Arquivo de Marco Cecchinato - Fair Play

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André Dias PereiraDezembro 3, 20182min0

Marco Cecchinato, diz o próprio, sempre quis ser famoso. E há um ano o seu nome era pouco mais que desconhecido no circuito mundial. O ano de 2018 tornou-o em uma das principais surpresas e reconhecido em quase todo o lado. Aos 26 anos, o italiano conseguiu galgar mais de 40 posições no ranking e fecha a temporada como 20 mundial. “Fora do court mudou muita coisa. Agora as pessoas reconhecem-me no aeroporto, em bares ou restaurantes”, disse o italiano.

O seu sucesso assentou em dois títulos, os primeiros na carreira, mas não só. Ao afastar Novak Djokovic em Roland Garros, Cecchinato atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Ali acabaria por perder para Dominic Thiem. Apesar disso, terminaria o torneio francês como 27º mundial. Um registo impressionante se considerarmos que começou a prova como 72º da hierarquia mundial.

Nascido em Palermo, Cecchinato tornou-se profissional em 2010. E só em 2015, no US Open, fez a sua estreia em Grand Slam. No ano seguinte experimentou a sua maior adversidade. Foi suspenso 18 meses pela Federação Italiana de Ténis e obrigado a pagar uma multa de 40 mil euros por apostas e resultados combinados. Cecchinato recorreu da decisão e acabou por lhe ser dada razão.

Já este ano, em Budapeste, conquistou o seu primeiro título. O italiano levou a melhor sobre John Millman por 7-5 e 6-4. Diga-se, contudo, que Cecchinato havia integrou o quadro principal após repescagem. Com isso, tornou-se o nono jogador a conquistar o título nessa condição. “Perdi no domingo, mas consegui conquistar o título. Tavez seja um sonho”, disse na altura.

Mais tarde, Cecchinato voltaria a conquistar um segundo troféu. Em Umag. O italiano apresentou-se como terceiro cabeça de série. Em 1h32 conseguiu levar a melhor sobre Guido Pella: 6-2 e 7-6.

Mais do que um tenista de terra batida

Aos 26 anos o italiano encontra-se na melhor fase da carreira. Para manter, ou até mesmo subir o seu nível, serão necessários mais jogos com adversários top-20 e top-10. Contra Thiem, em Roland Garros, mostrou bons argumentos, jogando de igual para igual em muitos momentos do jogo. Apesar de ter sido a grande sensação em Roland Garros deste ano, Cecchinato garante que pode jogar bem em todas as superfícies. As meias-finais em Eastbourne ou a terceira ronda em Shangai mostram que não se trata apenas de um jogador de terra batida.

De resto, Cecchinato estava entre os nomeados para o prémio de jogador que mais melhorou em 2018. O prémio acabaria por ir para o grego Stefanos Tsitsipas.

O italiano vai agora preparar a nova época em Alicante, Espanha. Será, pois, um nome a acompanhar no início de 2019.

Marco Cecchinato venceu em Bucareste o seu primeiro título ATP

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André Dias PereiraJunho 11, 20183min0

Sem surpresa. Rafael Nadal confirmou o favoritismo que lhe era atribuído e venceu pela 11ª vez Roland Garros. O espanhol não deu hipóteses a Dominic Thiem, que jogou pela primeira vez uma final de Grand Slam: 6-4, 6-3 e 6-2.

O legado do espanhol na terra batida caminha para números estratosféricos, mesmo para as próximas gerações. Em treze participações, Nadal tem apenas duas derrotas e ambas se explicam por lesão. A primeira, em 2009, diante Robin Sodering e a outra, em 2015, frente a Novak Djokovic. A percentagem de vitórias é de impressionantes 98%. São 86 triunfos em 88 jogos. E por falar em números, Rafa venceu 256 de 281 sets (91%). Agora com onze títulos, Nadal deixa ainda mais para trás Bjorn Borg, antigo recordista, com seis troféus.

A edição de 2018 foi mais um passeio do espanhol, que só perdeu um set em todo o torneio. Foi contra Diego Schwartzman, nos quartos de final. O número dois argentino perdeu por  4-6, 6-3, 6-2 e 6-2, num jogo que acabou interrompido pela chuva.

E nem Dominic Thiem conseguiu contrariar a força do número um mundial. O austríaco foi responsável, aliás, por uma das últimas derrotas do maiorquino na terra batida. Aconteceu o ano passado em Roma. Só que desta vez o melhor que conseguiu foi quebrar o jogo de serviço do espanhol no terceiro jogo. O problema é que foi acumulando erros que, contra Nadal, são fatais.

A sensação Marco Cecchinato

É preciso, contudo, realçar o percurso de Thiem. O austriaco atingiu a sua primeira final, depois de três meias-finais. Frente a Marco Cecchinato, Thiem confirmou o seu favoritismo: 7-5, 7-6 e 6-1. O italiano foi, de resto, a grande sensação do torneio. Número 72 do mundo, atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Para trás deixou Novak Djokovic, David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.

Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Pior estiveram Kei Nishikori, eliminado nos quartos de final, e, sobretudo, Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural.

Juan Martins Del Potro, um dos melhores do ano, não tem na terra batida o seu piso proferencial. Ainda assim, o campeão de Indian Wells, chegou às meias-finais, onde foi eliminado por Nadal: 6-4, 6-1 e 6-2.

Com Roland Garros, termina a temporada de terra batida. Como esperado, Nadal sai com a liderança mundial reforçada. Contudo, na relva, poderá voltar a ter em Roger Federer a maior ameaça. O suíço falhou toda a temporada da terra batida, repetindo a fórmula de sucesso do ano passado. Quem chegará em melhores condições a Wimbledon? Federer, deverá regressar em Halle.

Nadal conquistou assim o seu 11º Roland Garros

 

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André Dias PereiraJunho 6, 20184min0

Roland Garros está a chegar às meias-finais e a pergunta mantém-se. Quem pode travar Rafa Nadal de vencer pela 11ª vez Roland Garros? Se o espanhol já era o grande favorito à vitória, à medida que o torneio se encaminha para o final, poucos apostam contra o maiorquino.

Nadal jogará o acesso às meias-finais contra David Schwartzman. O argentino, vencedor do Rio Open, é 11º mundial e atravessa um bom momento. A vitória contra Borna Coric (7-5, 6-3 e 6-3) e Kevin Anderson (1-6, 2-6, 7-5, 7-6 e 6-2) são exemplos disso. Contudo, a história diz que Nadal venceu os dez encontros com o argentino. O último dos quais no Masters 1000 de Madrid (6-3 e 6-4).

Nadal vem de uma vitória sobre Maximilian Martener (6-3, 6-2 e 7-6), uma das sensações do torneio. O alemão, 22 anos, vive na sombra de Alexander Zverev. Número 70 mundial chegou aos oitavos de final com pouco alarido. Para trás deixou Jurgen Zopp, Denis Shapovalov e Ryan Harrison. Esta foi a terceira vez que jogou no quadro principal de um Grand Slam. As outras foram no US Open 2017 e Australian Open, no início deste ano.

Se confirmar o favoritismo contra Schwartzman, Nadal jogará com o vencedor do jogo entre Marin Cilic e Del Potro. Uma partida sem favoritos entre os números três e cinco mundiais. O argentino, contudo, lidera por 10-2 no confronto directo. De resto, é preciso recuar até 2005 para encontrar dois argentinos nos quartos de final do Major de Paris: Guillermo Cañas e Mariano Puerta.

Thiem na terceira meia-final

Thiem joga pela terceira vez as meias-finais de um Grand Slam. Foto: AFP PHOTO /Christophe Simon

Quem já está nas meias-finais é Dominic Thiem e Marco Cecchinato. O austríaco alcançou a terceira meia-final consecutiva em Paris depois de vencer Alexander Zverev (6-4, 6-2 e 6-2). O alemão, número três mundial, conseguiu pela primeira vez chegar aos oitavos de final de um Grand Slam. Contudo, esperava-se um pouco mais do finalista vencido do ATP Roma. Zverev tem na terra batida um dos seus pontos mais fortes, mas vem sofrendo um desgaste físico que claramente o condicionou na partida com o austríaco. No segundo set precisou de enfaixar a perna esquerda, depois de pedir atendimento médico.

Thiem torna-se, assim, o austríaco que mais vezes chega a esta fase da competição, ultrapassando Thomas Muster, campeão em 1995. E o austríaco tem uma oportunidade de ouro de jogar a sua primeira final de Grand Slam Pela frente terá Marco Cecchinato. O italiano, 72 mundial, é a maior surpresa da prova. Para trás, Cecchinato deixou nada menos que Novak Djokovic (6-3, 7-6, 1-6 e 7-6). O sérvio tem vindo a crescer no circuito mas está longe da sua melhor forma. O mais baixo jogador (1,85 metros) do torneio desde Medvedev, em 1999, esteve suspenso por 18 meses por manipulação de resultados. Agora, obtém para já o melhor registo da sua história. O italiano afastou ainda David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.

As desilusões de Roland Garros

Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Ainda assim, vai obtendo resultados em crescendo face ao registado no início deste ano. Talvez a grande desilusão, para já, seja mesmo Alexader Zverev. Apesar dos inéditos oitavos de final, a verdade é que se esperava mais do número 3 mundial, vencedor do Masters de Madrid, e que chegou a Paris confiante e como o grande adversário para Rafa Nadal.

Já o japonês Kei Nishikori mostrou ainda não ter argumentos para ultrapassar os quartos de final. Ainda assim é possível que em Wimbledon ou US Open tenhamos o nipónico ao nível que nos habituou. Pior estiveram Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural. O calvário de Wawrinka parece não ter fim. Apesar de irmos a meio da época, ela parece já perdida.

Marin Cilic e Del Potro parecem ser os maiores entraves ao título mais que provável de Nadal. Thiem também pode ser um adversário duro, mas o espanhol continua sem perder qualquer set no torneio. A pergunta mantém-se. Quem poderá destronar o rei da terra batida?


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