Arquivo de Mateo Berrettini - Fair Play

nadal.jpg
André Dias PereiraJaneiro 26, 20223min0

Nadal e Berrettini são os primeiros semi-finalistas conhecidos do Australian Open. À data da publicação deste artigo ainda faltava conhecer os outros 2 jogadores que compõem a meia final. E a verdade é que outros nomes grandes se podem juntar ao espanhol e italiano.

Mas vamos por partes. Rafa Nadal chega à sua 36 meia final da carreira, a nona em Melbourne. Um registo impressionante, apenas ultrapassado por Federer e Djokovic. E a verdade é que o maiorquino não tem sido sempre brilhante. É normal que assim o seja. Aos 35 anos e após longa paragem por lesão dificilmente poderíamos esperar que o nível do espanhol fosse o de outrora. Mas a verdade é que a falta de inspiração é compensada com garra. Foi assim que Rafa venceu o canadiano Shapovalov (6-3, 6-4, 4-6, 3-6 e 6-3), numa batalha de mais de 4 horas.

Como tem acontecido nos últimos anos, a verdade é que Nadal vai respondendo dentro de court, com resultados,  a todos os que vaticinaram o fim da sua era. E a verdade é que é único jogador que pode atingir 21 majors. Isto porque Federer continua a recuperar de 2 cirurgias e Djokovic falhou o primeiro major do ano após ter sido deportado de Austrália por não estar vacinado.

Até aqui Nadal deixou para trás Yannick Haffman (6-2, 6-3 e 6-4), Karen Kachanov (6-2, 6-3, 3-6 e 6-1) e Adrian Mannarino (7-6, 6-2 e 6-2), para além de Shapovalov.

Zverev cai outra vez ceedo demais

O canadiano proporcionou, aliás, uma das principais surpresas do torneio, ao afastar Alexander Zverev (6-3, 7-6 e 6-3). Uma surpresa, diga-se, pelo momento que os jogadores atravessam. É inequívoco que o canadiano é um dos mais talentosos jogadores do circuito. Mas a verdade, porém, é que nem sempre tem resultados em conformidade com a sua capacidade. O alemão, por seu lado, continua o calvário dos Grand Slam. Aos 24 anos o número 3 do mundo soma 19 títulos, entre os quais 6 em 2021 – e entre eles o ATP Finals – mas não conseguiu ainda qualquer major. A pressão sobre o alemão tem vindo a intensificar-se nesse quesito nos últimos anos.

A vez de Berrettini?

Quem também está nas meias finais é Matteo Berrettini. O italiano tornou-se o segundo jogador do país com mais presenças nesta fase de um major. Desta vez deixou para trás o francês Gael Monfils (6-4, 6-4, 3-6, 3-6 e 6-2). Antes disso, afastou Brandon Nakashima, Stefan Kozlov, Carlos Alcaraz e Carrño Busta. Entre estes, destaque para o confronto com Alcaraz. O espanhol voltou a mostrar que é preciso contar com ele no futuro, deixou tudo em court, apesar do resultado: 6-2, 7-6, 4-6, 2-6 e 7-6.

Agora, contra Nadal, o italiano vai reviver as meias finais do US Open 2019. É a terceira vez, aliás, que Berrettini chega a esta fase de um Major. Será que é desta que dá o passo em frente?

Por enquanto não são conhecidos ainda os outros semi-finalistas. Mas um dos favoritos é Daniil Medvedev. O número 2 do mundo procura o seu primeiro título em Melbourne. E para já tem alternado entre vitórias consistentes, como diante Laaksonnen ou Zandschulp e triunfos apertados como Nick Kyrgios ou Maxime Cressy, sendo obrigado a jogar 5 sets. Agora, contra Aliassime o russo terá novamente que subir o seu nível. O canadiano é um dos melhores jogadores da sua geração e tem vindo a colecionar resultados importantes. Outro jogador com grandes ambições é Stefanos Tsitsipas. O grego também busca o seu primeiro título em Melbourn, depois de já ter ganho o ATP Finals e Roand Garros. Mais importante, um bom arranque em 2022 mais bem sucedido que o segundo semestre de 2021.

 

 

djokovic.jpg
André Dias PereiraJulho 14, 20215min0

A edição de 2021 do torneio de Wimbledon chegou ao fim. Aqui elencamos os destaques e as desilusões de um torneio que consagrou Djokovic, fez ressurgir Shapovalov e teve um surpreendente Hubert Hurkacz.

Esta foi, aliás, uma edição que começa a traduzir alguns ventos de mudança no circuito. O vencedor ainda foi o incontestado Novak Djokovic. Na final com Berrettini, Nolan levou a melhor por 7-6,6-4, 6-4 e 6-3. No mais, em 62 dos últimos 65 Majors pelo menos um tenista do Big-3 chegou à final. Contudo, o sérvio foi o único desse restrito grupo a jogar as meias-finais.

É verdade que Nadal ficou fora do torneio por opção. Para preservar a sua condição física, o espanhol também não jogará os Jogos Olímpicos. Mas o campeoníssimo Roger Federer caiu nos quartos de final perante a sensação Hubert Hurkacz. O suíço perdeu por 6-3, 7-6 e 6-0. Esta foi a primeira vez que Federer ficou a zero em um set, em 119 jogos em Wimbledon. Djokovic, Nadal e Federer somam agora 20 Grand Slam cada. Mas começa a ser difícil imaginar que Federer, 40 anos, possa voltar a erguer um novo Major. Por enquanto, tal como o espanhol, estará fora das olímpiadas, mas neste caso por lesão.

Novak Djokovic

O campeão. O tenista sérvio venceu Matteo Berritini (6-7, 6-4, 6-4 e 6-3) e soma agora 20 Majors, seis dos quais em Wimbledon. Djokovic chegou à final tendo apenas cedido um set. Foi na ronda inaugural diante Jack Draper (4-6, 6-1, 6-2 e 6-2). Depois, porém, levou a melhor de forma imaculada sobre Denis Kudla, Cristian Garin, Marton Fucsovic e Denis Shapovalov. Tudo leva a crer que o sérvio se torne o maior campeão de Majors, superando Nadal e Federer. Atualmente já o tenista com maior semanas de número 1 mundial e maior campeão de Masters 1000.

Matteo Berrettini

O italiano é o grande nome do ténis italiano da atualidade. Vencedor de 5 títulos ATP, Berretini, 25 anos, conseguiu, talvez, o seu maior feito na carreira alcançando pela primeira vez a final de um Grand Slam. No final do jogo, foi o próprio quem reconheceu o momento histórico que viveu só de chegar até ali. Atualmente na nona posição do ranking, Berretti, todavia, um nome em crescendo no circuito que já provou poder incomodar qualquer um. Em Wimbledon, diga-se, deixou para trás nomes como Guido Pella, Botic Van de Zandschulp, Aljaz Bedene, Ilya Ivashka, Felix Augur-Aliasime e Hurbert Hurkacz. É inequívoco, todavia que 2021 está a ser o melhor de sua carreira. Para além de ganhar os torneios de Londres e Belgrado, foi também finalista vencido em Madrid e agora Wimbledon.

Hubert Hurkacz

Que torneio. Que ano. O polaco, 24 anos, já ganhou 3 torneios na carreira, dois deles este ano: Miami e Delray Beach. Os mais atentos já sabiam ao que vinha, sobretudo depois de uma conquista de um Masters 1000. E a verdade, todavia, é que Hurkacz não desapontou chegando às meias-finais, deixando para trás nada menos do que Daniil Medvedev e Roger Federer. Acabou por cair na meia-final perante Berrettini (6-3, 6-0, 6-7 e 6-4).  Ainda assim, mostrou um jogo bastante versátil e solidez defensiva, o que aliado a um bom momento de forma, o tornou num dos nomes grandes deste torneio e que vale a pena acompanhar no futuro. Para já subiu a número 11 do ranking ATP.

Denis Shapovalov

Com uma carreira de altos e baixos, o canadiano mostrou em Wimbledon que ainda pode aspirar a grandes feitos. É um dos mais talentosos jogadores do circuito mas, ainda assim, ganhou apenas um torneio na carreira. Aconteceu em Estocolmo, em 2019. Em Wimbledon chegou às meias-finais, perdendo para Djokovic (7-6, 7-5, 7-5). Mas o canadiano pode levar boas ilações do torneio dos Cavalheiros. “Agora sei a que nível posso jogar”, reconheceu Shapovalov, depois de deixar para trás Kohlschereiber, Andujar, Murray, Bautista Agut e Khachanov.

Daniil Medvedev

O russo era apontado como um dos candidatos ao título, porque é o número 2 mundial e também porque já mostrou capacidade para ser competitivo em todos os pisos, tendo no bolso, entre outros, o título de Australian Open (2021) e o Masters Final (2020), para além de ter sido finalista vencido no US Open (2020). A verdade, porém, é que o russo não passou dos oitavos de final, caindo perante Hubert Hurkacz (2-6, 7-6, 3-6, 6-3 e 6-3). Com esta derrota, Djokovic garantiu, logo ali, a continuidade como número 1 do mundo após Wimbledon.

Alexander Zverev

Ainda não foi desta. Tal como Shapovalov, a carreira de Zverev tem sido de altos e baixos. E apesar de mais vencedora – 15 títulos, dois dos quais este ano (Madrid e Acapulco) – a verdade, porém, é que continua aquém do seu talento e projeção. Outra vez, o alemão não passou dos oitavos de final, perdendo para o talentoso Felix-Auger Alissime (6-4, 7-6, 3-6, 3-6 e 7-4). Os seus principais resultados em Grand Slam continuam a ser as meias-finais do Australian Open (2020) e Roland Garros (2021).

Andrey Rublev

O número 7 do mundo foi uma sombra em Wimbledon. Tal como o seu compatriota Medvedev ou o alemão Zverev, Rublev também não chegou, sequer, aos quartos de final. Foi afastado por Marton Fucsovic (6-3, 4-6, 4-6, 6-0 e 6-3). Depois de um ano de 2020 com 5 títulos, o russo atravessa uma fase menos boa. Para já, este ano ganhou o torneio de Roterdão. Aos 23 anos, porém, tem tudo para continuar a evoluir e a médio prazo entrar, quem sabe, num top-5.

O campeão Djokovic


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS