. E não é à toa que é apelidado de rei da terra batida. Dos seus 17 Major, 11 foram conquistados em Paris. Nunca, antes dele, um jogador havia vencido 11 torneios de terra batida. Na temporada passada o maiorquino conquistou esse número em três provas: Monte Carlo, Barcelona e Roland Garros.

Para se perceber melhor a importância que a temporada de terra batida tem para Nadal, na época passada 63% dos seus pontos foram conquistadas neste piso. O espanhol terá de gerir 4680 pontos alcançados em 2018. É, por isso, visto como o grande favorito para vencer todos os torneios em que participa. Apesar de as lesões condicionarem o seu jogo El Toro Miura prepara as suas temporadas precisamente para atingir o pico de forma nesta fase da temporada. É também a oportunidade para alcançar o 18º Grand Slam e encurtar distâncias para Federer (20) nesse capítulo.

Mas não se pense que será um passeio. Até porque Novak Djokovic é o atual líder mundial e o sérvio mantém constância exibicional independentemente do tipo de piso. No confronto direto, a vantagem pertence a Djokovic (27-25) mas nas duas vezes que ambos se encontraram na final de Roland Garros, a vitória foi para o espanhol. O único triunfo de Djokovic em Paris s aconteceu em 2016 contra Andy Murray. Diga-se, também, que se o sérvio ganhar completará pela segunda vez o carreer Grand Slam de forma consecutiva.

A temporada de terra batida de 2018 foi para Djokovic esquecer. O sérvio encontrava-se a recuperar forma após longa paragem por lesão e foi afastado nas meias-finais de Roma e quartos de final de Roland Garros. Depois disso, emplacou Major atrás de Major, regressando à condição de número 1 mundial. Este ano tem tudo para ser diferente e tudo indica que a diferença para Nadal na terra batida está mais curta.

Zverev e Thiem à espreita

Se Nadal e Djokovic são os grandes favoritos a ganhar os principais torneios, Alexander Zverev e Dominic Thiem são, porventura, dois dos mais proeminentes jogadores neste piso. O alemão é aquele jogador de quem sempre se espera muito mas que nem sempre corresponde à expectativa. A idade joga a seu favor. Para o bem e para o mal. Aos 21 anos é número 3 mundial, já conquistou nada menos que 10 títulos ATP, entre eles três Master 1000. O piso de terra batida é o seu preferencial e, não por acaso, teve a sua melhor prestação de Major, em Roland Garros. O alemão vai jogar o torneio de Marraquexe como cabeça de série e direito a Wild Card. Na primeira ronda jogará com o uzbeque Denis Istomin.

Quem também pode surpreender é Dominic Thiem. O austríaco já venceu oito títulos em terra batida e, na temporada passada, jogou um autêntico clássico com Nadal em Roland Garros. De resto, Thiem é o único jogador, nos últimos dois anos, a vencer o espanhol na terra batida. Aconteceu em Roma (2017) e Madrid (2018). Será que não há duas sem três?

Entretanto, há ainda Roger Federer. Depois de um interregno estratégico de dois anos, o suíço volta a jogar a temporada de terra batida. Dificilmente veremos o helvético a jogar pelo título de Paris, contudo, Federer quer aproveitar cada torneio para se tornar o maior campeão de sempre de torneios ATP. Jimmy Connors é maior campeão, com 109 títulos e Federer tem 101. Conseguirá reduzir essa distância na terra batida?

André Dias PereiraMarço 12, 20192min0

Ainda não foi desta. Alexander Zverev voltou a desiludir e caiu na estreia de Indian Wells. É certo que o alemão tem toda uma carreira pela frente, mas a sua condição de número 3 mundial gera sempre expetativa em seu redor. Até porque nos últimos três anos colecionou nada menos do que 10 títulos.

Zverev parece, contudo, talhado para falhar nos grandes momentos. Tem sido assim em Grand Slam e também em Indian Wells. Desta vez foi superado por Jean-Lennard Struff. O número 55 do mundo venceu por 6-3 e 6-1. O alemão mostrou estar fora de forma, sobretudo no primeiro set. Permitiu que Struff quebrasse o seu serviço e chegasse ao 4-2. No segundo set foi ainda mais desastroso. Struff começou logo por quebrar o serviço e fechou o jogo em 6-1.

Para Struff este é um momento importante. É a primeira vez que o alemão vence três jogos seguidos em um Masters 1000. Até aqui tinha o registo de uma vitória e três derrotas. Para além de Zverev, em 2016 Struff eliminou Stan Wawrinka, então no top-10.

O alemão vai agora defrontar o canadiano Milos Raonic nos quartos de final.

Karlovic, o eterno

Também apurado para os quartos de final está Gael Monfils. O francês, que eliminou Albert Ramos Vinolas (6-0. 6-3), deverá jogar com Novak Djokovic. O sérvio é o grande favorito a repetir as vitórias de 2008, 2011, 2014, 2015 e 2016. Para atingir os quartos de final terá que vencer Philip Kohlschreiber. Interessante será também acompanhar o duelo entre Roger Federer e Stan Wawrinka. Federer está no mesmo lado da chave de Nadal e, se chegarem lá, poderão defrontar-se nas meias-finais. Para isso o espanhol terá de levar de vencido o argentino Diego Schwartzman.

Nota de destaque também para Ivo Karlovic. Perto de completar 40 anos continua em alto nível.  Já eliminou Mathew Ebden, Borna Coric e Prajnesh Gunneswaren. Agora, prepara-se para jogar com o favorito Dominic Thiem.

Já de fora da competição está Stefanos Tsitsipas. O grego caiu na ronda inaugural perante Felix Auger Aliassime. O vice-campeão do Rio Open ganhou por 6-4 e 6-2. Tsitsipas acabou por acusar o desgaste físico, apontando o dedo à quantidade de jogos realizados esta temporada.

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André Dias PereiraMarço 4, 20193min0

Roger Federer é quase uma unânimidade no desporto em geral e no ténis em particular. Numa era com Nadal e Djokovic ninguém pode colocar as mãos no fogo sobre quem terminará a carreira com mais Major, contudo, poucos se atrevem a dizer que o suíço não é hoje o maior da história.

Este final de semana, Federer voltou a fazer mais história. Ao vencer Stefanos Tsitsipas (duplo 6-4) na final do ATP Dubai, o suíço conquistou o 100º título da sua carreira. “Vale muito o sacrifício. É um sonho se tornando realidade para mim (chegar onde cheguei). Eu estou feliz que estou saudável, que tenho uma equipa maravilhosa, uma família maravilhosa, tenho que agradecer muito a eles”, explicou Federer.

Mas aos 37 anos pode ainda erguer mais Grand Slam? Pode, mas é improvável. Djokovic, líder mundial, parece hoje num nível que dificilmente o suíço poderá contrariar. Nos últimos dois anos, um dos segredos do helvético tem sido a forma como gere a temporada e os torneios. Abdicando da temporada de terra batida, Federer surge no segundo semestre do ano mais forte. Em 2017 somou sete títulos, entre eles Wimbledon e Australian Open. O ano passado venceu Melbourne pela sexta vez. Foi o seu 20º Grand Slam. Um registo impressionante para o jogador mais velho de sempre a vencer um Major. Só que esse período de novo domínio e onde voltou a ser número 1 mundial, correspondeu também à recuperação de Nadal e Djokovic. E quando o sérvio voltou às vitórias e à condição de líder do ranking, não tem tido havido para mais ninguém.

Apesar de ser hoje quatro do mundo, Federer diz que o mais importante é continuar competitivo, sobretudo contra Djokovic e Nadal. Só que isso não tem acontecido. Nolan tem não apenas dominado os Majors, como emplacado vitórias sucessivas sobre o suíço. E mesmo diante a nova geração a sua hegemonia é contrariada. No Australian Open caiu precisamente para Tsitsitas nos oitavos de final.

À espreita de Jimmy Connors

Aos 37 anos e com uma carreira tão vitoriosa há poucos objetivos por alcançar. E se aumentar o seu legado em Grand Slams parece improvável, há uma meta importante que Federer persegue em 2019. Alcançar Jimmy Connors como o maior campeão de torneios ATP. Connors conquistou nada menos que 109 troféus. Federer soma agora 100. “Eu não estou aqui para conseguir todos os recordes, eu acho que o que Jimmy (Connors) fez foi incrível e precisa ser lembrado”, explicou.

Certo é que este ano Federer vai voltar a jogar a época de terra batida. E mesmo não sendo um favorito a vencer Roland Garros, tem chances de jogar mais torneios e se aproximar do norte-americano. E por mais que Federer continue a dizer que essa meta não é prioritária, a forma como organiza o seu calendário de torneios diz o contrário.

Federer, diz o próprio, jogará enquanto se sentir competitivo e a família o permitir. Mas se ao registo de maior campeão de Grand Slam e maior tempo como líder mundial, juntar o registo de maior campeão de torneios ATP, será ainda mais incontestado como líder mundial. Mesmo que Nadal ou Djokovic o possam igualar ou ultrapassar como maior vencedor de Major.


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